TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fichamento - Uma história do feminismo no Brasil

Por:   •  15/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.471 Palavras (6 Páginas)  •  1.548 Visualizações

Página 1 de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL CIDADE DE GOIÁS

FACULDADE DE DIREITO

DISCIPLINA: GÊNERO, DIREITO E SEXUALIDADE

PROFESSORA: SILVANA BELINE

ALUNO: HENRIQUE FERREIRA ROQUE                                        MAT-125616

Fichamento: PINTO, Célia Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, Coleção História do Povo Brasileiro, 119 p. 2003.

TRECHO DO TEXTO

COMENTÁRIO

O livro está dividido em quatro capítulos, o primeiro deles dedicado ao que se poderia chamar de primórdios do movimento, que se estende da virada do século XIX para o século XX até 1932, quando as mulheres brasileiras ganharam o direito de votar. (PINTO, 2003, p. 10).

Sobre a organização do livro.

Os outros três capítulos tratam do feminismo pós-1968, ou seja, do grande movimento social de alcance mundial que tomou conta das últimas décadas do século XX e que parece ainda estar longe de seu fim. (PINTO, 2003, p. 10).

Período de intensificação do feminismo no mundo e também no Brasil.

...é possível identificar diferentes vertentes no movimento. Pelo menos três são claras. A primeira delas, a mais forte e organizada, é a liderada por Bertha Lutz, que tem como questão central a incorporação da mulher como sujeito portador de direitos políticos. (PINTO, 2003, p. 14).

Das três vertentes feministas que se desenvolveram no Brasil.

A segunda vertente é a que se poderia chamar de feminismo difuso, o qual se expressa nas múltiplas manifestações da imprensa feminista alternativa. (PINTO, 2003, p. 15).

A terceira vertente se manifesta no movimento anarquista e, posteriormente, no Partido Comunista. [...] O menos comportado dos feminismos no período tem como grande expoente. Maria Lacerda de Moura. (PINTO, 2003, p. 15).

Inconformadas com a não-aprovação do voto feminino pela Constituinte, um grupo de mulheres fundou em 1910 o Partido Republicano Feminino. (PINTO, 2003, p. 18).

Partido Republicano Feminino 1910.

O estatuto do partido dá uma ideia muito clara do que pretendiam essas mulheres: não defendiam apenas o direito ao voto, mas falavam de emancipação e independência. (PINTO, 2003, p. 18).

O Partido Republicano Feminino desapareceu nos últimos anos da década de 1910, época em que Bertha Lutz retornou de Paris e começou a organizar o embrião do que viria a ser a maior expressão do feminismo da época, a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (FBPF). (PINTO, 2003, p. 21).

Bertha lutava pelos direitos negados pelo Estado brasileiro à mulher, mas ao mesmo tempo era representante oficial desse mesmo Estado em conferências internacionais. (PINTO, 2003, p. 23).

Luta por dentro do sistema.

A maioria das mulheres que mais se destacaram na federação e representaram seus estados nos congressos tinha pais intelectuais, militares e políticos ou dedicados a profissões urbanas de elite, como medicina, direito, engenharia. (PINTO, 2003, p. 25).

Algumas mulheres tiveram grande destaque na luta pelo voto em seus estados, sem ter qualquer relação com a federação. Dois exemplos são ilustrativos dessas trajetórias diversas: Elvira Komel e Julia Alves Barbosa. [...] Elvira criou o Batalhão Feminino João Pessoa, alistando 8.000 mulheres que trabalharam na retaguarda do movimento revolucionário. (PINTO, 2003, p. 26/27).

Mulheres que fizeram a Revolução.

Francisca Senhorinha Motta Diniz foi possivelmente a primeira mulher a fundar um jornal no Brasil com o objetivo de divulgar a “causa das mulheres”. Em 1873 fundava em Minas Gerais O Sexo Femino (PINTO, 2003, p. 31).

Da busca por reconhecimento midiático e apoio da opinião pública.

Outro jornal importante da época foi editado por Josephina Álvares de Azavedo, irmã do famoso poeta. (PINTO, 2003, p. 32).

O anarquismo, como mais tarde o ideário comunista, tinha uma posição muito ambígua em relação às questões específicas da condição da mulher. (PINTO, 2003, p. 33/34).

Influências do anarquismo e do ideário comunista no feminismo brasileiro.

Tínhamos, portanto, na Europa e nos Estados Unidos, cenários de grande efervescência política, de revolução de costumes, de radical renovação cultural, enquanto no Brasil o clima era de ditadura militar, repressão e morte. Mesmo assim, aqui como lá na virada para a década de 1970, mas primordialmente ao longo desse período, surgiu e se desenvolveu o movimento feminista. (PINTO, 2003, p. 43).

Feminismo X Ditadura

A grande maioria das militantes feministas dos primórdios do feminismo no Brasil esteve envolvida ou foi simpatizante da luta contra a ditadura no país, tendo alguma delas sido presas, perseguidas e exiladas pelo regime. (PINTO, 2003, p. 45).

