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Assessoria E Consultoria Em Serviço Social

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Por:   •  18/11/2013  •  3.413 Palavras (14 Páginas)  •  846 Visualizações

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MOVIMENTOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL

Os movimentos sociais na América Latina nos anos 70 e 80 coexistiram com ditaduras autoritárias que buscavam neutralizar a ameaça comunista que afligiam o mundo após a Segunda Guerra Mundial. No Brasil o movimento tem como base a ação de trabalhadores ligados ao movimento operário e ao novo Sindicalismo Urbano, como também a participação da Igreja Católica com sua pastorais e as Comunidades Eclesiástica de Base, que tiveram grande importância para a construção desse movimento. Com a reabertura política após o fim da ditadura e a Constituição Federal de 1988, a participação popular passa a ser mais abrangente e a responsabilidade política pode ser dividida entre Estado e Sociedade. Os avanços mais significativos nas políticas sociais estão na área da saúde, educação e habitação.

Nos anos 70 no Brasil começa o movimento de educação popular, inspirado no ideário construído a partir da junção de conceitos marxistas e do cristianismo, tendo em Paulo Freire o seu principal representante, pois este conseguia compreender como a educação deveria ser realizada para um homem simples, e percebia que a cultura dita popular era central nessa formação, e utilizava a alfabetização como um momento de libertação, a leitura, a capacidade de interpretação liberta o homem para pensar. Sendo a tarefa de um educador compreender a cultura que o mesmo está inserido e fazer com que o educando passa se tornar sujeito de sua vida. É essa concepção de educação que vai influenciar principalmente nos anos 80 organizações populares, setores progressistas da Igreja Católica e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem - Terra que passam a ter estruturas educacionais com concepção própria de uma educação emancipatoria.

No que tange a uma democracia participativa os movimentos sociais contribuem para um desenvolvimento político e para a emancipação social, demonstrando que não somente os partidos políticos e as elites estão aptos a discutir problemas sociais, visto que a esfera publica é o espaço de todos os cidadãos, que usando de comunicação e do direito de participação política podem usar os Movimentos Sociais como canal de reenvidicação para melhoria de suas condições de vida e a construção de uma sociedade sem injustiças sociais. Portanto a defesa de uma democracia participativa que de voz as classes oprimidas é uma necessidade do Estado Democrático de Direito.

O que se percebe cada vez mais é a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, pois utilizando de um discurso de combate ao crime e de dar segurança a sociedade, o Estado está exercendo um profundo controle social da pobreza e um ataque a qualquer organização que lute por esta. Militantes são assassinados, trabalhadores em greve são ameaçados pela policia ou atacados por esta.

A mídia é o principal canal pela qual a imagem dos movimentos sociais como baderneiros ou vagabundos é passada para a população, grandes jornais publicam reportagens como a do protesto dos motoristas de vans no Rio de Janeiro colocando-os como baderneiros que querem atrapalhar o transito da cidade e atacam os policiais na frente do palácio do governo, porém não mencionam que esses trabalhadores estão tendo suas condições de trabalho retiradas pela prefeitura da cidade a favor dos grandes empresários de ônibus da cidade, e que eles foram atacados pelos policiais que não permitiam sua aproximação do palácio do governo.

Falar da organização política do Assistente Social e os Movimentos Sociais é ter a convicção da atuação no campo da militância política, pois entendo que o caráter estratégico do movimento social é imprescindível para o fortalecimento desta profissão que tem na intervenção na linha dos direitos seu maior instrumento de trabalho.

Somente o desenvolvimento continuado dessa relação Assistente Social e Movimento Social, servirá para o fortalecimento da luta pela efetivação dos direitos e de uma compreensão maior da luta popular, pois é nas organizações de massa que se encontram os verdadeiros protagonistas da luta emancipadora.

Os Movimentos Sociais, nas décadas de 70/80, na maioria dos países da América Latina conviveram com formas de governos autoritários e amplo processo de desarticulação dos Movimentos Sociais pelos militares, em nome da Segurança Nacional e do anticomunismo. Na década de 70, articulados à reforma da Igreja Católica na América Latina, ocorrem a expansão das Associações e dos Movimentos comunitários. Nesse período, importantes atores sociais como: Instituições da Sociedade Civil, Parlamentares e a Igreja fizeram avançar os direitos civis e sociais com a organização e participação de movimentos populares.

O Movimento no Brasil se deu com base em ações de trabalhadores, de forma relevante os vinculados ao movimento operário, exercidos por suas Confederações e Centrais Sindicais. Assim, na fase mais branda da ditadura, meados dos anos 70 e durante os anos 80, ocorre o florescimento de novos movimentos sociais e populares, com destaque para os Movimentos Urbanos, tais como: Comunidades Eclesiais de Base de Militância Católica e o novo Sindicalismo Urbano, que gerou a CGT, CUT e PT.

Com a Constituição Federal de 1988, a “Constituição Cidadã”, a participação popular assume novo status, possibilitando a “democracia participativa”, isto é, a responsabilidade de consecução de políticas sociais e objetivos políticos, repartidos entre o Estado e a Sociedade. Entretanto, por trás de projetos de cunho social o Estado escondia a preocupação em controlar o “perigo vermelho”, em face do início da Guerra Fria.

No Brasil, em vista da prática clientelista, eleitoreira e a falta de continuidade das ações administrativas, os mecanismos de participação contribuem para o avanço das políticas públicas nas áreas mais críticas e prioritárias como: saúde, educação e habitação. Desse modo, nos anos 80, vários movimentos sociais organizados demandaram educação popular nas organizações não formais de educação, ligadas a instituições como sindicatos, associações de moradores, partidos políticos e Igreja.

Nessa perspectiva, a educação se destaca com a alfabetização para adultos, a partir do Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, implementado pelo Estado com objetivos políticos de enfoque filantrópico e humanitarista. Na área da habitação, no decorrer da década de 70, inicia-se os movimentos das favelas, dos cortiços, dos loteamentos clandestinos populares, lutas nas ocupações urbanas, pela construção de moradias via mutirões e movimentos de conjuntos precários (PROMORAR).

O Movimento no Rio de Janeiro, no período

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