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Importância do conhecimento do funcionamento do sistema nervoso para profissionais no campo da educação

Pesquisas Acadêmicas: Importância do conhecimento do funcionamento do sistema nervoso para profissionais no campo da educação. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/7/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.209 Palavras (13 Páginas)  •  340 Visualizações

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EUROCIÊNCIA, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Arnaldo Nogaro[1]

RESUMO:

A formação de professores tem se mantido como tema de estudo e de reflexão, isto demonstra que se trata de uma permanente inquietação de diferentes segmentos: gestores, formadores, estudantes, dentre outros. Por que preocupar-se com a formação do professor? O professor formado adequadamente desenvolve a docência de maneira diferenciada, com qualidade e voltada para o estudante. O objetivo deste texto é demonstrar como a neurociência contribui para o bom desempenho do trabalho do professor e como pode ser uma importante aliada para melhorar processos de ensino e aprendizagem. Trata-se de uma abordagem teórica com base em autores contemporâneos que pesquisam o assunto. Ao longo do corpo do texto procura-se explicitar elementos que deem visibilidade às descobertas científicas da neurociência e como a interface com a área da educação pode auxiliar na prática pedagógica.

Palavras-chave: Aprendizagem. Neurociência. Formação de professores.

Sobre a problemática do texto

A pergunta “como funciona o cérebro?”, que há muitos anos o homem vem se fazendo começa a ser respondida com o auxílio de novos equipamentos científicos e da revolução biológica e hoje agrega conhecimentos que já se constituem em suportes importantes para o desenvolvimento do trabalho do professor[2]. Sabemos que tudo isso é bastante recente e novo, gerando insegurança e relativa ausência de confiança na área, porém não se pode ignorar estes progressos e agir de maneira indiferente ao que está acontecendo no cenário contemporâneo.

A neurociência cognitiva tem uma história recente, datando dos primeiros anos da década de setenta do século passado o aparecimento do termo “neurociência cognitiva”. Como se trata de uma área bastante nova, circula muitas informações sobre ela. Como algumas são de pouca cientificidade provocam desconfiança, por não possuírem fundamento verdadeiro acabam por se constituir em mitos (neuromitos) e distorcer seu real entendimento e contribuição.

Nosso objetivo não é fazer uma dissecação de conceitos[3] da biologia, neurologia, neurociência, etc., mas argumentar para mostrar que o seu conhecimento, por parte dos educadores, pode auxiliar na interação com os estudantes e no processo de ensino e aprendizagem. Alguns conceitos abordados no texto, talvez, muitos educadores, pouco se perguntaram sobre eles, especialmente sobre sua relação com o que fazem diariamente com seus alunos nas salas de aula, o que não nos autoriza a responsabilizá-los pela pouca importância dada a estes conhecimentos. O fato concreto é que os cursos de formação de professores, em sua grande maioria, passa à margem desta questão. Apesar disso pensamos que seja importante desenvolvermos esta reflexão em torno deles para que os tragamos ao debate e assim oportunizaremos, quem sabe, para muitos educadores, uma primeira conversa sobre o assunto.

Algumas provocações

Algumas provocações inicias dão a dimensão do desafio que o professor tem para manter-se em sintonia com seu tempo: a inteligência é hereditária? Qual o papel da memória na aprendizagem? Por que lembramos de algumas coisas e esquecemos de outras? Qual dos sentidos interfere mais no aprendizado? Podemos aprender muitas coisas ao mesmo tempo? Aprendemos todos do mesmo jeito ou de jeitos diferentes? Por que alguns aprendem com facilidade o que outros, mesmo com muito esforço, não conseguirão? Qual o preparo (formação) do professor para responder, com segurança, a estes questionamentos? Poderíamos nos estender e construir um texto somente de perguntas, mas lançamos mão de algumas para contextualizar o que vamos dizer a respeito do conhecimento da neurociência e sua implicação no trabalho do professor, na prática pedagógica.

Cotidianamente na sala de aula nos deparamos com situações de falta de atenção, pouca assimilação, ausência de compreensão, dificuldades de aprendizagem e nos angustiamos porque não sabemos como encontrar alternativas para tais problemas. Acabamos por dividir nossa angústia no diálogo com colegas de profissão ou lamentando e responsabilizando a criança e o adolescente por ter “pouca vontade”, “não esforçar-se o suficiente”, “ser desinteressado”, etc. Somos desconhecedores de qual solução apontar, pois, nosso processo de formação não contemplou saberes maiores a este respeito. Acabamos por nos conformar diante da barreira encontrada ou buscar alguma “metodologia”, que, quem sabe, vá poder suprir esta lacuna. Mas o que podemos perceber é que estas atitudes acabam contribuindo muito pouco. Como resolver de maneira contundente tal dilema?

Recorrendo às Ciências Cognitivas, à Neurociência, pois elas serão a solução definitiva? Em parte isto é verdadeiro. Elas podem contribuir ao nos estender conhecimentos que permitem uma visão maior e mais profunda sobre a mente humana, mas a transposição desses saberes para a prática pedagógica é de nossa responsabilidade como educadores. De que maneira? Instrumentalizando-nos dos conhecimentos que estas ciências (mais especificamente a Neurociência) nos alcançam e associando-os a nossos saberes pedagógicos para entender melhor como a cabeça “funciona”, como o cérebro aprende.

Para Metring (2011, p. 13) os neurocientistas

[...] não estão preocupados em formular receitas, seja para a área educacional, organizacional, médica ou qualquer outra. Estão sim preocupados em descobrir, dia após dia, coisas maravilhosas sobre a organização neuronal do ser humano e as disponibilizar para quem queira utilizar seus achados, mas o trabalho de articulação (no nosso caso, os processos de ensino e aprendizagem) precisam ocorrer a partir das necessidades dessas áreas e por profissionais dessas áreas.

A proposição de fazer com que os profissionais da educação possam estudar e conhecer os avanços da Neurociência para utilizá-los

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