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Assédio Moral No Trabalho

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Por:   •  28/11/2014  •  3.426 Palavras (14 Páginas)  •  351 Visualizações

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Introdução

INTRODUÇÃO

O primeiro estudo sobre o assunto foi conduzido nos anos 1980 pelo sueco Heinz Leymann que identificou um fenômeno denominado “mobbing”. Em linhas gerais, cada país adotou um termo para referir-se ao fenômeno. Nos EUA “bullying” e “harassment”, na Espanha “psicoterror ou acoso moral”; na França “harcèlement moral” e no Japão “Ijime” (BARRETO, 2003a; AGUIAR; CASTRO, 2003; HIRIGOYEN, 2002a,b).

É sabido que a palavra “trabalhar” vem do latim vulgar

tripaliare, que significa torturar, e é derivado do latim clássico

tripalium, antigo instrumento de tortura.Através dos tempos, o vocábulo “trabalho” veio sempre significando fadiga, esforço, sofrimento, cuidado, encargo; em suma, valores negativos, dos

quais se afastavam os mais afortunados.

A evocação dessa etimologia e desse passado se faz bastante

prudente porque guarda consonância com o cenário em que se descortina o assunto deste trabalho, um cenário de violência no ambiente organizacional donde emerge um fenômeno, que apesar de invisível, vem merecendo especial atenção dasorganizações,dos funcionários e da sociedade como um todo devido aos danos que

provoca. E este fenômeno tem nome: é o assédio moral.

É sabido que o assédio moral existe em toda a parte,embora não seja um assunto novo,trata-se de uma questão delicada e pouco discutida.

É importante ressaltar que o crescimento desse fenômeno é consequências de mudanças nas organizações nas últimas décadas.As exigências no ambiente laboral se intensificam e acabam por gerar no trabalhador sentimentos como:medo,tensão e incertezas.

As múltiplas exigências para produzir vem acompanhadas de abuso de poder, freqüentes instruções confusas,ofensas repetitivas,agressões, maximização dos “erros”culpas, que se repetem por toda jornada,degradando deliberadamente as condições de trabalho. O ambiente laboral

vem transformando-se em campo minado pelo medo, inveja, disputas, fofocas e rivalidades transmitidos vertical e horizontalmente entre os gerentes e os trabalhadores em outras posições na empresa. As conseqüências dessas vivências .

repercutem na individualidade do trabalhador, interferindo com a sua qualidade de vida, levando-o a desajustes sociais e a transtornos psicológicos e o colocando face-a-face com situações de enfretamento, notadamente, ante ao assédio moral no

trabalho. Tamanhas mudanças que se, por um lado, fortaleceram as grandes empresas que viram seu lucro e riqueza aumentarem, por outro desvalorizaram o trabalho, relegando os trabalhadores a um segundo plano.

Pesquisa efetuada por Hirigoyen (HIRIGOYEN 2002, p.108

-111) listou os seguintes grupos de atitudes hostis como possíveis configuradoras de assédio moral no trabalho, bem como as porcentagens em que elas se verificaram no universo dos pesquisados:

Atitudes que deterioram as condições de trabalho:

53%

Atitudes que geram isolamento e recusa de comunicação

58%

Atitudes que geram atentado contra a dignidade

56%

Violência verbal, física ou sexual

31%

Fonte: HIRIGOYEN, Marie-France. Mal estar no trabalho

redefinindo o assédio moral. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 108

-111

Em pesquisa da médica brasileira do trabalho Margarida Barreto

esta identificou as seguintes situações/ações de assédio moral no ambiente de trabalho como sendo as mais freqüentemente verificadas:

SITUAÇÕES/AÇÕES MAIS FREQUENTEMENTE VERIFICADAS

%

Dar instruções confusas e imprecisas :

65%

O bloqueio ao trabalho e a atribuição de erros imaginários :

61%

Ignorar a presença de funcionário na frente de outros :

55%

Pedir trabalhos urgentes sem necessidade :

49%

Mandar o trabalhador realizar tarefas abaixo de sua capacidade profissional:41%

fazer comentários maldosos em público:

41%

Não cumprimentar :

38%

Impor horários injustificados ou forçar o trabalhador a pedir

Demissão:

35%

Impedir o trabalhador de almoçar ou conversar com um colega, disseminando

boatos que desvalorizam e desqualificam profissional e pessoalmente; retirar

o material necessário à execução do trabalho (fax, computador, telefone), isolando-o do convívio com os colegas :

33%

Fonte: BARRETO, Margarida “Assédio moral: o risco invisível no mundo do trabalho”. Disponível em:

<http://www.redesaude.org.br/jr25/html/body_jr25

-

margarida.html>. Acesso em: 17 set. 2004.

O que NÃO é assédio moral no trabalho

Há algumas situações que podem ser confundidas com assédio moral:

 

♦ Situações eventuais

A principal diferença entre assédio moral e situações eventuais de humilhação, comentário depreciativo ou constrangimento contra o trabalhador é a frequência, ou seja, para haver assédio moral é necessário que os comportamentos do assediador sejam repetitivos. Um comportamento isolado ou

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