Romy Medeiros criou em 1949 o Conselho Nacional de Mulheres, cuja principal atividade era lutar por iniciativas institucionais em prol das mulheres. [...] O Estatuto da Mulher Casada foi aprovado em 1962. (PINTO, 2003, p. 46).

Primeiras manifestações

Em 1972 começaram a aparecer nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro os primeiros grupos feministas inspirados no feminismo nascente no hemisfério norte: eram grupos de reflexão, informais, que reuniam mulheres que se conheciam anteriormente e tinham um caráter bastante privado. (PINTO, 2003, p. 49).

Os primeiros grupos feministas

A partir de 1964, mas principalmente após 1968, foi grande o número de brasileiros que partiram para o exílio devido à perseguição do regime militar. (PINTO, 2003, p. 52).

Exílio

Mas a mais importante organização de mulheres brasileiras no exílio foi o Círculo de Mulheres Brasileiras em Paris, que durou de 1975 a 1979. (PINTO, 2003, p. 54).

A luta continua

Em 1975, o general Geisel já havia assumido o governo e prometia uma distensão política gradual e controlada. Mas o que marcou realmente o ano na história do feminismo foi a decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) de defini-lo como o Ano Internacional da Mulher e o primeiro ano da década da mulher, realizando ainda uma conferência sobre o assunto no México, (PINTO, 2003, p. 56).

Influências da ONU na luta pela igualdade.

Em 1978 um documento intitulado “Carta às mulheres” falava das reinvindicações a que os candidatos deveriam atender nas eleições daquele ano. Estavam divididas em gerais e específicas e davam a exata medida do cenário político no qual se desenrolavam as lutas sociais do Brasil. (PINTO, 2003, p. 61).

De 1975, marco do movimento feminista no mundo e no Brasil, até 1979, quando o país dá os primeiros passos firmes em direção à democratização, com a anistia e a reforma partidária que terminou com o bipartidarismo, o movimento feminista esteve associado muito de perto à luta pelo fim da ditadura militar, (PINTO, 2003, p. 65).

Fim da ditadura e do bipartidarismo.

A relação do feminismo com o campo político a partir de 1979 deve ser examinada de três perspectivas complementares: a conquista de espaços no plano institucional, por meio de Conselhos da Condição da Mulher e Delegacias da Mulher; a presença de mulheres nos cargos eletivos; e as formas alternativas de participação política. (PINTO, 2003, p. 68).

Desenvolvimento do feminismo na redemocratização

A institucionalização acabou acontecendo. Sua forma mais visível foi a dos conselhos da condição da mulher, mas não foi a única e possivelmente também não foi a mais bem-sucedida. (PINTO, 2003, p. 70).

A “Carta das mulheres”, promovida pelo CNDM mas de autoria de um conjunto muito amplo de mulheres chamadas a Brasília, foi o documento mais completo e abrangente produzido na época, e possivelmente um dos mais importantes elaborados pelo feminismo brasileiro contemporâneo. (PINTO, 2003, p. 75).

O feminismo participou da constituinte que gerou a Constituição Brasileira de 1988.

Como vimos até o momento, a década de 1980 trouxe consigo a partidarização e a institucionalização do movimento feminista no Brasil. As eleições de 1982 haviam dividido as militantes em dois grandes grupos, as peemdebistas e as petistas. As feministas começaram a ocupar cargos estaduais com a eleição de alguns governadores do PMDB, principalmente em São Paulo, e federais com a criação do CNDM, em 1985, que teve papel decisivo na conquista de um conjunto importante de direitos na Constituição de 1988. (PINTO, 2003, p. 79).

Recapitulando e pensando em novos temas da década de 1980.

Agora, diante de uma questão de natureza muito diversa, as feministas encontravam-se em uma situação que revelava algumas semelhanças. As mulheres que formavam o SOS Mulher não eram as vítimas de violência física. A vítima era, isso sim, a outra, aquela que não era feminista, aquela que não tinha cultura, aquela que não tinha condições econômicas. As feministas deparam nesse momento com “a vida como ela é” e parecem não ter gostado do que viram. (PINTO, 2003, p. 81).

A realidade nem sempre corresponde as expectativas, mesmo após anos de luta nem todas as mulheres eram feministas.

A produção acadêmica sobre a mulher tem um texto fundador e definitivo: a tese de livre-docência defendida em 1967 por Heleieth Saffioti, A mulher na sociedade de classes: mito e realidade, orientada por Florestan Fernandes e publicada como livro em 1969, com prefácio de Antônio Candido de Mello e Souza. (PINTO, 2003, p. 86).

O feminismo no contexto da academia

A Anpocs, que reúne as três grandes áreas das ciências sociais, antropologia, ciência política e sociologia criou seu primeiro grupo sobre a questão, dedicado ao debate sobre a mulher e o trabalho em 1979. Logo surgiu um segundo grupo

        

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.6 Kb)   pdf (87.2 Kb)   docx (16 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com