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Notas Sobre O Capítulo 36 Do Livro Sociologia E Educação De Michael Apple

Trabalho Escolar: Notas Sobre O Capítulo 36 Do Livro Sociologia E Educação De Michael Apple. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/2/2015  •  3.191 Palavras (13 Páginas)  •  532 Visualizações

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Curso: Pedagogia

Disciplina: Educação Trabalho e Sociedade

Professor: Luiz Alberto Ferreira

Aluna: Helen Parnes Miranda

Notas sobre o livro Sociologia e Educação de Michael Apple

Capítulo 36

Comentário:

Michael Apple desenvolve em seu texto os fatores importantes para entender a sociologia da educação:

1) A contextualidade

1.1) a consolidação da Sociologia no Brasil se deu no séc XX em múltiplos centros de estudo até ser interrompida pelo regime autoritário de 1960. Michael Apple destaca a nascente da reflexão sociológica em 1950, liderada por Florestan Fernandes em São Paulo que se opunha a segmentarização dos ramos da sociologia tais como a educação, o trabalho e a cultura. Disso, extraímos sua correlação com a teoria: interdisciplinaridade da sociologia.

Era necessário se compreender a especificidade da história brasileira em suas múltiplas dimensões (econômicas, políticas e culturais). Para isso, requeria um olhar crítico à recepção das teorias estrangeiras.

2) concepção da sociedade brasileira a partir da sua singularidade histórica.

Nesse sentido, o Brasil era entendido como uma forma “peculiar do sistema capitalista”, no qual as desigualdades não tendiam a ser excluídas mas a fazer parte de sua própria estrutura. “As tensões não eram concebidas como anomia mas como elementos constitutivos da sociedade”. (p. 439). Assim surgem os estudos sobre a instituição escolar, no entanto, com foco na migração, industrialização e urbanização vez que repercutiam na vida escolar. (p.439)

3) A percepção do fenômeno como o reflexo da sociedade

Percebia-se que era através do estudo da periferia e da sociedade marginalizada que se compreenderiam os movimentos da sociedade como um todo, o que, inclusive, permitia a verificação dos princípios que a estruturam. (Bastos, 2002, p. 184 Apud Michael Apple, p. 439).

4) O conflito de grupos sociais: geracional

Antonio Candido (1953) denunciava a visão de Durkheim que tinha o aluno como uma tábula rasa e considerava a educação como “ato unilateral da geração adulta sobre imaturos”, sendo o foco de seu estudo o conflito entre a geração adulta e os educandos que resistiam aos trabalhos educativos daqueles. Assim, propunha o estudo de sociabilidade inerente ao grupo de alunos, suas expectativas que iam além das relações formais.

5) Jovens como categoria social

Marialice Foracchi, inspirada em Karl Von Mannheim, situou os jovens como categoria social e analisou a relativa marginalidade dos jovens diante da estrutura social e dos centros de poder, situando os universitários brasileiros como “atores emergentes de uma sociedade dependente que se tornaram protagonistas do radicalismo político dos movimentos estudantis dos anos 1960”.

6) Radicalismo juvenil

Octavio Ianni também estudou o radicalismo juvenil demarcando a relação do regime capitalista e a história do advento político da juventude. – Na singularidade da juventude estariam contidas as omissões, os benefícios e tensões de uma configuração social vez que a juventude representava a categoria social sobre a qual “inflete, de modo particular, a crise do sistema” (Foracchi, 1972 Apud Michael Apple, p. 440) (p. 439-440) - a juventude reflete a crise do sistema.

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Diante dessa constatação de relação entre e enquadramento na história (contextualidade) e a totalidade das condições das especificidades culturais (classes, gerações), os estudos englobavam tanto a sociologia da educação como a sociologia da juventude, motivo pelo qual não deveriam se especializar em um outro ramo somente, como Apple propõe desde início. (p. 440)

Em 1970, a pós-gradação é estruturada no Brasil, a sociologia ressurge mas com dificuldade de se estruturar devido às dificuldades de se compreender a singularidade da sociedade brasileira (contexto) e seu sistema de ensino (fenômeno), bem como à escassez de discussões mais densas. A pesquisa era centrada nas desigualdades escolares. (p.440)

7) Influência do pensamento marxista

Com a influência da nova sociologia da educação na Inglaterra, por meio de estudos sobre o currículo e linguagem (Michael Young - 1971 e Basil Bernstein - 1975) e por meio da diversificação teórica nos anos 1980 pela incorporação de perspectivas interacionistas e etnográficas, as pesquisas sociológicas tem como foco os aspectos internos da instituição escolar, entendendo que as rotinas, práticas, modos de ensino, aprendizagem, seleção de conteúdos e interação em sala de aula entre alunos e professores constituem elementos de controle, instalando relações de poder, promovendo desigualdades de classe, gênero e etnia. (p.440)

Apesar dessas pesquisas terem tido resultados muito diferentes porque a análise de situações microssociais também encontra dificuldade em se articular com os processos mais amplos de natureza estrutural, de forma geral as pesquisas tendiam à democratização social que então voltava ao debate público, sendo vista a educação pública como direito democrático e a necessidade de mudanças nas práticas escolares a fim de romper com a produção de desigualdades sociais. (p. 440)

8) O aluno como foco

No entanto, as últimas décadas carecem de pesquisas que colocam como centro de seus estudos o aluno, focando demais nas práticas escolares e se esquecendo das condições vividas pelo aluno. No mesmo período se expande o acesso escolar ao passo que se reconhece a “crise de eficácia da ação socializadora da instituição escolar” e com isso os aspectos da dominação e reprodução cultural são afetados. Os alunos parecem constituir o problema para os processos de reprodução cultural.

Duro-Bellat e Agnes Van Zanten: “a condição de aluno deve ser objeto problemático de investigação no âmbito do estudo sociológico da escola: não se nasce aluno, torna-se aluno. (1992)”

3 pressupostos:

- dissociação entre ensino e a aprendizagem que faz nascer a noção de trabalho escolar a ser realizado por crianças e jovens

- o reconhecimento de que esse trabalho do aluno não se resume à resposta às exigências

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