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Os Saberes Localizados

Por:   •  21/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  681 Palavras (3 Páginas)  •  164 Visualizações

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Donna Haraway é uma bióloga e filósofa feminista, muito conhecida pelo seu trabalho, Manifesto Ciborgue, que assim como em Saberes Localizados, vai trabalhar os conceitos de gênero, corpo e raça academicamente.

Haraway é uma autora contemporânea, o seu trabalho mais comentado é de 95, mas é importante lembrar que o momento em que a autora chega à academia não é apenas de mudanças sociais, mas também de certo conservadorismo.

O que eu quero dizer é que mesmo ela sendo uma mulher, trazendo questões de gênero para a academia, os espaços que ela estava entrando ainda eram repletos de homens brancos.

Tem até uma frase no meio do texto que já traça bem o momento da autora e que pode facialmente ser colocado nos dias de hoje: “Algumas de nós tentamos manter a sanidade nesses tempos fraturados e fraturantes mantendo uma versão feminista da objetividade”.

E eu entendo o Saberes Localizados muito como uma resposta a esse lugar homogêneo, cheio de ideais parecidas e, utilizando um termo que vai permear todo o texto, objetivas.

Essa objetividade vai ser o tema central desse trabalho. A partir de uma perspectiva feminista, a autora vai defender uma objetividade parcial e posicionada. Que ao invés de contar uma história única, que em termos de Sistemas Globais, defina e teorize o mundo; Pense em traduzir conhecimentos entre comunidades, trazer diferentes corpos e significados para o debate, não em busca de categorizá-los, mas para criar conexões.

E pensando nisso, é interessante resgatar o Malinowski e toda esse sonho da capacidade da antropologia de traduzir culturas, mas do outro lado, essa mesma disciplina caindo no etnocentrismo.

A autora vai apontar que, para tentar refutar a objetividade inalcançável e tecnocientífica proposta por filófosos-homens-brancos, as feministas tem se debruçado no construtivismo social e no empirismo feminista. Para a autora, essa objetividade é um movimento de poder que, através de um discurso científico, desvia a atenção para temas de interesse da ideologia dominante.

Essa proposta de objetividade feminista vai ser nomeada, pela autora, como saberes localizados. E ela vai consistir no dever de se nomear onde está e onde não está o conhecimento localizado. A autora vai entender no feminismo, a forma de se contribuir para essa mudança de visão.

E para essa mudança de visão para os “saberes localizados”, Haraway vai sugerir atribuir agência aos objetos estudados. Não apenas como um campo ou recurso em que se é utilizado para pesquisa e depois deixado de lado. Mas compreendê-lo como algo em constante mudança.

E é interessante como a autora, novamente, vai se apropriar da ficção científica para poder explicar a importância dessa visão. De como esse gênero provoca, serve como um convite para imaginar um novo mundo, com diferentes formas de ser humano. Conceito que ela vai utilizar muito em Manifesto Ciborgue, mas que aqui vai servir quase como uma motivação para ir em busca dessa nova objetividade que vai além do binário.

Então, a autora vai finalizar o ensaio não apenas criticando esse binarismo, mas também evidenciando que as relações entre sexo e gênero precisam ser retrabalhadas.

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