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Economia política: Uma introdução crítica

Por:   •  13/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  896 Palavras (4 Páginas)  •  360 Visualizações

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Economia política: uma introdução crítica

José Paulo Netto

Marcelo Braz

Capítulo 7: As crises e as contradições do capitalismo

Em pouco mais de um séc. a dinâmica capitalista revelou-se profundamente instável, com períodos de expansão e crescimento da produção sendo interrompidos por depressões, caracterizadas por falências, atingindo principalmente os trabalhadores, aumentando a riqueza e a miséria.

Do 2° pós-guerra, foram implantadas políticas macroeconômicas e surgiram instituições nacionais e supranacionais com o objetivo de reduzir o impacto das crises, mas em face da dinâmica econômica, o desenvolvimento do capitalismo continuou alternando prosperidade e depressão, afirmando o caráter ineliminável das crises. A crise é constitutiva do capitalismo: não existiu, não existe e não existirá capitalismo sem crise. Esta afirmação não pretende naturalizar a crise econômica. Essa afirmação é pretendida pelas ideologias burguesas que buscam transformar as crises em algo absolutamente imprevisível, como um acidente da natureza, o que na realidade não é. As crises são inevitáveis, mas é possível uma organização da economia estruturalmente diferente da organização capitalista, capaz de suprir as causas das crises.

7.1: As crises capitalistas e o ciclo econômico

As crises próprias do MPC são diferentes. Se na crise pré-capitalista é a diminuição da força de trabalho que ocasiona a redução da produção, na crise capitalista ocorre o contrário: é a redução da produção que ocasiona a diminuição da força de trabalho (desemprego).

Fórmula geral do movimento do capital: D – M – D´ . A crise é a interrupção desse movimento: a mercadoria produzida não se converte mais em dinheiro.

Entre uma crise e outra, decorre o ciclo econômico que se dá em 4 fases: 1) A CRISE: conseqüência de um incidente econômico ou político qualquer, as operações comerciais se reduzem, as mercadorias não são vendidas, a produção diminui ou até paralisada, preços e salários caem, empresas entram em quebra. 2) A RECESSÃO: a produção permanece estagnada, as mercadorias estocadas são destruídas ou vendidas a preços baixos. As empresas procuram soluções tecnológicas para continuar a produção e, sobretudo, apoderar-se de mercados e fontes de matérias-primas, aumentando a concorrência entre as empresas, criando estímulos para aumentar a produção. 3) QUADRO DE RETOMADA: as empresas que sobreviveram absorvem as que quebraram. O comércio se reanima, as mercadorias escoam, os preços se elevam e pouco a pouco diminuiu o desemprego, restaurando a produção nos níveis anteriores. 4) FASE DO AUGE: a concorrência leva os capitalistas a investirem nas suas empresas, lançando no mercado grande quantidade de mercadorias. Até que um detonador qualquer evidencia de repente que o mercado está abarrotado de mercadorias que não se vendem, os preços caem e sobrevém nova crise e se inicia o ciclo novamente.

7.2: As crises: pluricausalidade e função

As crises capitalistas, demarcando os ciclos econômicos não têm uma única causa: eles são o resultado da dinâmica contraditória do MPC. Vejamos as causas mais determinantes para que o auge seja bruscamente interrompido: 1) A ANARQUIA DA PRODUÇÃO: a produção capitalista não obedece a nenhum planejamento ou controle global e inunda o mercado, cujo destino é incerto. O conjunto da produção de todos os capitalistas escapa a qualquer controle racional. 2) A QUEDA DA TAXA DE LUCRO: a resultante da resposta da maioria dos capitalistas a esta tendência contraria a intencionalidade de cada um deles e seu efeito contribui para a eclosão das crises. 3) O SUBCONSUMO

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