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EDUCAÇÃO POPULAR AO GOLPE MILITAR: TRANSFORMAÇÕES NO CHILE

Por:   •  26/9/2019  •  Artigo  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  155 Visualizações

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EDUCAÇÃO POPULAR AO GOLPE MILITAR: TRANSFORMAÇÕES NO CHILE

As ideias de Paulo Freire tiveram força na América do Sul e, após o Golpe Militar no Brasil, encontrou em outros países e mais precisamente, no Chile, onde ficou por quatro anos, o cenário para a implantação de uma educação popular voltada para a liberdade e autonomia do povo. O que funcionou pelo menos, até que o General Pinochet transformasse o regime daquele país em uma ditadura sangrenta.

Palavras-chave: Chile; Educação Popular; Autonomia.

INTRODUÇÃO

Embora o livro de Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, só ter sido publicado no Brasil, em 1974, o mesmo foi escrito no Chile, em 1968, quando Freire encontrava-se exilado por conta do regime militar, no Brasil. Naquele país, ele permaneceu por 4 anos, sendo suas ideias de educação popular, vigentes até o Golpe de Pinochet, quando ocorria no Chile o que vinha ocorrendo na América do Sul desde o início da década de 1960, que é a tomada de poder pelas Forças Armadas. Assim, a educação popular, de Freire, vigorou, no Chile, até o Golpe de Pinochet.

DE EDUCAÇÃO POPULAR AO GOLPE MILITAR NO CHILE

Paulo Freire começou seu trabalho de alfabetização popular, em que sua maneira de se expressar era uma tentativa de conscientização do povo, em virtude de sua organização contra a exploração dos latifúndios.

Depois de 1961, encontrava-se participando do Governo João Goulart, ganhando prestígio, já que o seu projeto de alfabetização crescia de maneira animadora. A consciência crescia e um povo, que se encontrava oprimido, passava a viver numa posição digna do ser, enquanto ser humano e se colocando em confronto com o opositor.

Em 1963, ocorreram cursos de treinamentos de coordenadores, em todas as capitais dos estados. Estava previsto para implantar o projeto de 1964, com 20.000 grupos (círculos de cultura).

A classe dominante encontrava-se assustada diante do grande crescimento popular, os oprimidos estavam anunciando o seu despertar para uma nova consciência a qual iriam se encontrar como ser pensante. A partir daí começou o movimento ideológico contra o método de Freire, chamando-o de comunista.

Freire e tantos outros, que se encontravam junto ao povo, passaram a ser, cada vez mais odiados pela classe dominante, como em 1964, a ditadura contra o povo, a guerra do exército contra as organizações populares e outros. A ditadura militar obrigou-o a 15 anos de exílio.

Foi para o Chile, onde, até 1969, assessorou o governo democrata-cristão, de Eduardo Frei, em programas de educação popular. Sua filosofia pedagógica conscientizadora teve continuidade no Governo Salvador Allende, até o golpe de Pinochet.

Era comum, exilados políticos brasileiros da geração 1964 partiram pela fronteira, principalmente em direção ao Uruguai, à Bolívia e, em seguida, ao Chile, uma vez que não era preciso passaporte, a carteira de identidade era suficiente. Paulo Freire relata que

Tomamos um avião chileno de Arica a Santiago. No controle de passaporte, quando dei o salvo-conduto boliviano que conseguira através do que contei, o funcionário chileno me olhou e disse que, se eu era brasileiro, deveria ter uma identidade brasileira. A lembrança de Elza me salvou pela segunda vez, porque o funcionário disse que, se não a tivesse, seria obrigado a me botar no mesmo avião e me devolver a La Paz. (FREIRE; GUIMARÃES, 2001, p. 78)

Como já citado, Freire chegou ao Chile quando da presidência de Eduardo Frei Montalva, do Partido da Democracia Cristã – PDC, sendo o primeiro democrata cristão chefe de Estado das Américas e que permanece até 1970, ou seja, ele

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