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Limitações do método comparativo de antropologia

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Por:   •  19/8/2014  •  Resenha  •  926 Palavras (4 Páginas)  •  278 Visualizações

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As limitações do método comparativo da Antropologia” é o texto base a parir do qual o autor construirá toda sua teoria posterior. Em cima dele, Boas criticou métodos antigos e sugeriu novas regras de aplicação para aquele método amplamente utilizado pela Antropologia em sua época: o método comparativo. Frustrado com os resultados pouco ou nada sólidos apresentados pelos utilizadores deste método, Boas opta pela segurança do método. Caso contrário, a Antropologia jamais fundaria suas bases como ciência séria e também compromissada com formulações imparciais. O objetivo do ilustre antropólogo é, portanto, pavimentar um caminho seguro para a Antropologia, cujas formulações comparativas, até aquele momento, ainda não haviam sido provadas.

Adentrando no texto, por vezes encontramos empregada a locução “leis gerais”. É muito importante compreender seu significado e sua importância. A Antropologia cresceu a ponto de poder quantificar grande parte da variedade de fenômenos étnicos e detectar que algumas sociedades compartilham alguns traços em comum. A existência destas semelhanças culturais em diversas partes leva a crer a existências de leis gerais que governam a mente humana e, por conseguinte, o desenvolvimento de suas sociedades. O papel da Antropologia é chegar à elucidação destas leis gerais, através da síntese de elementos teóricos e elementos coletados em campo, para que elas sejam utilizadas para orientar nossas ações em beneficio da humanidade. Possivelmente é essa a grande discussão deste texto — a de como chegar a estas leis gerais de maneira segura.

Uma das censuras que Boas faz ao uso do método comparativo, tal como ele estava sendo aplicado, é sobre a tendência a se considerar a linearidade da história da evolução humana. Em contraposição, nosso autor defende que, embora existam similaridades étnicas entre duas ou mais tribos, estas não são, necessariamente, oriundas das mesmas causas, que podem ser tanto internas, fundadas sobre condições psicológicas, quanto externas, baseadas no meio em que elas vivem. O autor assume, portanto, uma visão de evolução multilinear da história, entendendo que o mesmo fenômeno étnico pode surgir independentemente em diversas tribos por diferentes caminhos. O estudo antropológico deve ser direcionado no sentido de mostrar como tais fenômenos modificam essas “idéias elementares”. Um dos objetivos principais da pesquisa antropológica é, portanto, uma tentativa de descobrir os passos pelos quais certos estágios culturais se desenvolveram.

Embora Boas considere a influência de fatores externos, ele nega que as condições geográficas do meio sejam determinantes da cultura, considerando que similaridades culturais de povos que vivem sobre as mesmas condições poderiam ser mais bem explicadas pelo advento da difusão cultural. Não que a difusão cultural seja, para Boas, o elemento que necessariamente explique as similaridades culturais em todo globo terrestre, ou mesmo que as similaridades culturas entre povos vizinhos indiquem prova incontestável de conexão histórica — fique claro isso.

Na investigação das origens das “ideias universais” — as similaridades culturais —, assume-se que seria impossível chegar ao conhecimento das fontes últimas das ideias, invenções e costumes. Isso por razões bem práticas: primeiro, porque é impossível resgatar todos os conteúdos históricos em sua completude; segundo, porque formas culturais podem ser originais daquela tribo ou importadas de outras tribos; finalmente, porque elas podem ser oriundas de uma causa ou de várias.

O autor admite a incursão, em certa medida, da psicologia na análise das causas internas, mas crê que esta por si só seja capaz de elucidar todos os aspectos, pois alguns deles são demasiados

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