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Resenha Do Livro O Príncipe

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Por:   •  20/9/2014  •  4.138 Palavras (17 Páginas)  •  365 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO:

“O PRÍNCIPE”

AUTOR: NICCOLO MACHIAVELLI (1469 – 1527)

COLEÇÃO UNIVERSIDADE

EDIÇÕES DE OURO

EDITORA TECNOPRINT LTDA

5ª EDIÇÃO REVISADA

226 PÁGINAS

2008

SOBRE O AUTOR

Niccolò di Bernardo dei Machiavelli nasceu em Florença, Itália, no dia três de Maio de 1469 e morreu na mesma cidade no dia vinte e um de Junho de 1527, aos cinquenta e oito anos.

Era o terceiro de quatro filhos de Bernardo Machiavelli e Bartolomea Nelli. Descendia de uma antiga e decadente família da toscana de poucos recursos financeiros, mas ainda assim teve uma educação formal de acordo com o pensamento Renascentista da época.

Historiador, poeta, diplomata e músico, Machiavelli teve uma infância e uma adolescência comuns. Casou-se em 1502 e só então, aos trinta e três anos, ao aceitar trabalhar no projeto de milícia nacional junto a César Bórgia, Duque de Valentinois, conseguiu alguma projeção política e militar, ao revelar seu talento como estrategista político e como estadista. Mas essa ligação também lhe rendeu uma acusação de ser cúmplice numa conspiração para eliminar o Cardeal Giovanni de Médici. Machiavelli foi preso e torturado. Como nada foi provado contra ele, acabou sendo anistiado pouco depois por Leão X, mas exilou-se voluntariamente por anos nos arredores de Florença.

Durante esse exílio, escreveu suas obras mais famosas, entre elas aquela que se tornou o livro de cabeceira de estrategistas e gestores em todos os tempos: “O Príncipe”, onde, se referindo a todos os governantes, afirmava que a política seria uma forma de manutenção do poder que precisaria ser aprendida e utilizada com habilidade.

Segundo Heidi Strecker, filósofa e educadora, o livro seria uma obra política que poderia ser dividida em quatro partes:

a) a classificação dos Estados;

b) como conquistar e conservar os Estados;

c) a análise do papel dos militares; e,

d) conselhos aos políticos para a manutenção do poder.

“O Príncipe” foi escrito em algumas semanas, em 1513, mas só foi publicado em 1532, cinco anos após a morte do autor.

Nicolau Maquiavel, pintura de Santi di Tito, no Palazzo Vecchio

PREFÁCIO

Buscou o autor no prefácio situar o leitor sobre o período histórico que serviu de cenário para a sua análise crítica sobre o Estado e sobre a necessária alternância de poder dos governantes: Século XV, a derrocada do Feudalismo e ascensão do Capitalismo, o surgimento dos Estados Nacionais Absolutistas, o enfraquecimento da Igreja e das soberanias locais e o fortalecimento das monarquias na figura dos Príncipes e das instituições políticas:

“...os interesses capitalistas coincidem com os do Estado Nacional na sua oposição às forças descentralizadoras da economia urbana...”

O autor defende claramente desde o início a ideia de um Estado único, necessário e soberano, essencial para a manutenção da ordem política e econômica. Nesse “manual do absolutismo”, Machiavelli deixa clara sua obsessão pela unificação do Estado Italiano como forma de sobrevivência do mesmo.

DEDICATÓRIA DE MACHIAVELLI A LORENZO II, FILHO DE PIERO DE MÉDICI

O autor dedica a seu Príncipe não palavras doces, elogios ou presentes dos mais diversos, mas aquilo que considera o seu bem mais precioso: o seu saber, a sua devoção, a sua sabedoria, o seu conhecimento adquirido ao longo de uma vida, não com a arrogância de quem se julga superior, mas com a serenidade de quem entendeu os nuances dos jogos de poder e tem a obrigação de partilhar esse conhecimento com seu soberano para ajuda-lo na difícil tarefa de governar.

CAPÍTULOS I AO IV – DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS, DE QUE MODO SÃO ADQUIRIDOS E COMO PODEM SER GOVERNADOS E MANTIDOS, E PORQUE O REINO DE DARIO, OCUPADO POR ALEXANDRE, NÃO SE REBELOU CONTRA OS SUCESSORES DESTE

Os Estados ou são Repúblicas ou são Principados. Os Principados ou são novos (adquiridos por meio da força) ou são mistos (novos porque adquiridos por herança, o que perpetua o poder dos nobres, ou novos porque adquiridos pela força).

Os Principados Hereditários são aqueles pertencentes à família de seu Príncipe, mantidos de geração a geração unicamente pela dedicação de seu soberano ao seu povo. Raramente seu domínio é ameaçado porque o povo vê seu governante como uma força natural e superior.

Os Principados Mistos são aqueles que são adquiridos ou por herança ou por meio do uso das guerras. Não são tão fáceis de manter porque muitas vezes o seu povo não vê com bons olhos essa invasão, mesmo que pacífica, e se alia a outros povos na tentativa de se livrar do suposto invasor.

“...são teus inimigos todos aqueles que se sentem ofendidos pelo fato de ocupares o principado; e também não podes conservar como amigos aqueles que te puseram ali, pois estes não podem ser satisfeitos como pensavam...”

Para tentar atenuar essa resistência, Machiavelli diz que o Príncipe vai precisar de muita sorte – mas principalmente muita habilidade, e sugere que este passe a morar nas terras novas. Desta forma, conflitos podem ser mediados na sua origem e seus representantes não ultrapassarão limites em seu nome. Os súditos se sentirão mais próximos de seu novo governante e também se sentirão respeitados nas suas necessidades.

A formação de colônias redistribuindo terras também pode ser uma opção vitoriosa, que desagradará a uma minoria que tiver seu patrimônio diminuído, mas que trará ao Príncipe uma grande parcela de súditos agradecidos.

Machiavelli afirma:

“...os homens devem ser mimados ou exterminados, pois se se vingam de ofensas leves, das graves já não podem fazê-lo. Assim, a injúria que se faz deve ser tal, que não se tema a vingança.”

A pior alternativa seria o uso da força militar, o que significaria um investimento elevado de poucos resultados no longo prazo já que a ofensa é muito maior tanto para os novos súditos quanto para as tropas que teriam que ser mantidas numa situação de ataque indefinidamente.

Para o autor, Estados conquistados

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