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O Platão e a Teoria da Reminiscência

Por:   •  18/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  878 Palavras (4 Páginas)  •  60 Visualizações

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Professor: Simon Noriega-Olmos

Data:10/12/2018

O objetivo deste ensaio será responder a seguinte pergunta: O que é que Platão quer dizer quando diz, no Fédon, que o conhecimento é uma lembrança? Primeiramente, irei analisar o significado de “teoria da reminiscência” e de que maneira contribuem este conceito para a construção do conhecimento. Posteriormente apresentarei os argumentos que considero pertinentes para a refutação desta teoria, contrapondo-os com os seus respetivos argumentos a favor, e em seguida desmentindo-os. Por fim, consolidarei a importância que a teoria da reminiscência possui em relação ao conhecimento.

Segundo Platão o conhecimento é uma lembrança na medida em que a alma já apreendeu todas as coisas e agora apenas as relembra.

Para melhor entender esta teoria, necessitamos de entender o que é a teoria da reminiscência e o que era esta teoria para Platão.

Devemos, então, analisar o significado de teoria da reminiscência, esta teoria afirma que o conhecimento deriva das nossas lembranças, o que pressupõe a existência de ideias na alma humana ali impressas antes do nascimento.

Para chegar a esta conclusão, Platão baseia-se no pressuposto de que o homem é uma dualidade (corpo e alma) e de que a alma, uma vez que possui uma essência imortal, dirige-se para o mundo inteligível após a morte do corpo, nele permanecendo durante algum tempo, e pôde aí contemplar as Ideias, que constituem a verdadeira realidade. Mas, uma vez que a sua qualidade imortal não implica perfeição e que o seu propósito é alcança-la, após algum tempo de aprendizagem, a alma regressa ao mundo sensível, encarna num outro corpo e inicia uma nova existência com o objetivo de recordar as aprendizagens anteriores e, desse modo, conhecer verdadeiramente, aperfeiçoando-se. 

 “Estamos de acordo, não é verdade, em que, para haver reminiscência, é imprescindível que antes se tivesse tido conhecimento do objeto que se recorda? Claro” ( Fédon , 73 c).

Considero que esta teoria seja falsa. Existem duas razões que a apoiam a minha tese:

Em primeiro lugar verifico o problema da circularidade acerca desta teoria platônica.

Aceitemos como verdadeiras as premissas P1 e P2,

P1: aprendizagem é anamnese.

Esta proposição implica uma consequência necessária que pode parecer à primeira vista óbvia, mas que esconde uma perspectiva inquietante:

P2: aprendemos num tempo anterior aquilo que recordamos.

Óbvio: só podemos recordar o que aprendemos num tempo anterior.

Mas se pusermos em interação P2 e P1, teremos um círculo vicioso, ou, seja, um processo ad infinitum: aprender é recordar, recordamos só o que aprendemos, mas o que aprendemos foi por sua vez adquirido por uma recordação.  

Em segundo lugar, Platão ao secundarizar a importância do corpo, não consegue resolver uma contradição presente na sua teoria: se não fosse o corpo e, por isso, os sentidos, como seria capaz a alma de ver, ouvir ou cheirar, o mundo material e poder partir para a reminiscência?

Deste modo, o filósofo secundariza falsamente o corpo uma vez que, em simultâneo, considera-o a prisão da alma e a única via de acesso ao mundo sensível que, sendo uma cópia do inteligível, permite, pelas vias sensíveis, a recordação do original e, por outro lado, faz dele o veículo de acesso às imagens pálidas das ideias puras que são as nossas percepções.

Porém com o intuito de analisar esta teoria irei expor os seus argumentos a favor mais fortes e depois refuta-los.

Em primeiro lugar temos o chamado argumento dos contrários.(70c-72e)

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