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Desvio Social

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Por:   •  23/6/2014  •  1.582 Palavras (7 Páginas)  •  505 Visualizações

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Desvio Social

Não é possível que uma sociedade consiga fazer com que todos o seus membros ajam da forma esperada durante o tempo todo.

1. Desvio social e controle social

O controle que um grupo social exerce sobre seus membros é, muitas vezes, imperceptível, e nós mesmos exercemos um certo controle sobre nossos atos, aflorando um sentimento de culpa quando nos desviamos do que é considerado correto.

Esse controle é absolutamente fundamental para o funcionamento das sociedades (o contrário resultaria em desordem - Dias, 2005, p. 102).

Toda sociedade, sem exceções, estabelece regras de convivência entre seus membros, e sem elas, portanto, pode-se dizer que seria impossível a convivência social. As diferentes culturas toleram certos desvios sociais, não exigindo que todos os seus membros sigam durante todo o tempo as normas estabelecidas e aceitas consensualmente.

Mas a tolerância tem, obviamente, um limite. No momento em que o indivíduo, por seus atos, passa a afetar o funcionamento da sociedade entram em ação os mecanismos de controle social.

A regulamentação da vida social muitas vezes está codificada no direito – regras escritas interpretadas pela autoridade legitimamente aceita pelo grupo (no nosso caso um juiz; mas em outras sociedades podem ser um curandeiro ou um cacique indígena).

Todavia as normas nem sempre são escritas ou estabelecidas formalmente; neste caso estão tão interiorizadas nas pessoas que se tornaram costumes a serem seguidos sem que sejam questionados. Elas são aceitas pelos indivíduos do grupo e, quando um deles as transgride, sofre penalidades ou sente-se constrangido a ponto de se reprimir automaticamente (nesse caso o controle é auto-exercido). Exemplo: o uso do cinto de segurança – norma que foi posta em sociedade e interiorizada por seus membros a ponto de causar desconforto e insegurança àqueles que não a observam.

As normas sociais variam de sociedade para sociedade, desde hábitos simples a situações mais complexas (como o ordenamento jurídico, por exemplo). Essas normas derivam dos costumes. São exemplos: o rito de alimentação na China (onde se mostram os animais vivos na mesa do restaurante antes de cozinhá-los) é diferente no Brasil; no Marrocos não se come com o uso de talheres; os muçulmanos que se transformam em homens-bomba são considerados insanos no nosso país.

Vejam-se essas características:

• As normas sociais não são estáticas, estão em constante mudança (como a cultura)

• As normas estão baseadas em valores que a sociedade julga fundamentais para o seu funcionamento ordenado.

• As normas e valores sociais são aceitos sem questionamento.

• Valor impõe-se ao indivíduo como uma evidência e um absoluto (heteronomia).

• Os valores variam com a civilização.

• Os valores quando fortemente interiorizados, podem justificar atos que em outras sociedades seriam julgados como absurdos.

• Quando os valores se transformam em ‘normas e costumes’, asseguram a regulamentação da vida dos indivíduos e dos grupos de uma sociedade.

• As normas se tornam, assim, norte de um aprendizado social.

Os símbolos, nesse contexto, são importantes auxiliares do processo de socialização. Por exemplo: a erupção vulcânica, que pode significar manifestação dos deuses; gestos de saudação nazista; a mesa do diretor de uma empresa é destacada numa sala de reuniões, o que denota uma hierarquia entre os participantes; o herói-nacional; o operário-padrão, etc.

• Os ‘símbolos’ são importantes auxiliares do processo de socialização.

1. Normas e costumes

Quando os valores se transformam em normas e costumes asseguram a regulamentação da vida dos indivíduos e dos grupos de uma sociedade.

São normas as idéias (fortalecidas) de certo e errado que se vinculam a determinados hábitos e costumes sociais.Devem ser entendidas como “obrigações sociais” às quais o indivíduo, ou ator social, está submetido. As normas suscitam a convicção de que a desobediência a elas acarretará algum tipo de problema.

As normas podem ser formais e informais.

• FORMAIS ou legais: leis, decretos, códigos, estatutos. Estão codificadas no Direito e sancionadas pelo Poder Público. Podem ser, outrossim, normas dispostas no estatuto de determinada empresa, clubes esportivos, a proibição de fumar externada por um cartaz no corredor de um hospital, etc.

INFORMAIS: têm a mesma força coercitiva das formais, mas estão ritualizadas pelos hábitos e costumes. Exemplo: o costume de se sentar em uma cadeira e não no chão. A institucionalização e a ritualização das normas são realizadas pela interiorização, mas também por um sistema de sanções. Em todo grupo existem aparelhos destinados a fazer serem as normas respeitadas e a aplicar as sanções (Dias, 2005, p. 109).

Mas nem sempre a institucionalização das normas significa que elas tenham forma jurídica (ex: respeito aos pais e aos mais velhos).

Valores gerais como solidariedade, segurança, êxito, honestidade, etc., quando aplicados a um determinado papel adotando uma forma estarão compondo normas.

• Normas são fornecidas aos indivíduos – atores sociais – mais pelos seus grupos de referência do que pelo conjunto da sociedade (exemplo: estereótipos numa sociedade de massa: emos, góticos, punks, nerds, etc.).

3.3.2 O controle social

Para que serve o controle social?

Para a rotina e bom andamento – a ordem de uma sociedade apóia-se numa rede de papéis, milhares de pessoas cumprem o seu papel social, interagindo constantemente e mantendo a ordem social.

Nenhuma sociedade pode funcionar com êxito se o comportamento das pessoas não puder ser previsto de modo confiável (por exemplo, pode-se esperar o ônibus em determinado horário, que se ligue o computador porque tem energia, ou que a faculdade estará em funcionamento na tarde de hoje, se dia letivo).

A isso se dá o nome “ordem social”. Essa ordem é um sistema de pessoas, relacionamentos e costumes que opera para a realização do trabalho de uma sociedade (Dias, 2005, p. 109).

Para a

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