TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fichamento O feminismo Mudou a ciência? - Londa Schienbinger

Por:   •  20/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  15.022 Palavras (61 Páginas)  •  111 Visualizações

Página 1 de 61

SCHIENBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? – Bauru, SP : EDUSESC, 2001. 384p. – Coleção Mulher.

Na década de 1970, entretanto, em meio a um movimento das mulheres em maturação e numa época em que cada vez mais feministas assumiam posições de poder na história e na ciência, o estudo da história das mulheres na ciência decolou. Mulheres cientistas contribuíram com autobiografias refletidas fornecendo relatos de primeira mão de sua luta para deixar uma marca na ciência. P.59

As pessoas tendem a pensar que as mulheres tornaram-se cientistas apenas no século XX. Embora hoje em dia seja difícil pra qualquer um, sem acesso à educação universitária ou a laboratórios industriais, trabalhar em ciência, este não era o caso nos séculos XVII e XVIII. P.60

As universidades não foram boas instituições para mulheres. Desde sua fundação no século XII até o final do século XIX e, em alguns casos, até o início do século XX, as mulheres eram excluídas. P.61

A exclusão de mulheres não era uma conclusão inevitável. Diversos acessos ao trabalho científico eram disponíveis às mulheres antes de formalização rigorosa de ciência no século XIX. Em consequência, muitas mulheres estavam formadas e preparadas para ocupar seu lugar nas ciências. P.64

Nos anos iniciais da revolução científica, mulheres de alta estirpe eram encorajadas a saber algo sobre ciência. Ao lado de cavalheiros virtuosi, damas observavam os céus através de telescópios, inspecionando a lua e as estrelas; elas olhavam através de microscópios, analisando insetos e tênias. P.64

Do mesmo modo que o privilégio dava às mulheres acesso apenas limitado ao poder político e ao trono, a nobreza lhes proporcionava apenas acesso limitado ao mundo de conhecimento. Porque eram barradas nos centros de cultura científica. P.66

Na oficina a contribuição das mulheres (como a dos homens) depende menos de conhecimento livresco e mais de inovações práticas em ilustração, cálculo ou observações. P.61

Enquanto na França as contribuições das mulheres às ciências vinham, consistentemente, de mulheres das classes superiores, na Alemanha, algumas inovações mais interessantes vinham de artesãs. A força das artesãs na Alemanha explica o fato notável de que entre 1650 e 1710 cerca de 14 por centro de todos os astrônomos alemães eram mulheres – uma porcentagem mais alta do na Alemanha de hoje. 61

Com a crescente polarização das esferas públicas e doméstica, a família deslocou-se para a esfera doméstica privada, enquanto a ciência migrava para a esfera pública da indústria e universidades. P.69

Coloco ênfase sobre a sobre a Revolução Científica dos séculos XVII e XVIII porque foi nessa época que as modernas instituições e ideologias limitando a participação das mulheres na ciência tiveram lugar. P.69

Com a crescente profissionalização da ciência, as mulheres que queriam seguir carreiras científica tinha duas opções. Elas podiam tentar seguir o curso de instrução e certificação pública através das universidades, como seus equivalentes masculinos, Essas tentativas, como sabemos, não tiveram êxito, até a virada do século XX. Ou elas podiam continuar a participar no interior da (agora privada) esfera familiar como assistentes cada vez mais invisíveis para maridos ou irmãos cientistas. P.70

Inúmeras mulheres anônimas serviram como equipes e técnicas invisíveis apoiando o homem no centro do palco. Elas fizeram diversos trabalhos repetitivos e tediosos, às vezes meditando sobre chapas estelares astronômicas ou catalogando coleções de história natural, mensurando rastros em filmes ou calculando equações antes do advento dos computadores. P.71

As mulheres fizeram alguns progressos nos meios acadêmicos durante a Segunda Guerra Mundial: elas mantinham 12 por cento das posições de ensino em 1942, mas 40 por centro em 1946. Mas após a guerra, no que Margaret Rossieter denominou a remasculinização da ciência, as ‘’velhas meninas’’ foram postas de lado. P.72

A partir das décadas de 1960 e 1970 um conjunto de fatores conspirou para estimular as mulheres a ingressarem na ciência. P.73

Neste atmosfera, mesmo mulheres e minorias figuravam como recursos nacionais valiosos. Isso, juntamente com o movimento das mulheres renovado da década de 1970, produziu um boom, na participação das mulheres na ciência – um boom intensificado por um financiamento governamental de programas designados para atrair mais minorias e mulheres para a ciência e engenharia. P.73

A história dos primórdios das mulheres na ciência nos ensina diversas coisas. Primeiro, ela ensina que as instituições científicas assumiram muitas formas através dos séculos e que a estrutura dessas instituições pode encorajar ou desencorajar a participação das mulheres. Segundo, ela revela que, nas modernas sociedades industriais, a divisão de trabalho entre emprego e lar permanece um obstáculo ao ingresso de mulheres nas profissões; Terceiro, a história ensina que o êxito das mulheres na ciência depende de uma variedade de fatores interdependentes: o prestígio das instituições científicas, os acasos de guerra e paz, o clima político, a estrutura da família vis-à-vis à economia. Muitos dos problemas que as mulheres enfrentam na ciência, hoje, responsabilidades acadêmica versus relógio biológico – têm raízes históricas profundas. E quarto, a história descarta o mito do progresso inevitável no que diz respeito às mulheres na ciência. Há um senso de que a natureza segue o seu curso – que, dado tempo, as coisas se endireitam sozinhas. A história das mulheres na ciência, contudo, não caracterizado por uma marcha de progresso, mas por ciclos de avanço e recuo. A situação das mulheres mudou junto com as condições sociais e os climas de opinião. P.74

MEDIDORES DE EQUILIBRIO

Por que estatísticas? Medir discriminação não a remove. Mas números trazem o distintivo da verdade em nossa sociedade, e estatísticas são tidas como fornecendo uma medida objetiva do status das mulheres. 75

A territorialidade também define a vida área as mulheres na academia. Todos nós sabemos que as mulheres tendem mais a ensinar e pesquisar em humanidades e ciências sociais do que em ciências naturais e engenharia. (Existem exceções; em 1994, por exemplo, as mulheres obtiveram 41 por centro dos doutorados em biologia, mas apenas 37 por cento em história.) p.78

...

Baixar como (para membros premium)  txt (102.8 Kb)   pdf (265 Kb)   docx (50.8 Kb)  
Continuar por mais 60 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com