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Fichamento Cap 1 Livro Chutando A Escada

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Por:   •  22/10/2013  •  1.427 Palavras (6 Páginas)  •  1.211 Visualizações

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1.1 Introdução

[Pág 11] Atualmente, os países em desenvolvimento estão sofrendo uma enorme pressão, por parte das nações desenvolvidas e das políticas internacionais de desenvolvimento controladas pelo establishment, para adotar uma série de “boas políticas” e “boas instituições” destinadas a promover o desenvolvimento econômico. “Boas” são as políticas prescritas pelo chamado Consenso de Washington em geral. Entre elas figuram políticas macroeconômicas restritivas, a liberalização do comércio internacional e dos investimentos, a privatização e a desregulamentação “Instituições boas” são, essencialmente, as [pág12] existentes nos países desenvolvidos, sobretudo nos anglo-saxônicos. Incluem-se a democracia, a burocracia “boa”, o Judiciário Independente, a forte proteção aos direitos da propriedade privada (inclusive a intelectual) e uma governança empresarial, transparente e orientada para o mercado, assim como instituições financeiras.

[Pág 12] Dão como ponto pacífico que essas políticas e instituições “boas” foram efetivamente adotadas pelos países desenvolvidos quando estes ainda estavam em processo de desenvolvimento.

[Pág 12] Por Exemplo, aceita-se amplamente que a Grã-Bretanha veio a ser a primeira superpotência mundial graças à política de laissez-faire, ao passo que a França ficou relegada ao atraso em razão de uma política intervencionista.

[Pág 13] Mesmo em termos superficiais, não faltam indícios e evidências históricas fragmentárias sugerindo o contrário. E possível que alguns saibam que, contrariamente à sua natureza nos séculos XVIII ou XX, o Estado francês do século XIX foi essencialmente conservador e não intervencionista. Também é provável que estejam informados sobre as elevadas tarifas praticadas pelos Estados Unidos, pelos menos a partir do fim da Guerra de Secessão. Uns poucos terão ouvido dizer que o banco central norte-americano, o Federal Reserve Board, foi criado bastante tardiamente, nada menos que em 1913. E é possível que uma ou duas pessoas saibam até que, no século XIX, a Suíça se alçou à categoria de líder mundial em tecnologia sem contar com uma só Lei de Patentes.

[Pág 13] À luz dessas provas contrárias à visão ortodoxa da história do capitalismo, cabe indagar até que ponto os países desenvolvidos não estão procurando esconder o “segredo de seu sucesso”. Em outras palavras, o que este livro pergunta é: como os países ricos enriqueceram de fato?

[Pág 13] A resposta mais sucinta é que eles não seriam o que são hoje se tivessem adotado as políticas e as instituições que agora recomendam às nações em desenvolvimento.

[Pág 14] Antes de se tornarem completamente desenvolvidos (ou seja, antes do fim do século XIX e do início do XX), eles possuíam pouquíssimas dessas instituições agora consideradas tão essências aos países em desenvolvimento, inclusive as mais “básicas” como os bancos centrais e a responsabilidade limitada.

1.2Algumas questões metodológicas: tirando lições da história

[Pág 14] Em face dos países desenvolvidos, os mais atrasados não conseguem desenvolver novas indústrias sem a intervenção do Estado, principalmente por meio de tarifas protecionistas.

[Pág 15] List argumenta que a Grã-Bretanha foi, sem dúvida alguma, o primeiro país a aperfeiçoar a arte de promover a indústria nascente, arte essa que, a seu ver, é o princípio em que se escora a maior parte dos países que lograram prosperar.

[Pág 16] List prossegue alegando que o livre-comércio é benéfico entre países de nível semelhante de desenvolvimento industrial, mas não entre os que têm diferentes níveis de desenvolvimento. Como muitos contemporâneos de nações que estavam tentando alcançar a Grã-Bretanha, ele argumenta que o livre-comércio favorece este país, mas não as economias menos desenvolvidas.

[Pág 17] No tocante aos Estados Unidos, List (1885, p.99) assinala que o país foi erroneamente julgado pelos grandes teóricos da economia Adam Smith e Jean B. Say, que os consideravam “uma Polônia”, isto é, uma nação fadada a depender da agricultura.

[Pág 17] Afortunadamente, argumenta List (1885, p99-100), os norte-americanos rejeitaram essa análise com firmeza e, preferindo o “bom senso” e a “intuição do que era necessário ao país”, passaram a proteger suas indústrias incipientes com grande sucesso a partir de 1816.

[Pág 18] Os Estados Unidos não só se tornaram o mais ardente praticante - e o berço intelectual - do protecionismo, como, no fim do período, passaram a ser o líder mundial da indústria. Os fatos históricos ulteriores deram razão a List também no tocante ao “chutar a escada”. Depois da Segunda Guerra Mundial, quando sua supremacia industrial ficou absolutamente patente, os Estados Unidos fizeram exatamente a mesma coisa que a Grã-Bretanha do século XIX, preconizando o livre comércio, muito embora tivessem obtido essa supremacia mediante o uso nacionalista e de um vigoroso protecionismo.

[Pág 20] Com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando o desenvolvimento dos países pós-coloniais passou a ser um tema importante, a abordagem histórica prosperou muito entre os criadores da “economia do desenvolvimento”. Igualmente prestigiosa foi a tese do “desenvolvimento tardio” do historiador econômico russo-americano Alexander Gerschenkron, que, com base na experiência da industrialização europeia, argumentava que o ritmo continuamente crescente do desenvolvimento tecnológico impunha aos países que estavam empreendendo a industrialização a criação de veículos institucionais mais eficazes para mobilizar o financiamento industrial.

[Pág 20] Na década de 1960, que marcou o auge da economia do desenvolvimento, organizaram-se coletâneas de ensaios explicitamente destinadas a transmitir aos países em desenvolvimento as lições extraídas da experiência histórica das nações desenvolvidas.

[Pág 21] Infelizmente, nas últimas décadas,

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