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CONVERSAS COM... SOBRE A DIDÁTICA E A PERSPECTIVA MULTI/INTERCULTURAL

Por:   •  22/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  664 Visualizações

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DIDÁTICA

30.12.2016

Universidade de Pernambuco - UPE
Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças – FENSG
Licenciatura em Ciências Sociais – 5º Período
Aluno: Higor Duarte Rodrigues

FICHAMENTO:

“CONVERSAS COM... SOBRE A DIDÁTICA E A PERSPECTIVA MULTI/INTERCULTURAL”

(Vera Maria Candau & Adélia Maria Nehme Simão e Koff)

As autoras do texto mostram que trabalham numa linha de pesquisa dede 1996 onde o objeto central tem sido o estudo das relações entre educação e cultura em diferentes espaços educativos, tendo por principal finalidade contribuir para o aprofundamento dessa problemática e oferecer elementos para que as práticas pedagógico-didáticas possam ser repensadas, incorporando, de maneira crítica, a questão das diferenças culturais, na pluralidade de suas manifestações e dimensões.

E diante dessa linha de pesquisa, sua complexibilidade e bons resultados obtidos, elas decidiram elaborar esse texto onde fizeram uma análise parcial desses dados, procurando responder, principalmente, a questão de como a perspectiva multi/intercultural está sendo incorporada pelo campo da didática e, no caso específico, na visão de seus próprios protagonistas, ou seja, professores, pesquisadores e estudiosos do campo.

Assim, elas mostram que os principais eixos sobre os quais elas vieram trabalhando foram: a) globalização e multiculturalismo; b) relação entre igualdade e diferença; c) tensão universalismo – relativismo cultural; d) didática e perspectiva multi/intercultural.

Onde elas vão dizer que globalização representa um verdadeiro quebra-cabeças para pensadores e cientistas de diferentes áreas do conhecimento. Onde mostra que globalização envolve diferentes dimensões e que se entrelaçam e não podem ser analisadas de modo isolado. E por isso, reconhecem que a globalização é um fenômeno complexo e plural. E ainda que existem duas categorias de globalização, sendo uma a globalização de “cima-para-baixo” que tende à homogeneização e outra de “baixo-para-cima” que reconhece a diversidade.

Elas também a expressão a ideia de que é preciso articular igualdade e diferença, entendendo que o que se opõe à igualdade é a desigualdade e à diferença é a padronização. E citam uma fala de Santos (2003) que explicam bem isso: “As pessoas e os grupos sociais têm o direito de ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito de ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza”.

E colocam também que quanto à tensão entre universalismo e relativismo cultural, elas afirmam que é necessário, ao mesmo tempo, questionar a ideia da existência de conhecimentos e valores considerados universais e cuidar para não cair num relativismo absoluto, reduzindo a questão dos conhecimentos e valores veiculados pela educação formal a um determinado universo cultural.

Afirmam que o multiculturalismo é, de um lado, um dado da realidade – vivemos em sociedades multiculturais. Por outro lado, supõe uma tomada de posição diante dessa realidade, do ponto de vista teórico e das práticas sociais e educativas. E que educar na perspectiva intercultural implica, portanto, uma clara e objetiva intenção de promover o diálogo e a troca entre diferentes grupos, cuja identidade cultural e dos indivíduos que os constituem são abertas e estão em permanente movimento de construção, decorrente dos intensos processos de hibridização cultural. E ainda que o multiculturalismo tem de ser situado a partir de uma agenda política de transformação, sem a qual corre o risco de se reduzir a outra forma de acomodação à ordem social vigente.

Após essa apresentação de alguns pontos, cujos quais, servem de ponto teórico da pesquisa realizada por elas, elas descrevem a forma como tudo vou ocorrendo, como foram selecionados os profissionais para as entrevistas, suas funções e formações... Falam também sobre os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da pesquisa e os métodos de análise também. Enfim, descrevem bem todos os detalhes necessários para que tudo fique claro ao leitor.

Assim, com a leitura dos depoimentos dos protagonistas do campo da didática, os profissionais/professores convidados a participar da pesquisa juntamente com relato das autoras, é possível afirmar que o impacto da perspectiva multi/intercultural é reconhecido por estes atores, apesar do seu aspecto ainda frágil e embrionário. E que várias contribuições são identificadas no sentido de problematizar a cultura escolar dominante nas nossas escolas, de caráter homogeneizador e monocultural, e de enfrentar a questão da relação entre diferença e ação educativa. Citando uma das frases ditas por um dos entrevistados: “A diferença está no chão da escola”. As autoras vão expressar que esta frase condensa de modo particularmente rico uma afirmação básica para a construção de uma didática na perspectiva multi/intercultural: a questão da diferença não é um componente externo, recentemente incorporado à reflexão pedagógica, mas um componente configurador de sua própria realidade. Negada, naturalizada ou reduzida a uma dimensão psicológica ou social, a diferença é constitutiva da prática pedagógica. E colocam também que a questão da diferença na educação não é um problema inédito, tampouco se pretende ignorar as importantes teorizações já construídas a esse respeito. Onde não convém anunciar esses problemas como sendo novos, nem lançá-los como moda, perdendo a memória e provocando descontinuidades nas lutas para mudar as escolas.

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