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Educação inclusiva

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Por:   •  22/4/2014  •  Tese  •  2.118 Palavras (9 Páginas)  •  534 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Durante o curso de Educação Inclusiva e Atendimento Educacional Especializado conhecemos e estudamos diversos aspectos da inclusão escolar. Pudemos observar, no entanto que cada Necessidade Especial tem a sua história, o seu conceito e possibilidades diferentes de inclusão. Observamos também que o processo de inclusão ainda esta sendo realizado, somos hoje parte integrante deste momento tão importante para toda a sociedade. A história nos trouxe várias lições, o tempo tem permitido que pudéssemos identificar nossos erros conceituais e comportamentais, a fim de transformarmos nossa realidade, em busca de uma sociedade mais justa, aonde a diversidade e a inclusão venham substituir atitudes de preconceito, de bullying, de violência e falta de amor ao próximo.

Entre as deficiências estudadas no curso, iremos fazer uma abordagem dos contextos históricos que possibilitaram e, ainda hoje possibilitam a inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual. Tentaremos observar o processo discriminatório que historicamente os deficientes intelectuais e suas famílias tiveram que superar, como a escola fez parte destes momentos e como ela, hoje, pode colaborar para transformar a vida de todos.

DESENVOLVIMENTO

Vivemos em um momento histórico em que falar sobre diversidade e inclusão pode parecer algo comum e corriqueiro, porém até bem pouco tempo atrás os conceitos eram outros, a sociedade vem se transformando e fazemos parte desta transformação. Nos últimos séculos temos assistido ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da forma de pensar e acreditar do ser humano, acumulamos conhecimentos sobre as doenças, o funcionamento do cérebro, a tecnologia sobre diagnósticos, desmistificando, muitas crenças, entre elas algumas sobre as deficiências.

Os povos primitivos consideravam as crianças com algum tipo de deficiência eram consideradas subumanas ou endemoniadas, eram abandonadas pelas famílias ou jogadas fora, como um objeto estragado. O cristianismo contribuiu para uma mudança no pensamento da sociedade. Entre diversos milagres bíblicos estão algumas curas, realizadas por Jesus em pessoas deficientes. Estes milagres colocaram estas criaturas subumanas em um novo patamar, deu a elas uma alma e, como cristãos a sociedade precisava olhar por eles. Estas pessoas passaram a ser aceitas como forma de caridade, não como membros da sociedade.

No séc. XIII surgiu, na Bélgica, uma colônia agrícola que se propunha a cuidar e tratar dos filhos dos nobres que sofriam com algum tipo de deficiência intelectual/mental. No século XIV, foi criada, por Eduardo II rei da Inglaterra, a primeira legislação sobre os cuidados com a sobrevivência e com os bens das pessoas com deficiência intelectual. Nessa lei surge a distinção entre pessoas com deficiência mental/intelectual e com doença mental. Alguns anos depois a Santa Inquisição, na Idade Média, foi responsável pelo sacrifício de pessoas com deficiência intelectual entre loucos, adivinhos e hereges.

No século XVI, Paracelso, um médico, no seu livro “Sobre as doenças que privam o homem da razão”, foi o primeiro a considerar a deficiência intelectual um problema médico digno de tratamento e complacência. Cardano, um filósofo, além de concordar que a deficiência era um problema médico, preocupava-se com a educação das pessoas com deficiência intelectual.

Já no século XVII, John Locke com suas ideias revolucionárias definiu o recém-nascido e o idiota como “tabula rasa” (o comportamento como produto do ambiente, que

possibilita as experiências) e via a deficiência como falta de experiências. Advogava que o ensino deveria suprir essa carência.

No século XVIII, Foderé levanta a ideia da hereditariedade da deficiência. Definindo diferentes graus de deficiência intelectual a diferentes níveis de hereditariedade, justificando a segregação e a esterilização dos adultos afetados pelo bócio.

O século XIX foi marcado pelo trabalho de vários autores entre eles Itard e Pinel. O primeiro entendia a idiotia como insuficiência cultural, enquanto Pinel a considerava uma deficiência biológica. Por influência destes autores, a partir de 1840, começaram a surgir às escolas para crianças com deficiência mental/intelectual, que tinham como objetivo a recuperação dos cretinos e idiotas (termos utilizados até então, para definir os portadores de deficiência intelectual), visando sua autonomia e independência. Nessa época, surge Johann Heinrich Pestallozzi, um educador defendendo que a educação era o direito absoluto de toda criança. Segundo ele, todo homem deveria adquirir autonomia intelectual para poder desenvolver uma atividade produtiva autônoma. Froebel, um seguidor de Pestallozzi, um pedagogo, criou um sistema de Educação Especial com materiais e jogos específicos, que tornaram o ensino mais produtivo, ganhando um aspecto lúdico e concreto. Em 1905 Alfred Binet publica uma escala métrica de inteligência, cuja meta era medir o desenvolvimento da inteligência das crianças, de acordo com a idade cronológica, projetando a idade mental. Este trabalho foi o precursor do Quociente Intelectual (QI), utilizado para determinar o grau de deficiência mental dos indivíduos. Mas tarde na primeira década do século XX surgiu o método criado por Maria Montessori, para crianças com deficiências, partindo do concreto rumo ao abstrato.

O Brasil, como um reflexo do que acontecia em outros lugares, também passou por várias etapas em relação ao convívio e a educação das pessoas com deficiência intelectual/mental. Podemos listar a evolução destas etapas, da seguinte forma:

 1854 – Imperial Instituto dos Meninos Cegos – IBC

 1857 – Instituto dos Surdos Mudos – INES

 1926 – Instituto Pestalozzi RJ

 1954 – Fundação das primeiras APAE Ass. Pais e Amigos dos Excepcionais.

 1961 – Aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no.4024/61- direito dos excepcionais à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino.

 1971 – LDB 5692/71, “tratamento especial” para os alunos com DF, DM, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados (Classe Especial e Escola Especial)

 1988 – Constituição Federal, Artigo 205 – Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. O Art. 206 estabelece “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”... Oferta de Atendimento

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