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HOBBES EM 2019: UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA DOS CONCEITOS DE LEVIATÃ

Por:   •  29/9/2019  •  Artigo  •  1.751 Palavras (8 Páginas)  •  145 Visualizações

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HOBBES EM 2019: UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA DOS

CONCEITOS DE LEVIATÃ

Pedro Henrique Quiste

Jornalismo, PUC-GO

Resumo

O presente artigo relata o pensamento e ideais hobbesianos no século XXI, tendo

como base os conceitos descritos pelo autor em Leviatã. O objetivo foi compreender

em que situações da contemporaneidade ainda pode-se observar traços das premis-

sas utilizadas pelo teórico inglês. Para isso, foram usados dados fornecidos por insti-

tutos de pesquisas nacionais e internacionais, além de referências de outros autores

do ramo. Concluiu-se que, mesmo que o sistema vivido pelo filósofo não seja predo-

minante mais no mundo, suas obras ainda se mostram extremamente relevantes

mesmo em condições básicas da sociedade atual, vivenciadas até mesmo no dia a

dia de certa parte da população mundial.

Palavras-chave: Thomas Hobbes, sociedade contemporânea, política.

Abstract

This article reports the thoughts and ideals of Hobbes in the XXI century, based on concepts described by the author in Leviathan. The goal was to understand in which situations of contemporaneity it is possible to observe features of assumptions made by the English theoric. Therefore, data provided by national and international research institutes were utilized, in addition to references from other authors in the field. In con-clusion, despite the fact that the political system lived by the philosopher is not predo-minant in the world anymore, his work is still extremely relevant even in basic condi-tions of current society, experienced on a daily basis by parte of world population. Palavras-chave: Thomas Hobbes, contemporary society, politics.

1 INTRODUÇÃO

Hobbes foi, sem dúvidas, um dos maiores pensadores políticos da Idade Mo-derna e continua relevante até o presente século. Defensor do absolutismo – mas sempre seguindo princípios de liberdade individualista -, o inglês explicou o funciona-mento e a existência do Estado realizando uma análise puramente baseada no ho-mem.

Para tanto, ele criou a expressão “contrato social”, um conceito definido pelo

acordo entre pessoas que preferem abdicar parte de sua liberdade para ter mais

segurança. A premissa de Hobbes, inclusive, é de que nem todos são capazes de se defender, e, por isso, era necessária a presença de um rei rígido que controlasse a sociedade.

Apesar de o sistema monarquista absolutista não estar presente em pratica-mente nenhum país de maior relevância socio-econômica, pois estes já adotaram a democracia republicana ou, no máximo, a monarquia parlamentarista, traços das pre-missas hobberianas ainda existem ao redor do globo.

Este trabalho, solicitado pela professora Maria Aparecida Guimarães Sko-rupski, visa trazer situações contemporâneas em que os ideais do autor podem ser observados.

2 O PODER PELO MEDO

Para Hobbes, uma das grandes sensações do ser humano é o medo. Natu-ralmente, seu desejo é sempre poder continuar existindo – perpetuar uma vida, uma família. Mas nem sempre isso é possível, e o medo de perder o que construiu sempre assola os cidadãos.

Neste ponto, o autor já toca num ponto que é inovadora: o foco no individua-lismo. Aqui, ele foca na possibilidade de buscar sua propriedade privada, de forma “egoísta”, uma premissa que lembra o liberalismo, que surge algumas décadas de-pois.

Por isso, o homem encontrou uma maneira de atingir seus objetivos: o poder. Assim, sua natureza é a guerra para proteger o que é seu e assumir o controle. Para finalmente finalizar os confrontos, o contrato social gera um Estado protetor, que tem a missão e objetivo de fornecer segurança a seus membros.

Novamente, é importante ressaltar: o Estado – principalmente na forma ex-pressa por Hobbes, absolutista – representa a cerceação das liberdades, até porque ele utiliza de instrumentos de coerção para impor ordem. Mesmo assim, o importante é defender e criar garantias para que o homem fique seguro.

3 AS REPRESENTAÇÕES HOBBESIANAS NO SÉCULO XXI

O mundo mudou muito desde o século XVII, em que Leviatã foi publicado pela primeira vez. A democracia e o liberalismo, apesar de hoje não mais serem conceitos

de tudo separados, dominam as principais potências e representantes internacionais:

Estados Unidos e boa parte dos países europeus, por exemplo.

Mesmo assim, a própria busca pelo poder por políticos e cidadãos “comuns” já representa o princípio de Hobbes em 1650. E não é necessário fazer análises em regiões distantes do Brasil quando o processo eleitoral nacional de 2018 deixou claro isso.

3.1 Eleições presidenciais no Brasil

Jair Messias Bolsonaro, candidato pelo PSL, foi eleito com 55% dos votos válidos em outubro daquele ano. Ele apresenta características de extrema-direita que trazem lembranças de princípios dos totalitarismos italino alemão, sendo a principal delas o foco em violência e segurança pública. O filósofo Vladimir Safatle, em coluna publicada pela Folha de São Paulo, escreveu:

Pois poderíamos dizer que todo fascismo tem ao menos três características fundamentais. Primeiro, ele é um culto explícito da ordem baseada na violên-cia de Estado e em práticas autoritárias de governo. Segundo ele permite a circulação desimpedida do desprezo social por grupos vulneráveis e fragiliza-dos. O ocupante desses grupos pode variar de acordo com situações históri-cas específicas. Já foram os judeus, mas podem também ser os homossexu-ais, os árabes, os índios, entre tantos outros. Por fim, ele procura constituir coesão social através de um uso paranoico do nacionalismo, da defesa da fronteira, do território e da identidade a eixo fundamental do embate político. (SAFATLE; VLADIMIR, 2018).

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