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GÊNERO E AS RELAÇÕES SOCIAIS

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Por:   •  13/5/2014  •  967 Palavras (4 Páginas)  •  469 Visualizações

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o termo gênero é uma representação não apenas no sentido de que cada palavra, cada signo, representa seu referente, seja ele um objeto, uma coisa, ou ser animado. O termo “gênero” é, na verdade, a representação de uma relação, a relação de pertencer a uma classe, um grupo, uma categoria. Gênero é a representação de uma relação(...) o gênero constrói uma relação entre uma entidade e outras entidades previamente constituídas como uma classe, uma relação de pertencer(...) Assim, gênero representa não um indivíduo e sim uma relação, uma relação social; em outras palavras, representa um indivíduo por meio de uma classe (LAURETIS, 1994, p. 210 In CARLOTO, 2008, p. 03)

A presente análise dedicou-se a realizar um breve resgate histórico a partir do recorte dos conceitos de questão de gênero e das relações sociais, presentes no artigo “O conceito de gênero e sua importância para a análise das relações sociais”, da autora Cássia Maria Carloto, que traz em seu texto, de maneira contundente, “a emergência e importância de se colocar em pauta o estudo do conceito de gênero enquanto instrumento teórico que permite uma abordagem empírica e analítica das relações sociais” (CARLOTO, 2008, p. 01).

O estudo de gênero apresenta-se enquanto área de pesquisa acadêmica interdisciplinar que abrangem as relações de gênero - masculino e feminino - na cultura e na sociedade. Enquanto campo de estudo e pesquisa tem seu surgimento nos EUA em decorrência dos estudos feministas e pós-estruturalistas nos anos 1960, sob a influência de Judith Butler e Michel Foucault. Somente a partir dos anos 1980 passa a considerar questões além do estudo da mulher, como masculinidade e identidade homossexual.

As discussões teóricas a respeito do gênero podem ser analisadas a partir das características sexuais biológicas, fixas ou geneticamente determinadas na diferença entre homem e mulher, ou culturais, onde a identidade de gênero masculino ou feminino apresenta-se enquanto uma construção cultural, que, segundo Bourdieu (BOURDIEU, 1999) é influenciada pelo habitus. Ou ainda, utilizando-se de Beauvoir, "não se nasce mulher, torna-se mulher" (1987, p. 13).

As primeiras pesquisas de gênero apresentavam como objetivo principal a denúncia da opressão vivida pelas mulheres. Para tal, era necessário embasar-se em conceitos que admitissem, ao mesmo tempo, pôr em evidência uma opressão até então oculta e perceber suas modalidades de funcionamento. Tratava-se de pôr em evidência um segmento esquecido pelas pesquisas, todas realizadas de acordo com o universo masculino. Estas pesquisas implicaram em se estruturar uma reflexão sobre a mulher para daí poder atingir uma análise da realidade social que estas vivem, indicando que não existe uma particularidade ou uma essência feminina, mas um segmento social que é sobrecarregado com tarefas específicas, designadas pela divisão social e sexual do trabalho de modo arbitrário, porém reversível.

A existência de gêneros é a manifestação de uma desigual distribuição de responsabilidade na produção social da existência. A sociedade estabelece uma distribuição de responsabilidades que são alheias às vontades das pessoas, sendo que os critérios desta distribuição são sexistas, classistas e racistas. (CARLOTO, 2008, p.01)

O conceito de relação social de sexo esteve presente desde o princípio dos estudos e pesquisas sobre gênero, uma vez que põe em destaque a dominação masculina. Tal conceito podia ser identificado através dos termos exploração e opressão, que eram os mais utilizados. Carloto nos apresenta a seguinte constatação:

A tentativa de construir o ser mulher enquanto subordinado [...] vai ter a marca da naturalização, do inquestionável, já que dado pela natureza. Todos os espaços de aprendizado, os processos de socialização vão reforçar os preconceitos e estereótipos dos gêneros como próprios de uma suposta natureza (feminina e masculina), apoiando-se, sobretudo,

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