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Resumo Do Livro Origem Do Capitalismo

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Por:   •  11/3/2015  •  6.125 Palavras (25 Páginas)  •  2.076 Visualizações

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ORIGEM:

- O capitalismo surgiu na era moderna, apenas na Europa Ocidental e somente no século XIX amadureceu em sua forma industrial.

- Segundo Ellen Wood o capitalismo não nasceu na cidade, mas no campo, num lugar muito específico e em uma época muito recente da história humana. Precisou de uma transformação completa das relações e práticas humanas mais fundamentais, de um rompimento com antiguíssimos padrões de interação humana com a natureza.

Breve resumo:

Mesmo depois do século XVII, a maior parte do mundo, inclusive a Europa, estava livre dos imperativos de mercado. Existia um vasto sistema de comércio que se estendia por todo o globo, mas o princípio dominante deste era “comprar barato e vender caro”.

O comércio internacional era um comércio de transporte, no qual os mercadores compravam produtos num local para vendê-los com lucro em outro. Contudo na França prevaleciam basicamente os mesmos princípios do comércio não-capitalista. Não havia mercado único e unificado, um mercado em que as pessoas auferissem lucros não por comprarem barato e venderem caro, não por transportarem mercadorias de um mercado para outro, mas por produzirem por um custo mais eficiente, em concorrência direta com outras pessoas do mesmo mercado.

O comércio ainda tendia a ser de mercadorias de luxo, ou, pelo menos, de mercadorias destinadas às famílias mais prósperas. Não havia um mercado de massa para produtos de consumo baratos e cotidianos. Tipicamente, os produtores camponeses produziam não apenas seus alimentos, mas outros produtos do cotidiano, como o vestuário. Os produtos agrícolas podiam até ser vendidos em mercados mais distantes. Mas, também nesse caso, os princípios do comércio eram basicamente idênticos aos produtos manufaturados.

Esses princípios de comércio não-capitalistas de comércio coexistiam com formas de exploração não-capitalistas.

Portanto, os camponeses tinham acesso aos meios de produção, à terra, sem terem que oferecer sua força de trabalho no mercado como mercadoria. Os latifundiários e os detentores de cargos públicos, com a ajuda de vários poderes e privilégios “extra econômicos”, extorquiam diretamente o trabalho excedente dos camponeses sob a forma de rendas ou impostos. Embora todo tipo de pessoas pudessem comprar e vender toda sorte de coisas no mercado, nem os proprietários camponeses que produziam, nem os latifundiários e os funcionários públicos que se apropriavam da produção alheia dependiam diretamente do mercado para conseguir as condições de sua auto-reprodução, e as relações entre eles não eram intermediada pelo mercado.

A Inglaterra foi uma grande exceção a essa regra geral quando no século XVI, vinha se desenvolvendo em direções inteiramente novas. A Inglaterra era bem unificada. No século XVI, ela avançou muito rumo à eliminação da fragmentação do Estado, da “soberania fracionada” herdada do feudalismo. Os poderes autônomos detidos pelos senhores, pelas assembleias municipais e por outras entidades corporativas de outras nações europeias eram, na Inglaterra, cada vez mais concentrados no Estado central. Isso contrastava com outros países europeus nos quais, durante muito tempo, as monarquias poderosas mantiveram-se.

Já no século XVI, a Inglaterra dispunha de uma rede impressionante de estradas e transportes de água, que unificou a nação num grau incomum na época. Londres, que se tornou desproporcionalmente grande em relação a outras cidades inglesas e à população total do país, também vinha se transformando no eixo de um mercado nacional em desenvolvimento.

A base material em que se fundamentava essa economia nacional emergente era a agricultura inglesa, que se singularizava de diversas maneiras. A classe dominante distinguia-se por dois aspectos: Por um lado, ela fazia parte de um Estado cada vez mais centralizado, em aliança com uma monarquia centralizadora, sem a fragmentação da soberania que era característica do feudalismo e seus Estados sucessores.

Por outro lado, havia o que se poderia chamar de uma troca entre a centralização do poder estatal e o controle da terra pela aristocracia. Na Inglaterra, fazia muito tempo que a terra era muito concentrada, cabendo aos grandes proprietários uma parcela incomumente grande dela. Essa concentração da propriedade significava que os latifundiários ingleses podiam usar sua propriedade de novas maneiras. O que faltava para eles em poderes “extra econômicos” de extorsão do excedente era mais do que compensado por seus grandes poderes econômicos.

Essa combinação teve consequências significativas. Por um lado, a concentração da propriedade inglesa da terra significou que uma imensa extensão dela não era trabalhada por proprietários camponeses, mas por arrendatários.

Por outro lado, os poderes extra econômicos reduzidos dos grandes proprietários significavam que eles dependiam menos de sua capacidade de arrancar uma renda maior de seus arrendatários, através de meios coercitivos diretos, do que da produtividade destes. Nesse arranjo, os latifundiários tinham um forte incentivo para estimular – e, sempre que possível, obrigar – seus arrendatários a descobrirem meios de aumentar a produção.

Com isso os arrendatários ficavam cada vez mais sujeitos não só às pressões diretas dos grandes proprietários, mas a imperativos do mercado que os abrigavam a aumentar a produtividade. Havia, de fato, um mercado de arrendamentos. Os arrendatários eram obrigados a competir não só no mercado de consumidores, mas também num mercado de acesso à terra. Quando a segurança do arrendamento dependia da capacidade de pagar o aluguel vigente, a produção não competitiva podia significar a perda direta da terra.

O efeito desse sistema de relações de propriedade foi que muitos produtores agrícolas tornaram-se dependentes do mercado para obter acesso à própria terra, aos meios de produção. O desenvolvimento dessas rendas monetárias ilustra a diferença entre o mercado como oportunidade e o mercado como imperativo.

No início da era moderna, na Inglaterra, muitos arrendamentos consuetudinários haviam-se transformado, efetivamente, nesse tipo de pagamento monetário. Mas, mesmo os arrendatários que gozavam de um tipo de posse consuetudinária que lhes dava maior segurança, mas que, ainda assim, podia ser obrigados a vender suas safras nos mesmos mercados, podiam ir á falência, numa situação em que os padrões competitivos de produtividade eram estipulados pelas pressões do mercado. O mesmo se aplicaria, cada vez mais, até aos proprietários que cultivavam sua própria terra. Nesse ambiente competitivo,

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