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Prazer e sofrimento no trabalho: representações sociais de profissionais de recursos humanos

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Por:   •  28/10/2014  •  Artigo  •  4.371 Palavras (18 Páginas)  •  342 Visualizações

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Prazer e sofrimento no trabalho: representações sociais de profissionais de recursos humanos

Roque Tadeu Gui

Psicólogo Analítico (Junguiano). Psicólogo Organizacional. Especialista em Gestão de Pessoas no Banco do Brasil. Mestrando em Psicologia na Universidade de Brasília (UnB)

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RESUMO

Este estudo descreve as representações sociais de profissionais da área de Recursos Humanos do Banco do Brasil sobre prazer e sofrimento no trabalho. A pesquisa tem fundamentação teórica na Psicodinâmica do Trabalho e na Teoria das Representações Sociais. A metodologia adotada é de orientação qualitativa, utilizando-se a técnica do grupo focal como principal meio de coleta dos dados. Os participantes da pesquisa reconhecem a existência de situações que geram prazer e sofrimento no Banco do Brasil e admitem que é papel dos profissionais de Recursos Humanos intervir nas situações de sofrimento, com o objetivo de diminuí-lo e de potencializar as vivências de prazer na Organização.

Palavras-chave: Sofrimento e prazer no trabalho, representações sociais, psicodinâmica do trabalho.

ABSTRACT

This study describes the social representation of well-being and suffering at work built by the Human Resources professionals of Banco do Brasil. The research is based on the Work Psychodynamic Theory and Social Representation Theory. The adopted methodology is qualitative-oriented, using the focus group technique as the main form of data collection. Informers recognize the existence of well-being and suffering circunstances in the organization and assume that the Human Resources professional should take an active role in these circumstances with the purpose of minimizing suffering and maximizing well-being.

Keywords: Suffering and well-being at work, social representation, work psychodynamic.

Sofrer ou Não Sofrer, Esta é a Questão?

Estudos na área de saúde mental e trabalho têm abordado o tema do sofrimento psíquico nas organizações em suas múltiplas facetas. Alguns investigam a questão do sofrimento em categorias profissionais específicas e até mesmo do profissional bancário2. Não é de nosso conhecimento, contudo, a existência de trabalhos que abordem as representações sociais sobre prazer e sofrimento no trabalho construídas por profissionais de Recursos Humanos.

Estamos interessados em conhecer as crenças, opiniões, atitudes e sentimentos sobre o prazer e o sofrimento vividos pelos funcionários do Banco do Brasil, na perspectiva daqueles profissionais que têm exatamente por atribuição lidar com questões críticas para o bem-estar das pessoas na Organização. Interesse de pesquisa, por um lado. Por outro, a suspeita de que os achados deste estudo possam servir para uma melhor compreensão das fontes de sofrimento do fazer bancário e, em particular, do fazer bancário produzido no Banco do Brasil.

Pode-se imaginar que o profissional de Recursos Humanos de uma empresa como o Banco do Brasil construa representações muito peculiares sobre o tema, seja com base em suas próprias vivências de prazer e sofrimento - oriundas do embate entre os registros subjetivos de cada um e as características da organização do trabalho na Unidade de Recursos Humanos - seja com base na percepção e no entendimento que constroem sobre o que se passa com seus companheiros de empresa.

Embora compartilhem questões comuns com esses parceiros de profissão, os profissionais de Recursos Humanos vivenciam problemas específicos de sua posição na empresa, tais como os conflitos entre seus valores pessoais e os da organização e os medos e ansiedades originados por um pensar que eventualmente se coloque na contramão da ortodoxia da Unidade e que nem sempre é bem aceito por seus superiores...

Ao quadro de angústias, agregam-se os dilemas das decisões que precisam ser tomadas ou implementadas e que afetam a vida de outros, pessoas como eles. Estamos falando de profissionais que se vêem diante de dramas humanos que são ao mesmo tempo os seus.

Adiantemos, desde já, que não se pretende, neste estudo, encontrar racionalizações que auxiliem a ignorar e suportar o sofrimento, nem de atribuir à organização todos os males que afligem o trabalhador. Trata-se, antes, de buscar formas de transformar o trabalho em mediador para a saúde. Conforme Dejours (1996, p. 137): "O sofrimento é inevitável e ubíquo. Ele tem raízes na história singular de todo sujeito, sem exceção. Ele repercute no teatro do trabalho ao entrar numa relação, cuja complexidade já vimos, com a organização do trabalho".

A compreensão que os profissionais de Recursos Humanos possuem a respeito do sofrimento humano nas organizações influi nas concepções, atitudes e decisões por eles tomadas e na maneira como lidam com as pessoas na empresa. Por outro lado, oferece o suporte ideológico às estratégias e às ações da área de Recursos Humanos. E se, por alguma razão, aí ocorre uma dissonância, surge o conflito de valores e o sofrimento.

Objetivos

O objeto deste estudo são as representações sociais de profissionais de Recursos Humanos do Banco do Brasil sobre prazer e sofrimento no trabalho. Para descrever o campo representacional construído por esses profissionais, partimos das seguintes perguntas de pesquisa:

• Quais são as representações sociais construídas por profissionais de Recursos Humanos do Banco do Brasil a respeito do sofrimento e prazer no trabalho?

• Quais são as fontes de sofrimento no trabalho, na visão desses profissionais?

• Como diminuir o sofrimento no trabalho, ou transformá-lo em sofrimento criativo?

• Como potencializar o prazer no trabalho?

• Qual é o impacto do sofrimento patogênico sobre o indivíduo e sobre a organização?

• Qual é o papel

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