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Infância no momento da morte

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Por:   •  18/6/2014  •  Resenha  •  254 Palavras (2 Páginas)  •  154 Visualizações

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1. Infância na hora da morte.

A mortalidade infantil na pequena cidade alagoana de Carneiros, a 253 quilômetros de Maceió, não é um índice, é um massacre: 633,3 em cada mil crianças. A miséria absoluta em que vive o pequeno município de 5.800 habitantes é a causa principal da infinidade de enterros: crianças mal nutridas, num lugar que praticamente nada produz, com exceção de pequenas culturas de mandioca e feijão, não resistem às doenças respiratórias e às complicações intestinais. O único médico da cidade, Gérson Leão de Mello, 31 anos, clínico geral formado pela Universidade Federal de Alagoas, atende em média 80 pessoas, por dia, entre adultos e crianças. “Muitas doenças”, diz ele, “poderiam ser evitadas caso a população fosse mais informada e menos afeita a crendices populares e tradicionais da região”. As mulheres, por exemplo, em sua maioria, casam-se muito jovens, com cerca de 14 anos, isto quer dizer, quase crianças ainda, e têm, em média, 16 filhos. Metade das crianças nascidas morrem antes do primeiro ano de vida. Há casos drásticos, como o de Marinalva Maria de Jesus, de 51 anos. Dos seus 26 filhos, apenas quatro sobreviveram. “Vivemos em um mundo diferente”, diz ela, “esperamos somente o dia em que Deus nos chame para nos tirar desta terra”. A morte das crianças é encarada como uma graça divina em Carneiros. Como diz Maria Milton dos Santos, 38 anos, que perdeu seis dos 16 filhos que teve: “Deus resolveu levá-los, me fazendo um favor”.

Fonte: texto adaptado da revista Isto é, maio de 2005.

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