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Mulheres Negras Russanas:seus Trabalhos E Suas Lutas Por Um Lugar Ao Sol

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Por:   •  29/1/2015  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  537 Visualizações

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Mulheres Negras Russanas: seus trabalhos e suas lutas por um “lugar ao sol”

Lucia Silva

Fui convidada pela Carus a escrever um artigo sobre as artes, patrimônio algo que falasse sobre o povo russano. Fiquei a pensar sobre qual temática abordar, não tenho o dom da poesia,nem do conto, das artes teatrais. Fiquei vagando nos meus pensamentos e então me veio à idéia de escrever sobre uma parte da população russana que sempre foi relegada, marginalizada pela sociedade russana: A mulher negra russana, esta que por mais de dois séculos vem contribuindo com desenvolvimento de Russas com seus trabalhos sempre em atividades secundárias, em casas de famílias, ou subempregos

Esta temática exige um estudo mais profundo, porém devido ao tempo que me foi dado,apenas tentarei instigar o povo russano a refletir, analisar sobre a importância deste povo que também contribuiu com o crescimento de nossa cidade.

No primeiro momento farei uma revisão bibliográfica sobre o negro no Brasil, no segundo momento tentaremos lembrar de algumas mulheres que em suas várias atividades fizeram história em Russas.torno a frisar, faltará muitas delas

Diferentes estudos mostram que entre meados do século XVI e a década de 1850, foram traficados para o Brasil em torno de quatro milhões de pessoas escravizadas, entre congos, angolanos, benguelas, caçanjes, minas e outros indivíduos provenientes dos mais diversos povos e grupos étnicos que habitavam as vilas, cidades e regiões do continente africano.

O conjunto formado por mulheres e homens africanos que foram transportados para as cidades escravistas do território brasileiro não constituía, contudo um grupo homogêneo e indiferenciado. Como é de se supor, cada um possuía sua própria história. Trouxeram consigo lembranças e referencias familiares, étnicas, religiosas e culturais, que juntas se fortaleceram e fundamentalmente influíram na vida de todos deste outro lado do Atlântico.

A riqueza e a diversidade cultural destes povos e de suas tradições penetraram em diferentes setores da sociedade brasileira. Influenciaram determinantemente a fé, o falar, o andar, o vestir, o comer, o festejar, assim como trouxeram os sons, cores e sabores que moldaram a maneira de ser do Brasil. Um dos mais significativos exemplos desta influencia está expresso no cotidiano de norte a sul do país. Foram as mulheres mbundu, provenientes da África centro-ocidental a primeiras feirantes no país. Foram elas as quitandeiras, tanto daqui como de Luanda, Angola, que imprimiram um jeito especial de fazer negócio caminhado, ou de montar um tabuleiro em cada esquina e vende toda a sorte de produtos. Foram elas as ganhadeiras que durante séculos, dominaram o comércio ambulante em diversas cidades dos dois continentes

No período de colonização, as africanas desempenharam os mais diferentes papéis, que compreendiam desde as tarefas domésticas, ate a lida diária nas extensões de terra roxa, que primeiramente serviram á monocultura da cana-de-açúcar. Em todas as etapas de produção e manufatura dos produtos canavieiros, houve a labuta das mulheres escravizadas. Elas retiravam ervas daninhas da gleba, semeavam e enfeixavam as canas. Nos engenhos, cozinhavam e enormes tachos de cobre, transformado-as em melaço, no processo que teria como produto final o açúcar. No interior das casas grandes, preparavam a comida, lavavam, coziam e arrumavam , efetuando todos os afazeres cotidianos para as famílias escravocratas. Trabalhavam de sol a sol, sob rígida fiscalização dos feitores, ou das sinhás, recebendo pelos serviços o mínimo necessário para sobreviver. Os exploradores garantiam apenas uma refeição diária, basicamente formada por feijão, milho e farinha de mandioca. Carnes, quando servidas, eram geralmente sobras ou de qualidades duvidosa. Ironicamente o hábito que tinham de cozinhar o feião com as partes deixadas pelos escravistas criaria um dos pratos mais populares do Brasil: a feijoada

No Brasil, a tradição de partejar, assim como a de benzer, é resultado dos diálogos culturais entre africanas, indígenas e européias. Já havia na Antiguidade indícios de mulheres que colocavam em prática os saberes passados de geração a geração e atuavam como benzedeiras, curandeiras e parteiras. Desde épocas remotas, eram elas que viajavam de casa em casa, aldeias em aldeias, atuando como médicos locais. Portadoras de dons e conhecimentos que exigiam destreza com segredos da natureza e da fé foram permanentemente requisitadas por pessoas de diferentes classes. Contraditoriamente, séculos mais tarde, seus trabalhos seriam considerados bruxaria pela Igreja Católica.

Muitos foram os nomes dados às mulheres que se dedicavam a essas tarefas. Aparadoras, parteiras, curandeiras, benzedeiras, ente outros. Embora apagada dos autos da história médica oficial, as evidencias mostram que, nas casas-grandes, foram elas, na condição de cativas, mucamas, amas-de-leite ou “mães-pretas”, as primeiras responsáveis, ao lado das índias, pelos cuidados com a manutenção da saúde e pelo combate ás doenças da família brasileira. Desde a travessia do Atlântico, um misto de magia, espiritualidade, arte e força configuravam essas práticas, alvos permanentes da repressão na colônia e mais tarde no império trazido do continente africano e recriado no Brasil.

As condições nefastas do cativeiro e a marginalização, na pós-emancipação, impediram que africanas e crioulas escravizadas ou livres, deixassem documentados suas experiências na área da cura. Em geral, poucos são os registros oficiais sobre a vida dessas mulheres, o que torna os processos da Inquisição fontes de grande valor para as pesquisas. Diários, biografias e cartas produzidas por essas agentes têm um ter de raridade. Quando eram levadas ao tribunal do Santo Ofício, um pouco de sua história vinha à tona em suas defesas, testemunhos e relatórios.

Nos tempos atuais, as parteiras, rezadeiras e benzedeiras sofrem alijamento do processo de cura em favo das técnicas da medicina oficial. Dessa forma, as velhas parteiras, quando conseguem se aposentar, fazem isso como trabalhadoras rurais

Desde o período colonial, a educação feminina esteve voltada, na maior parte das vezes, para as funções domésticas, a aprendizagem dos cuidados com a casa, com o marido e os filhos, sendo o bordado uma das únicas prendas permitidas sem maiores inquietações. Nem brancas, nem negras ou indígenas eram alfabetizadas, salvo casos isolados,

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