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Machismo Na Universidade

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Por:   •  21/1/2015  •  1.296 Palavras (6 Páginas)  •  227 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este relatório tem por finalidade abordar os principais pontos discutidos durante as exposições e debates realizados no evento promovido pelo Coletivo de Mulheres do Direito UERJ com o auxílio e apoio do Centro Acadêmico Luiz Carpenter e a Associação Atlética Acadêmica Ricardo Lira, intitulado “Machismo na Universidade e nos Jogos Universitários”. A mesa era composta por Cecília Vieira de Melo (advogada), Juliana Cesário Alvim Gomes (advogada), Luciana Boiteux (especialista em criminologia) e Amanda Matos (especialista em psicologia) e a palestra se realizou no dia 04 de junho às dez horas e trinta minutos no Auditório da Faculdade de Direito da UERJ.

Abordando diversos aspectos desse tema tão complexo e presente na convivência em comunidade, as palestrantes despertaram fecundas discussões entre os estudantes e demais convidados. Nesse relatório, serão ressaltadas as principais ideias discutidas pelas convidadas e suas relações com a sociedade em que estamos inseridos.

EXPOSIÇÕES

Em um primeiro momento, as palestrantes expuseram números e estatísticas de diversos órgãos de pesquisa que mostravam que as mulheres, nas mais diferentes comunidades, ainda sofrem com as consequências e efeitos do preconceito velado que nutrimos nas relações sociais. Foi citada, por exemplo, uma pesquisa da ONU que diz que 70% das mulheres já sofreram ou ainda sofrerão algum tipo de violência.

A invisibilidade de muitos desses dados e a ignorância da maior parte do mundo em relação a eles mostra que existe uma tentativa coletiva inconsciente de ocultar o preconceito. Assim, cresce a tolerância social à violência, o que é preocupante na medida em que a falta de reação contrária por parte das massas, criticando, batalhando e lutando contra a violência, pode fazer com que esta cresça.

As palestrantes destacaram, ainda, que a origem das atitudes machistas e preconceituosas são as mais diversas, mas a maioria delas se relaciona ao sistema social que prega a supremacia masculina, sendo o homem, conforme destacou Cecília Vieira de Melo, o elemento neutro dessa sociedade.

Essa relação de subordinação enraizada às práticas intersubjetivas gera uma divisão social de tarefas baseada no gênero do indivíduo, fazendo com que as expectativas sobre um sujeito acerca de alguns comportamentos não se efetivem caso ele não se identifique com a tarefa que é esperada de um ser de seu sexo. Assim, essa relação de “patriarcado” ocasionaria reações violentas por parte de indivíduos que julguem o seguimento dos padrões pré-estabelecidos como única forma correta de vivência.

Assim, criou-se a ideia de que o homem, como sexo forte, pode (e deve, inclusive) mostrar-se violento, enquanto o dever da mulher é submeter-se às decisões de seus parceiros e comportar-se como moça distinta. Outro paradigma sexista criado a partir das tradições machistas consiste na erotização da figura feminina, que justificaria a submissão da mulher através da sexualidade.

Percebe-se, portanto, que o preconceito e a violência não são fenômenos isolados, individuais, e sim coletivos, sistêmicos, que se reproduzem em todas as escalas sociais. Deve-se, pois, como destacou a palestrante Luciana Boiteux, cuidar para que, ao se penalizar um indivíduo, não se crie a falsa impressão de que ele seria o único culpado. Devemos, ao contrário, reconhecer que esse é um problema coletivo e, os culpados particulares devem sofrer as devidas sanções ao mesmo tempo em que se reconhece que a revisão de posturas de todos é necessária para uma solução definitiva.

A advogada Cecília Vieira de Melo destacou, ainda, que é difícil que a sociedade reconheça o problema do machismo, pois, admitir que as mulheres sofrem violência, pode pôr em risco a dominação que os homem tentam, mesmo que inconscientemente, nutrir. O primeiro passo para nos livrarmos do machismo sistêmico, seria, então, admitir e expor o preconceito constante, quebrando o paradigma que preza a invisibilidade da violência para que, uma vez expostas, as matrizes da sociedade de submissão de desfaçam.

Voltando seu discurso para a especificidade do campus universitário, a advogada Juliana Cesário Alvim Gomes mostrou que a UERJ é apenas um microcosmo que reproduz em seu interior as relações de dominação presentes do resto da sociedade como um todo. Dessa forma, seríamos, como corpo estudantil, um reflexo do que se passa e do que se vive no resto do país. Devemos, segundo a advogada, portanto, lutar para mudarmos tais relações, para que essa modificação em um ambiente particular se difunda ao resto das relações que protagonizamos.

Abordando um dos efeitos do preconceito, as palestrantes comentaram sobre a disparidade na evolução profissional de homens e mulheres em todo o mundo. As mulheres, apesar de maioria em algumas áreas, ganham, em geral, salários mais baixos se comparados com os dos homens e têm menos chances de desenvolvimento profissional.

Por conta de estereótipos reproduzidos na sociedade, então,

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