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Fichamento: O que é ética?

Por:   •  24/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.528 Palavras (27 Páginas)  •  337 Visualizações

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REFERÊNCIA

VALLS, Álvaro L. M.. O que é ética. 9 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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Capítulo 1: Os problemas da ética (p 7-23)

O capítulo 1 do livro “O que é ética” aborda, como o seu próprio título já nos supõe, os problemas da ética, não sei ainda se concordo com o uso do termo problemas, acho que talvez seria melhor usar os desafios da ética, ou algo nesse sentido. O autor inicia o livro fazendo uma pequena discussão sobre o que pode ser a ética, ele fala inicialmente que a ética pode ser uma reflexão sobre os costumes humanos e nos traz um questionamento importante logo na primeira página do capítulo: “Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a ética?” (p 7)

        Segundo Valls o estudo da ética é didaticamente separado em dois campos, o que ele chama de problemas gerais e fundamentais [algo que eu não chamaria de problemas como já explicitado anteriormente, dado os significados históricos da palavra problema], e problemas específicos. Porém como o próprio autor explicita essa divisão é puramente didática e não se aplica na “vida real”.

        Quando Valls fala que a ética é o estudo dos costumes humanos ele descreve uma questão que é para ele fundamental: “[...] os costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito [...]”; e ao se posicionar desta maneira ele traz outro importante questionamento ao perguntar se a ética não seria, levando em consideração os processos de mudança dos costumes, uma simples listagem das convenções sociais provisórias. Para exemplificar e fortalecer sua argumentação, o autor diz que se fosse apenas uma listagem das convenções sociais provisórias, uma atitude correta seria a que fosse de acordo com os costumes que prevalecessem na sociedade, ou seja os costumes dominantes, que são aceitos por todos, logo, alguém que se comportasse de maneira diferente desses costumes dominantemente aceitos estaria, portanto, errado.

        O autor discute que em relação as grandes teorizações que ocorreram no campo da ética “[...] há documentos importantíssimos desde os gregos [...]”, documentos que proporcionam reflexões que são fruto, segundo o autor, da experiência de um povo e até mesmo de uma classe social. Ainda no que tange aos costumes, o autor considera também o fato de que não somente eles [os costumes] mudam, mas também os valores que esses costumes carregam. Em relação a teorização no campo da ética, Valls diz que a variação dos costumes é um problema, e ressalta que uma boa teoria ética partiria do princípio de universalidade.

        Dois nomes são citados já nessa primeira parte e considero fazer algumas considerações sobre eles, Sócrates e Kant. Segundo o livro, Sócrates não baseava a sua ética apenas nos costumes do povo, mas também, na convicção pessoal, para que dessa forma fosse possível compreender a justiça das leis, para muitos pensadores Sócrates foi o primeiro “grande pensador da subjetividade”. Kant buscava uma ética universal. O autor finaliza o capítulo dizendo que há muitos pensadores atualmente que consideram o estudo da ética um dos mais difíceis, e parte para uma discussão sobre a ética na Grécia Antiga, no capítulo 2.

        Sócrates é citado como um dos fundadores da filosofia ocidental, ele criou um novo método de investigar o que pensamos, que ficou conhecido como método socrático ou dialético, que consiste em formular perguntas/questionamentos sobre questões cotidianas. Sócrates foi considerado como sofista e condenado a morte em Atenas sob a justificativa de corromper a juventude, isso porque no seu caminho para investigar o pensamento humano Sócrates fez muitos inimigos, inobstante, fez também vários seguidores como Platão que registrou os diálogos socráticos. Ele acreditava que compreender a nós mesmos era a primeira grande tarefa da filosofia, por isso ele investigava a base dos conceitos que aplicamos a nós mesmos, como bom, ruim e justo.

        Kant queria provar a existência de um mundo material que não pode ser posta em dúvida. Kant fiz que para algo existir é preciso que esse algo seja determinável no tempo e diz ainda que não podemos experimentar o tempo diretamente, mas sim por meio das coisas que se movem ou permanecem iguais. O idealismo transcendental de Kant nos proporciona um meio radical de compreender a distinção entre nós mesmos e o mundo externo, e esse método afirma que tanto a razão quanto a experiência são necessárias para compreender o mundo.

