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O Pensamento Político e social Brasileiro

Por:   •  17/4/2018  •  Abstract  •  1.164 Palavras (5 Páginas)  •  253 Visualizações

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  1. Considerando-se a obra de Jessé de Souza intitulada A Tolice Inteligência brasileira (2015), o que podemos depreender de sua análise acerca da produção intelectual nacional? Qual o sentido da expressão colonizado até o osso? (Vale 03 pontos)

R: Jessé de Souza em sua obra trata de fazer um breve voo nas obras de autores da literatura brasileira do século XX como: Amaury de Souza; Bolívar Lamounier; Gilberto Freyre; Raymundo Faoro; Roberto Damatta e Sergio Buarque de Holanda. Autores que em suas respectivas obras tentam descrever o Brasil e as relações sociais e políticas da sociedade brasileira como um todo.  Esses autores buscavam suas obras retratar o Brasil apontando erros e atitudes que faziam com que o país não alcançasse a magnitude econômica, social e política que os EUA alcançaram, sendo que, Brasil e EUA tiveram fundações parecidas.

Ao associarem a herança ibérica e patrimonialista que estavam presentes em todas as camadas políticas e sociais brasileiras, herança herdada da colonização Portuguesa, porém, adaptada aos moldes brasileiros, os autores legitimam um modelo ideal conservador liberal de Estado mínimo que o Brasil deveria seguir dos EUA, porém não conseguia fazer, resultando em um atraso democrático e uma não modernização da sociedade.

As obras desses autores fazem veladamente que o brasileiro se subestime, e esteja sempre se inferiorizando diante de outras potências mundiais sem sequer pensar e se fazer questionar sobre, legitimando e entranhando na sociedade brasileira essa inferioridade. Inferioridade essa começada com ideias como a de Freyre sobre a mestiçagem, que justificava que com essa mestiçagem não era possível existir racismo no Brasil, como que ocorria nos EUA, essa ideia acaba por criar um mito de democracia racial brasileira que vela e naturaliza as desigualdades de raça e preconceitos sofridos até hoje por uma parcela da sociedade que não tem a pele branca. A reprodução desse mito de democracia racial passa a ideia de uma equidade de raças, porém, essa equidade não existe. Jessé mostra um “filho” desse pensamento de Freyre, filho que Jessé chama de Sergio Buarque e mito do “o homem cordial”, e faz uma comparação com a ideia weberiana sobre o protestantismo ascético, que é o pensamento conservador liberal ideal e uma peça fundamental para se abrir ou não a porta para o desenvolvimento, sendo homem cordial seria o contrário dessa weberiana, tendo uma passionalidade quando o assunto é política e sociedade, uma não compreensão da separação das esferas públicas e privadas e  um apego a moral familiar de base patriarcal que afetam o liberalismo democrático e atrasa a modernização.

Os autores e os mitos criados segundo Jessé, acabam por enaltecer e explicitar a falta de conhecimento ou aprofundamento sobre conjuntura da história brasileira, tornando evidente uma violência simbólica que legitima o “colonizados até o osso” que digamos tem por criação  Sergio Buarque, mas que também é vista nos outros autores com ideias conservadoras liberais, que acreditam que somente fazer a comparação com outros países, seria possível diagnosticar e notar a diferença, culminando na ideia valores meritocráticos, valores esses que não seriam somente para pessoas que nascem com privilegio de cor, velando e entranhando na vida normal dos indivíduos as desigualdade e preconceitos existentes e influenciando o campo político até hoje.

  1. Partindo-se da mesma obra citada na questão de n°01, explique o que o Jessé de Souza quer dizer com a noção de "ideia-força". Na sequência, explique também qual o posicionamento do autor acerca das leituras sobre o Brasil que partem da chave do patrimonialismo. (Vale 03 pontos).

R:  Ideia-força segundo Jessé, seria a compreensão da relação do Estado, sociedade e mercado, sendo o Estado visto como incompetente e inconfiável, dando a entender que o mercado sim é digno de confiança, competência e virtude. O resultado dessa dignificação do mercado e rebaixamento do Estado, teria a mais importante funcionalidade de manutenção de interesses, vantagens e lucros de uma classe dominante no Brasil.

Pode se dizer que a ideia- força é resultado das ideias dos autores anteriores, de que o Estado deveria ser menos controlador perante ao mercado, deixando o espaço ser dominado pelo mercado que são vistos como os “bonzinhos” e únicos capazes de trazer progresso e modernização da sociedade, naturalizando e justificando o privilégio dessa pequena parte da sociedade que representa o mercado, velando a desigualdade social e racial existente no restante da sociedade, escondendo e privilegiando quem lucra com essa isso.

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