Brumadinho Em Uma Visão Marxista

Desde os primórdios de sua fundação, Brumadinho foi uma cidade criada para suprir as necessidades do capital. Inicialmente, desenvolvida a partir da construção do ramal do Paraopeba da Estrada de Ferro Central do Brasil, logo após haver a decadência da mineração do ouro, com a economia de Minas Gerais em crise, o desenvolvimento da agricultura cafeeira e a extração do minério de ferro trouxeram esperança aos moradores (revolução). Logo após a construção do ramal, começaram a surgir no local em que seria construída a estação as primeiras habitações, denominado Brumado do Paraopeba. Com a inauguração da estação muitos dos trabalhadores resolveram se estabelecer na região, mas foi apenas quinze anos depois que Brumadinho se tornou oficialmente um município (dialética).

Com o processo de expansão metropolitana em Belo Horizonte, caracterizado pelo alto grau de hierarquização do espaço e segregação social, a capital teve seu desenvolvimento determinado pela classe trabalhadora que fora excluída do espaço central da cidade, determinando assim a produção espacial da periferia para o centro (superestrutura). Consequentemente a capital se expos a um crescimento urbano acelerado, tendo uma queda geral na qualidade de vida, tendo um aumento da violência urbana, um dos problemas mais apontados nos grandes centro, nota-se um processo na migração das elites para áreas onde se prezava pela cultura de moradia antiurbana calcadas em um ideal de segurança e suposta integração com a natureza. Seguindo esta linha, Brumadinho vê seu crescimento populacional passar de 0,66% para 3,63% (superestrutura). Este processo de ocupação apenas se tornou possível como uma consequência da globalização.

Após a criação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (inicialmente com quatorze municípios), Brumadinho tem sua inclusão apenas dezesseis anos depois, em específico não somente pela expansão urbana, mas principalmente pela questão ambiental. O município mostra total comprometimento com o processo de metropolização, já que nele se localizam recursos hídricos necessários ao abastecimento de água da RMBH (materialismo). Antes de sua inclusão a Região Metropolitana, Brumadinho se caracterizava por ser basicamente rural. Sua renda se dava por meio das minerações e sua economia local voltada para a produção de hortaliças e outros produtos agropecuários para o abastecimento de BH. A atividade agrícola era desenvolvida com base na pequena produção familiar, tendo uma pauta variada entre culturas de subsistência e a produção de pocan, principal produto econômico da área. Nas atividades pastoris, a pecuária leiteira era a mais expressiva (infraestrutura).

Simultâneo a esse processo de urbanização, Brumadinho apresenta um crescimento progressivo de sua população, porem inferior ao restante da RMBH. Por conta disso, houve a preservação ambiental de boa parte de seu território, o que o tornou bastante atrativo para classes de renda média e alta por possuir um caráter de fuga da cidade, se tornando uma continuidade do modo de vida urbano, porem longe dos grandes centros. Com o grande surgimento de condomínios houve uma pressão na mudança do cenário de consumo (revolução), obrigando os lugarejos e vilas a se adequarem a restaurantes e bares mais sofisticados, o que não coincide com a cultura local. Sendo assim, com o valor agregado as mercadorias destinadas