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INFLUÊNCIAS EUROPEIAS E NORTE-AMERICANAS NO SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  5/11/2014  •  1.868 Palavras (8 Páginas)  •  4.414 Visualizações

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A implantação do serviço social deu-se no decorrer de um processo histórico iniciado a partir dos anos de 1920-30. No Brasil, a economia, que desde a segunda metade do século XIX até os anos 1930 se caracterizava por um modelo agroexportador, passa a adotar, na Era Vargas, um modelo industrial, de substituição de importação, modelo urbano-industrial. A mudança do sistema agrário-comercial para o industrial produziu profundas alterações sociais, principalmente com a mudança do estilo de vida rural para um urbano-industrial, levando à crescente urbanização, fenômeno esse que só faz agravar problemas e conflitos sociais, solicitando ações das instâncias majoritárias.

O discurso do serviço social era essencialmente um veículo de doutrinação e propaganda do pensamento social da igreja. Tendo por objeto remediar as deficiências dos indivíduos e das coletividades. No entendimento mais amplo o discurso era doutrinário e preso a dogmas católicos, na metodologia existia a atuação em casos individuais de ajustamento aos padrões das classes altas.

A reorganização do bloco católico, que se faz com que a base na experiência e modelos já testados na Itália e França, ter por objetivo definido o enquadramento político e ideológico daqueles setores da população, a partir da ação das organizações do movimento católico leigo. A ideia era recristianizar a sociedade ameaçada pela crise, recuperar o homem mais concretamente e recuperar o proletariado.

A Igreja Católica esforça-se para atuar na área social preocupada não apenas com as idéias comunistas que estavam crescendo, mas também pela presença na sociedade do liberalismo, pelas idéias contundentes do positivismo e pela nova “cara” que o Estado assume, no caso, a República.

O Serviço Social começa a surgir como um “departamento” especializado da Ação Social e da Ação católica, num momento extremamente importante para a definição do papel da Igreja dentro das novas características que progressivamente vai assumindo a sociedade brasileira. Estará assim, profundamente relacionado a esse processo e à ação política e social da igreja.

O apostolado social que se desenvolve a partir de reorganização do bloco católico será a tentativa de penetrar nos meios populares, de enquadrá-los, visando a sua transformação em instrumento de pressão para a reconquista dos privilégios e prerrogativas materiais e ideológicos da igreja e a defesa de seus interesses políticos.

Frequentemente se tem atribuído à influencia européia determinadas características assumidas pelos pioneiros da implantação do Serviço Social entre nos. O autoritarismo, paternalismo, doutrinarismo se tornou a base técnica, que marcariam a atuação dos primeiros núcleos que se formam em São Paulo e no Rio de Janeiro, seriam típicos de Serviço Social europeu.

O Serviço Social, tanto na Europa como no Brasil, surge como parte, ramificação de movimentos sociais complexos. Os núcleos pioneiros do Serviço Social, surgindo como ramificações da Ação Católica, têm sua base social definida pela composição do bloco católico. O Serviço Social se caracteriza, assim, por ser um movimento ao qual se dedicam mulheres de famílias abastadas, reunidas a partir de seu relacionamento e militância no meio católico.

As questões sociais da época sofriam influência de ideologias européias centradas na Moral e no assistencialismo, portanto serviam como aparato para os aparelhos repressores do Estado. Era o serviço social usado, então, para “apaziguar” os conflitos sociais. Entretanto, diante das questões cada vez mais complexas que se inseririam em um mundo com demandas técnicas mais exigentes, necessário se faria se identificar com um serviço social que apresentasse respostas a tudo isso; respostas essas relacionadas a uma sistematização apurada das teorias ditas sociais: agora era imprescindível trazer conhecimento científico e técnico ao invés de aceitar somente a contribuição moralista e assistencialista inspirada pelos europeus. Foi então que surgiu a influência americana para o serviço social brasileiro. Essa última satisfaria, em parte, essas exigências do momento, já que estava vinculada a questões muito mais científicas.

Embora nesses primeiros anos de profissão a influência européia seja significativa, ela gradativamente cede espaço às técnicas profissionais norte-americanas. “A presença norte-americana se fará através de técnicas para o agir profissional, técnicas essas que terão como pressupostos teóricos o funcionalismo.

Nesse período, no Brasil, havia uma conjuntura sócio-econômica que condizia com o modelo norte-americano de serviço social. As mudanças decorrentes de uma industrialização crescente no nosso país exigiam um serviço social mais sistemático-científico. A velha fórmula européia inspirada nos moldes católicos a partir de uma abordagem no indivíduo, e, diga-se de passagem, escondendo as reais intenções subjacentes ao sistema capitalista e burguês, não mais se sustentava diante das novas e desafiantes necessidades das classes operárias e trabalhistas.

A partir da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos apresentaram-se como nação hegemônica nas relações com os países europeus, tendo como objetivo a concretização de seu interesse pelo uso dos países da América Latina. Esse fato intensificou a influência norte-americana no serviço social brasileiro.

A influência norte-americana se deu no período da gênese da profissão do serviço social, teve influência importante com suas as ideias da filantropia científica ela incorporava as teorias estrutural-funcionalistas e as metodologias de intervenção, especificamente os métodos de serviço social de caso, serviço social de grupo, organização de comunidade e, posteriormente, desenvolvimento de comunidade. A partir de 1945, o serviço social assumiu o modelo funcional implantado pelos Estados Unidos e se afastou do doutrinarismo da Igreja Católica que predominava nos fins da década de 30 e no início da década de 40.

Como marca da influência norte-americana no ensino especializado no Brasil, situa-se o Congresso Interamericano de Serviço Social (realizado em 1941 em Atlantic City, EUA). A partir desse evento se amarram os laços que irão relacionar estreitamente as principais escolas de serviço social brasileiras com as grandes instituições e escolas norte-americanas e os programas continentais de bem-estar social.

O perfil exigido do assistente social passou a ser:

- De uma pessoa da mais íntegra formação moral;

- Corresponder a qualidades pessoais de inteligência

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