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Reflexão crítica sobre a prevenção das drogas

Por:   •  30/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  185 Visualizações

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Instituto Superior de Ciências Educativas

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Curso: Educação Social[pic 1]

Reflexão crítica sobre a intervenção de um Técnico Superior de Educação Social com adolescentes no âmbito da prevenção do consumo de drogas

Discente: Ana Sofia Xavier Garrido

Docente: Filipa Coelhoso

ISCE/Odivelas

15 De Abril de 18

Reflexão Crítica

A adolescência é uma transição entre a infância e a idade adulta, envolvendo assim inúmeras mudanças biológicas, sociais, emocionais, morais e cognitivas. Nesta fase pode existir-se uma grande turbulência ou crise (Cordeiro, 1997).

Segundo Erickson (1968), a adolescência é a etapa da formação da identidade, ou seja, da consciência do eu, abrangendo o historial do indivíduo e as suas capacidades necessárias a uma vida psicológica saudável na idade adulta. Para Erickson, esta fase está rodeada de “ameaças", onde a vulnerabilidade psíquica do individuo reverte por um lado para a necessidade de mudança e, por outro para a necessidade de escolhas. Existem três tipos de “ameaças": a ansiosa, ligada à transformação do contacto que tinha com as pessoas em relação às dependências características da infância; a depressiva, caracterizada pela perda e do luto, dos prazeres infantis, devido a entrar no período dos conflitos e das escolhas; E a ameaça aditiva, ligada à reformulação identitária.

Durante a adolescência e o início da idade adulta, alguns dos comportamentos de risco mais comuns são o de consumo de substâncias psicoativas lícitas, tais como o álcool e o tabaco, e ilícitas, como por exemplo a cocaína, haxixe e heroína. Estes jovens usam nas para o aumento de bem-estar, para uma melhor facilidade em relacionar-se, desinibição, etc. (Calafat,2010). Segundo Igra e Irwin (1996), o adolescente considera que o mal só acontece aos outros e que é vulnerável aos riscos que corre.

Os comportamentos de risco a cima referidos são uma ameaça à saúde ao nível de bem-estar psicológico e físico, afetando assim, o desempenho escolar ou do trabalho, a qualidade familiar e a estabilidade económica. (Diclemente, Hansen & Ponton, 1996).

Entre os jovens existe três tipos de consumo: o recreativo, ou seja, quando estão em convívio com os amigos, nomeadamente nas férias e em festas, procurando assim, um efeito euforizante; o Auto terapêutico, onde o jovem por norma já consome sozinho, procurando um efeito antidepressivo; e por último o toxicomaníaco, onde o jovem já procura a substância no seu dia – a – dia, estando sozinho ou não para obter um efeito de analgésico (Braconnier & Marcelli, 2000). Também Rovira (2001), afirma que a família, a escola e o grupo de pares, exercem fortes influências no adolescente.

Segundo Mendes (2001), um Toxicodependente não consegue encontrar prazer em mais lado nenhum sem ser na droga escolhida pelo mesmo, sendo ela o centro da vida. O Técnico Superior de Educação Social tem de obrigatoriamente conhecer a substância, o indivíduo e os contextos em que o consumo ocorre, para poder encontrar todas as informações possíveis e estabelecer métodos fiáveis para uma boa solução do problema.

Um Técnico Superior de Educação Social para poder avaliar o uso ou o abuso de substâncias deve ter em conta os seguintes aspetos: o histórico familiar; possíveis traumas vindos infância; a prematuridade das primeiras utilizações de drogas; a incapacidade dos familiares em estabelecer limites; problemas na escola e uma possível entrada num grupo que promove o consumo de drogas (Morel, Hervé & Fontaine, 1997).

Segundo a European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction Manuals (EMCDDA, 2011), a prevenção é a atividade que impede, adia ou diminui o uso das drogas e as suas consequências negativas na sociedade, incluindo a instrução sobre as substâncias e os perigos associados à utilização das mesmas. Também EMCDDA, considera que um Técnico Superior de Educação Social precisa de ter três abordagens diferentes na prevenção: A universal, onde todos os jovens da comunidade correm o mesmo risco de consumir, desenvolvendo assim, competências a nível social. Esta intervenção é feita para toda a população, proporcionando aos indivíduos a informação e as competências necessárias para evitar o uso e o abuso de substâncias; A seletiva, onde os indicadores sociais e demográficos identificam os níveis mais altos de vulnerabilidade, tais como, grupos que habitam em bairros desfavorecidos ou jovens que vão para ambientes de diversão noturna. A intervenção é feita no grupo, seja qual for o grau de risco de cada um dos indivíduos; Por fim, temos a abordagem que é considerada a mais indicada, por se dirigir aos jovens mais vulneráveis que possam apresentar sinais de consumo de substâncias, prevenindo assim, o abuso e a continuação do uso de substâncias.

Um programa para a promoção da saúde que previna o uso de drogas, deve incentivar uma vida saudável, incluindo assim, a família, a escola, o grupo de pares, a comunidade e os serviços educacionais e de saúde. Silva (2004), afirma que um bom ambiente familiar, social, físico e cultural, uma boa qualidade do ensino e de educação e as situações do dia-a-dia, podem ser excelentes fatores protetores.

De acordo com os autores Simões, Matos e Batista-Foguet (2006), o Técnico Superior de Educação Social precisa de destacar quatro questões relevantes para a prevenção: 1- a urgência de uma implementação antecipada, pois a promoção de fatores de proteção deverá ser a base da intervenção. 2- Uma intervenção que desenvolva os fatores de proteção e diminua os comportamentos de risco. 3- Uma intervenção planeada para diversos comportamentos alvo. 4- Intervenção com o intuito de envolver os vários intervenientes. Os Técnicos Superiores de Educação Social devem incluir no seu plano de ação, programas preventivos que tenham um carácter mais informal nas atividades extracurriculares realizadas na escola e na comunidade, abrangendo assim, tarefas de “aprendizagem pela ação”, com conteúdos que demonstrem situações de vida e aprendizagens (Sprinthall & Collins, 2003). É extremamente importante que a autonomia do jovem seja respeitada para se poder desenvolver uma relação de colaboração entre o jovem e o Técnico Superior de Educação Social (Denning, 2001).

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