Documentário Ilha Das Flores

Documentário: Ilha das Flores

O documentário “Ilha das Flores” de Jorge Furtado começa de uma forma que aparentemente trata do tomate, do ciclo deste da plantação à mesa das famílias, mas depois alguns minutos se percebe a forma, sob certo ponto até sutil, em que expõe a desigualdade social gritante que assola o nosso país. Em alguns momentos, procura dar leve tom cômico, quando, por exemplo, cita algumas vezes o “telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor”; até mesmo para tornar mais ameno algo tão sério, tão comum, mas também tão ignorado por muitos.

Como citado, depois de algum tempo, é bem flagrante que o ponto chave é a desigualdade social e até mesmo a desigualdade como um ser humano chega a tratar outro. As cenas que relembram o Holocausto e os empregados do dono do terreno que “detém o poder” de determinar quem entra e por quanto tempo são exemplos de como seres iguais podem ser tratados de forma tão diferente dos demais.

Vale ressaltar algumas ironias que se apresentam no documentário como o nome do local “Ilha das Flores” que nos sugere um lugar repleto de flores, bonito, mas que na realidade é um local que mostra a triste realidade de alguns seres humanos que vivem em condições precárias. Além dessa ironia, a maior de todas é todos os seres humanos – aqueles que têm o “telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor” – são iguais (ou deveriam ser, pelo menos) já que possuem as características principais da espécie, mas alguns têm a possibilidade de escolher o que comem, enquanto outros não. Outros não podem se dar a esse luxo: são obrigados inclusive a ficar com aquilo que é rejeitado para alimentar até animais, porcos, neste caso.

O documentário é curto, mas cumpre bem aquilo a que se propõe, sendo inclusive muito rico ao inserir conceitos variados, alguns até simplórios, dentro de um tema tão sério sem perder sua linha e possibilitando uma narrativa mais leve, que mostra muito sem chocar tanto.

Documentário: Bumbando

Este documentário foi baseado em fatos reais que ocorreram em Niterói, região metropolitana no Rio de Janeiro: o desmoronamento do Morro do Bumba.

O curta mostra a relações estabelecidas entre a falta de dinheiro, as condições de vida (de sobrevivência, na verdade) dos moradores e o descaso dos governantes, que acaba se mostrando como o fator crucial para a ocorrência dessa grande tragédia.

Para os habitantes daquela área, que eram pessoas de baixíssimo poder aquisitivo, o curta exibe a desigualdade social de forma clara, assim como denuncia as características inerentes a isso: as condições do lugar, antes um lixão e que passou a ser habitado por seres humanos e as condições de vida destes.

Veem-se também as medidas pífias do governo que simplesmente transforma um lixão em uma “área habitável”, mas sem dar continuidade: sem implantar uma rede de água e esgotos, sem urbanização e sem vários outros itens básicos para uma condição de vida decente.

O vídeo mostra bem o que realmente se pode ver em um morro: terrenos desnivelados; construções precárias; falta de esgoto, de