  • “ A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.”. (p 7)
  • Enquanto uma reflexão científica, que tipo de ciência seria a ética?”. (p 7)
  • “Didaticamente, costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois campos: num, os problemas gerais e fundamentais (como liberdade, consciência, bem, valor, lei e outros); e no segundo, os problemas de ética profissional, de ética política, [...] É um procedimento didático ou acadêmico, pois na vida real eles não veem assim separadas.”. (p 8)
  • “[...] a ética se distingue de outros ramos do saber, ou de outros estudos de comportamentos humanos [...]”. (p 8)
  • “As questões da ética nos aparecem a cada dia.”. (p 9)
  • “Mas há uma outra questão, especificamente ética, que parece ser absolutamente fundamental. Os costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito. [...] A ética não seria então uma simples listagem das convenções sociais provisórias?”. (p 10)
  • “Quanto aos costumes para partirmos do real e não do ideal propriamente dito, é preciso reconhecer desde logo uma séria restrição: a humanidade só reteve por escrito depoimentos sobre as normas de comportamento (e teorias) dos últimos milênios, embora os homens já existam há muito mais tempo.”. (p 12)
  • “Tais reflexões não deixavam de brotar de uma certa experiência de um povo, e, num certo sentido, até de uma classe social.”. (p 12)
  • “Não são apenas os costumes que variam, mas também os valores que os acompanham, as próprias normas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria, de um povo a outro.”. (p 13)
  • “Se formos pesquisar estes costumes mais a fundo, descobriremos então talvez que, por trás das normas explícitas, havia outros valores mais altos.”. (p 14)
  • “Mesmo nos dias de hoje, numa mesma sociedade, não notamos nítidas diferenças de costumes de costumes entre as classes da mais alta burguesia, a pequena burguesia e o proletariado, para não falar dos camponeses ou agricultores?”. (p 15)
  • “Não seria exagerado dizer que o esforço da teorização no campo da ética se debate com o problema da variação dos costumes.”. (p 16)
  • “Uma boa teoria ética deveria atender à pretensão de universalidade, ainda que simultaneamente capaz de explicar as variações de comportamento, características das diferentes formações culturais e históricas.”. (p 16)
  • “Dois nomes merecem destaque, [...] Sócrates [...] Kant”. (p 16)
  • “[...] Sócrates foi chamado, muitos séculos depois, ‘o fundador da moral’, porque sua ética [...] não se baseava simplesmente nos costumes do povo e dos ancestrais, assim como nas leis exteriores, mas sim na convicção pessoal adquirida através de um processo de consulta ao seu ‘demônio interior’ [...] na tentativa de compreender a justiça das leis.”. (p 17)
  • “Sócrates seria então, para muitos, o primeiro grande pensador da subjetividade [...]”. (p 17)
  • “Kant buscava uma ética de validade universal, que se apoiasse apenas na igualdade fundamental entre os homens. Sua filosofia se volta sempre, em primeiro lugar para o homem, e se chama filosofia transcendental porque busca encontrar no homem as condições de possiblidade do conhecimento verdadeiro e do agir livre.”. (p 18)
  • “Kant achava que a igualdade entre os homens era fundamental para o desenvolvimento de uma ética universal.”. (p 19)

Capítulo 2: Ética grega antiga (p 24-34)

Na Grécia Antiga surgiram várias teorias, ideias e definições que nos acompanham no debate sobre a ética nos dias atuais. Vale a pena estruturar, segundo a autor, as ideias de Platão e Aristóteles. Sócrates já foi colocado anteriormente, partindo para Platão, responsável por sistematizar as ideias de Sócrates, coloca sua visão de busca pelo bem e pela felicidade (comum na reflexão grega neste campo), a felicidade era entendida como prazer, como sabedoria prática, como verdade, não existia a concepção contemporânea de felicidade. Para que isso ocorresse o homem deveria ser virtuoso, e ser virtuoso significava ser uma assimilação de Deus, existiam também as principais virtudes: Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança. Já Aristóteles fala que a busca pelo bem é algo mais prático, e que essa busca está diretamente relacionada ao grau de complexidade do ser, a discussão ética em Aristóteles sobre a busca do bem ou como o livro coloca, o conjunto dos bens, era algo que envolvia várias esferas e diversas buscas. Ainda há o que o autor traz como “escala de bens”, que são bens que segundo Aristóteles eram melhores, como a virtude, a força, o poder, a riqueza e a beleza. É importante ressaltar que esta visão parte de uma sociedade escravocrata, claro que com suas particularidades históricas e sociais que a diferenciam das sociedades escravocratas que vão surgir posteriormente, mas, essas ideais eram pensadas por uma aristocracia e para uma aristocracia que se ocupavam das artes contemplativas.

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