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Papel Do Índio

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Por:   •  1/10/2014  •  Resenha  •  725 Palavras (3 Páginas)  •  192 Visualizações

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Toda a questão da demarcação de terras e a problemática de a quem estas de fato pertencem, desembocam na questão primária e principal de todo esse conflito: Mas qual é o papel que os índios têm na sociedade brasileira? Eles realmente têm direito à estas terras? À quem elas pertencem? Qual é a imagem que os índios têm mediante a sociedade para que exista esse conflito em tirar suas terras naturais e aplicar leis sobre as mesmas?

A resposta é tão simples quanto contraditoriamente extensa em seu significado. Quando se fala de um povo indígena, a associação imediata que se faz é a figura de um indivíduo com o corpo tingido por tintas em padrões de pintura de sua própria cultura; esta que é vivida e repassada dentro de uma tribo onde não há meio de comunicação com a população urbana. Daí a ideia de que, por viverem em aldeias à beira-mar ou dentro de reservas florestais, portanto, matas, os índios são puramente selvagens que sobrevivem numa cultura subdesenvolvida e particular dentro de sua própria ordem. Não há conexão com o mundo de fora, a situação urbana e as

leis que regem o sistema democrático do país, logo, tais indígenas não são vistos ou considerados como integrantes ativos da população cívica.

Numa posição nada favorável, a mídia apenas ajuda a semear a ideia de que o índio é selvagem e, portanto, não merecedor das terras. A questão que se tem é: Se eles não trabalham, para quê precisam dos hectares que possuem? No lugar de continuarem sua estadia ali, por que não ceder a terra para que esta seja usada pelos latifundiários que, então, teriam maior proveito da terra?

Partindo de uma análise unilateral da situação, as reportagens sobre situações de demarcação mostram, portanto, que a violência das tribos em sua resistência é pura animosidade inata de seus comportamentos. Não são seres civilizados, logo, não se comportam como tais e atacam os senhores que, através de papeis, compraram terras as quais sequer ocupavam em primeiro lugar. Quase passando a ideia, ou de fato atentando à isso, que os indígenas estão, com seu comportamento violento e indomesticado, atrapalhando o progresso do país.

É fácil discutir sobre

a imagem do índio na sociedade quando o que se tem da mesma é esse estereótipo bruto e completamente consolidado na nossa cultura. É simples apontar quem é o “certo” da situação quando se tem uma interpretação errada da particularidade e importância da existência de uma das partes que estão envolvidas no conflito. Ao invés de ajudar a disseminar esse estereótipo e promover uma ‘humanização’ de ambas as partes, o Governo apenas faz fomentar as diferenças e reforçar a imagem de vilões vagabundos e mocinhos do progresso. A decisão de manter os índios conformados em suas reservas, ou mesmo ‘presentear’ as tribos com cestas básicas, não faz jus a uma ideia de ajuda de fato, mas, sim, uma caridade que nos leva a considerar a questão de: Seriam, então, os indígenas uma parte da nossa cultura que atrapalha, mas, por falta de uma decisão concreta sobre o que se fazer, é mantida com caridade e doações para que se contentem com o pouco que lhes é reconhecido?

Toda a cultura de uma tribo é esquecida diante da necessidade de crescimento urbano; quando então

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