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CONSTRUINDO O ROTEIRO DE ENTREVISTA NA PESQUISA EM REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: COMO, PORQUE, PARA QUE.

Por:   •  19/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.721 Palavras (7 Páginas)  •  601 Visualizações

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CONSTRUINDO O ROTEIRO DE ENTREVISTA NA PESQUISA EM REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: COMO, PORQUE, PARA QUE.

INTRODUÇÃO

Uma pesquisa cientifica criteriosa é importante atentar-se ao rigor cientifico dos elementos fundamentais: Delimitação do problema e objeto de investigação, definição dos objetos, descrição do caminho metodológico a ser seguido. No campo das Representações Sociais (RS) os elementos principais para construção do objeto de pesquisa são: fenômeno, teoria e método.

Para essas pesquisas em RS é necessário um instrumento de coleta de dados eficaz, que atenda às necessidades do tipo de pesquisa, sendo assim considera-se um instrumento relevante o roteiro de entrevista, que possibilita analisar pessoas mais espontaneamente e em seu próprio território.

Observa-se que alunos da graduação e pós-graduação possuem dificuldades em desenvolver um roteiro de entrevista claro, preciso, que não sugiram respostas ao entrevistado e que sejam de fato importante para a pesquisa.

Nas pesquisas Conduzidas pela Teoria das Representações Sociais (TRS) foi observado que os entrevistados ao invés de responderem por si, respondem com base em que o outro responderia. Por tal motivo é discutido como pode-se melhorar o instrumento a ponto de obter um resultado mais preciso. O objetivo do estudo é discutir a construção do roteiro de entrevista no campo das representações a partir dos elementos essenciais.

MÉTODO

Pesquisa tipo: Revisão Bibliográfica.

Coleta: Levantamento de informações por base de dados utilizando meios virtuais e buscas manuais em uma biblioteca setorial de pós-graduação em enfermagem.

Fontes: Biblioteca da Pós-Graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery e base de dados virtuais: Scielo, Lilacs, Medline e BDENF.

Referências: TRS e periódicos de indexação.

Palavras Chaves: Representações Sociais e entrevista.

Critério de exclusão: Artigos os quais não condiziam com o tema do estudo.

Foram analisados no total 15 trabalhos sem limitação de tempo (pois esse tema possui poucos trabalhos elaborados)

PENSANDO NO INSTRUMENTO A PARTIR DO REFERENCIAL TEÓRICO

Com base no material analisado foi verificado duas importantes discussões: 1) As representações emergem como uma modalidade de conhecimento prático orientado para a compreensão do mundo e para a compreensão do mundo e para a comunicação; 2) Surgem como construções com caráter expressivo, elaborações de sujeitos sociais sobre objetos socialmente valorizados. Sendo assim, as representações sociais são como estruturas cognitivas-afetivas e conteúdo cognitivo na compreensão do contexto a partir da funcionalidade das interações sócias do cotidiano.

         Ao pensar em coleta de dados, é necessário pensar em 3 questões: Quem sabe e a partir de onde sabe? O que e como sabe? Sobre o que sabe, com que efeitos? A partir de tais perguntas chega-se a 3 planos: As condições de produção e circulação das representações sociais; Os processos e estados das representações sociais; o estatuto epistemológico das representações sociais.

O campo das representações sociais é entendido como um campo estruturado de significações, saberes e informações, envolvendo expressões, imagens, ideias, valores sobre o objeto e observando sempre a marca social (visando a coleta de dados). A representação no estatuto epistemológico se constrói um conhecimento sociocêntrico e a partir disso é possível compreender as subtrações e acréscimos de elementos ao objeto e como constituem a representação, além levar sentido de verdade e eficácia simbólica, envolvendo em aspectos normativos, valores de quem representa e o imaginário do sujeito.

Foi observado também construção dos sinônimos da natureza psicossociologica. Situando melhor vale citar que representação é uma estrutura que possui relação sujeito-outro, sujeito-objeto, por meio da ação comunicativa que gera símbolos fornecendo sentido e significado.

Portanto para um estudo de representação social não basta ter um objeto, mas é necessário ter um objeto que se sustente enquanto fenômeno de representações sociais e contribua para a produção e reprodução de representações. Entendendo isso é possível ter a correta abordagem para a elaboração do roteiro de entrevista.

ELEMENTOS ESSENCIAIS NA CONSTRUÇÃO DO ROTEIRO DE ENTREVISTA

         Esse é o momento da pesquisa que vão ser destacadas as principais características da elaboração de um roteiro de entrevista nos campos das RS. Com isso debatendo alguns elementos discutidos pelos teóricos dessa área.

Um dos aspectos levantados relaciona-se com quais tipos de questões devem ser elaboradas e a sua ordem, chegando à conclusão que um instrumento deve partir de perguntas que levantem aspectos do objeto de representações de níveis mais concretos, familiares e definidos até os mais abstratos, estranhos e ambíguos.  

         Já na questão da linguagem que devemos utilizar na elaboração das perguntas podemos seguir por duas correntes: Na primeira ressalta-se que é fundamental utilizar uma linguagem que se aproxima do contexto natural no qual o fenômeno se manifesta. Na segunda se defende que a espontaneidade não é uma garantia de ampla revelação das representações, podendo mesmo ter, ao contrário, o efeito de encobri-las, mas para alguns teóricos a entrevista deve ir além da espontaneidade, em direção a aspectos que não podem ser ditos, ou seja, eles defendem a ideia de que, em certas situações, para certos objetos, exista uma zona muda de representação social.

         A zona muda é composta por elementos da representação que são “contra normativos”, ou seja, cognições normais de produção, pois podem entrar em conflitos com valores morais ou normas do grupo. Para conseguir revelar os elementos da zona muda de representação é preciso aplicar métodos específicos as investigação, como é o caso da técnica de substituição e descontextualização normativa. A técnica de substituição baseia-se na ideia de que um sujeito poderá exprimir representações “proibidas ao seu grupo” atribuindo-as a outra, isto é, falando por outros, mas o outro deve ser relacionado ao grupo de referencia do sujeito. A técnica de descontextualização normativa, consiste em manipular o receptor das respostas do sujeito, ou seja refere-se a uma condição na qual o entrevistado pensar estar respondendo a uma pesquisador que não pertence ao seu grupo de referencia em relação ao objeto.

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