TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fenomenologia

Exames: Fenomenologia. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/9/2013  •  1.653 Palavras (7 Páginas)  •  715 Visualizações

Página 1 de 7

INTRODUÇÃO

Na história da filosofia, a fenomenologia tem três significados especiais. Na segunda metade do século XVIII, era sinônimo de “teoria das aparências”. Com Hegel, a fenomenologia era considerada uma espécie de lógica do conteúdo e uma introdução à filosofia, história das fases sucessivas, das aproximações e das oposições pelas quais o espírito se eleva da sensação individual à razão universal. Mas, foi com Husserl que a palavra fenomenologia ganhou, nas primeiras décadas do século XX, o significado de que hoje se reveste. A fenomenologia Husserliana é uma meditação sobre o conhecimento. De acordo com Bello (2006) onde define, então, fenomenologia como uma reflexão sobre um fenômeno ou sobre aquilo que se mostra. (BELLO, 2006: 18).

A palavra Fenomenologia foi vista pela primeira vez no texto de Novo Órganon de J. H. Lambert, que entende por fenomenologia a teoria da ilusão sob suas diferentes formas. É sob a influência de Lambert que Kant utiliza por sua vez o termo em 1770 numa carta ao próprio Lambert onde diz que a Fenomenologia designa a disciplina propedêutica (Que prepara para receber ensino mais completo) que deve, segundo ele, preceder à metafísica.

O verdadeiro fundador da fenomenologia no sentido moderno foi Edmund Husserl, que deu um conteúdo novo a uma palavra já antiga. Segundo Dartigues (2005, p. 11), “Husserl procura substituir uma fenomenologia limitada por uma ontologia impossível”. Edmund Husserl pretendia conferir à filosofia o caráter de disciplina científica que toma por objeto o fenômeno tal como aparece na consciência. Dartigues (1992), afirma que para Edmund Husserl, a fenomenologia é uma ciência rigorosa, mas não exata, uma ciência eidética (que busca a compreensão da essência) que procede por descrição e não por dedução. A fenomenologia se ocupa da análise e interpretação dos fenômenos, mas com uma atitude totalmente diferente das ciências empíricas e exatas. Os fenômenos são os vividos pela consciência, os atos e os correlatos dessa consciência.

Edmund Husserl – Fenomenologia

A fenomenologia de Edmund Husserl representa uma importante corrente filosófica contemporânea e que teve grande repercussão não somente no meio filosófico, mas também em outras áreas do saber. Ela concebe ao pensamento a certeza de reter só o essencial do fenômeno em questão, e o método fenomenológico é aquele que oferece uma técnica de busca da essência dos fenômenos. Apesar de a fenomenologia estar caracterizada como uma filosofia essencialista a sua finalidade era a de ser uma solução objetiva para todo o subjetivismo intelectual em destaque na época de sua idealização. O seu precursor, Edmund Husserl, objetivava criar uma corrente filosófica que desse uma base sólida para a filosofia e para as ciências, sendo uma solução definitiva para o caos intelectual do final do século XIX e do início do XX.

Vale salientar que a fenomenologia para Husserl almeja o estudo das essências, isto é, respondo-as na existência, pois ela não existe independente do objeto sendo invariável. A mesma é a ciência das essências, que são maneiras que relatam o fenômeno, por isso, não é adquirida da comparação e da abstração dos objetos em si. Com isso, é necessário ao retorno da coisa mesma, que busca filosofar seguindo os problemas que estão na vivência da consciência prescindido o mundo exterior e às discussões feitas por outros teóricos, essas teorias podem ser de grande ajudas para se chegar aos fenômenos, ou seja, a coisa mesma.

A fenomenologia tem como objeto de estudo o próprio fenômeno, isto é, as coisas em si mesmas e não o que é dito sobre elas, assim sendo a investigação fenomenológica busca a consciência do sujeito através da expressão das suas experiências internas. A fenomenologia busca a interpretação do mundo através da consciência do sujeito formulada com base em suas experiências.

O método fenomenológico consiste em mostrar o que é apresentado e esclarecer este fenômeno. Para a fenomenologia um objeto é como o sujeito o percebe, e tudo tem que ser estudado tal como é para o sujeito e sem interferência de qualquer regra de observação cabendo a abstração da realidade e perda de parte do que é real, pois tendo como objeto de estudo o fenômeno em si, estuda-se, literalmente, o que aparece. Para a fenomenologia um objeto, uma sensação, uma recordação, enfim, tudo tem que ser estudado tal como é para o espectador.

A palavra fenomenologia foi empregada por alguns pensadores ao longo da história da filosofia, e pode ser aqui definida nos seguintes termos: “descrição daquilo que aparece ou ciência que tem como objetivo ou projeto essa descrição” (ABBAGNANO, 2000, p. 437). Como se pode deduzir do próprio vocábulo, a fenomenologia está relacionada diretamente ao conceito de fenômeno o qual pode ser definido como “aquilo que aparece ou se manifesta”.

Husserl apresenta a sua fenomenologia como um método de investigação que tem o propósito de apreender o fenômeno, isto é, a aparição das coisas à consciência, de uma maneira rigorosa. “Como um método de pesquisa, a fenomenologia é uma forma radical de pensar” (MARTINS, 2006, p. 18). Como as coisas do mundo se apresentam à consciência, o filósofo alemão pretende perscrutar essa aparição no sentido de captar a sua essência (aquilo que o objeto é em si mesmo), isto é, “ir ao encontro das coisas em si mesmas” (HUSSERL, 2008, p. 17). Nesse sentido, a filosofia husserliana traz consigo um novo método de investigação que irá exercer grande influência no meio acadêmico, o que fará da fenomenologia um marco imprescindível na filosofia contemporânea.

Husserl, grande desenvolvedor desse método, buscou trabalhar aquilo que se manifesta, rompendo com a pretensão de pensar a Coisa-em-si como anteriormente se fazia. Seu método consiste em dois pontos iniciais: a via negativa e a positiva. A primeira propõe uma epoché, suspensão de juízo, para analisar a coisa como é conhecida, como aparece ao sujeito. A segunda é o movimento próprio de dirigir-se a coisa após essa suspensão.

O pensador alemão propõe a “análise compreensiva” da consciência, uma vez que todas as vivências do mundo se dão na e pela consciência. Daí a tão célebre definição husserliana de consciência: “toda consciência é consciência de algo”. Essa definição de consciência está vinculada, por seu turno, à noção de intencionalidade.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.7 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com