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Resumo: Preconceito Racial de Marca e Preconceito Racial de Origem

Por:   •  1/3/2016  •  Resenha  •  830 Palavras (4 Páginas)  •  7.176 Visualizações

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O presente texto de Oracy Nogueira trata sobre a “situação racial” no Brasil sob o olhar da corrente sociológica que estuda a interação atual entre pessoas brancas e “de cor” no país. Vale ressaltar que este estudo não desconsidera as questões históricas nem as contribuições dos afro-brasileiros para a cultura nacional.

Os primeiros estudos que trataram sobre as “relações raciais” começaram com Donald Pierson, que publicou seu trabalho completo em 1942. Neste trabalho, ele trata sobre as relações sociais entre brancos e não-brancos na Bahia. Em 1950, Felte Bezerra publica seu estudo sobre o povoamento e a composição de Sergipe na época. Assim, vários outros estudos sobre esse assunto foram surgindo pelos mais variados autores.

Os vários trabalhos publicados têm pontos em comum, que são: a circunscrição da área de estudo; explicitação dos dados resultantes; comparação com outros países, especialmente Estados Unidos; e mostram a realidade da situação racial que existia. Mesmo que implícita, a preocupação com preconceito racial estava e está presente em toda pesquisa desse setor.

Existe o conflito entre muitos intelectuais brasileiros e a população de cor. Os primeiros, que em sua maioria são brancos, tendem a negar ou subestimar que exista conflitos raciais e preconceito no país, já a segunda discorda. Porém essa situação vem mudando, pois novos cientistas estão dando voz à população não-branca do país.

Oracy defende que existe preconceito racial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, porém se diferem na manifestação e natureza. Então, propõe duas classificações de preconceito: o de marca, que aparece no Brasil, e o de origem, que aparece nos Estados Unidos. O preconceito racial é uma atitude desfavorável em relação aos membros de uma população; ele será considerado de marca quando baseado na aparência de um indivíduo e de origem quando praticado a um indivíduo que se supõe descender de algum grupo étnico. Eles possuem diferenças, que podem ser pontuadas:

1 – Quanto ao modo de falar: o preconceito de marca determina uma ação; o de origem, uma exclusão total dos membros do grupo atingido.

2 – Quanto à definição de membro do grupo discriminador e do grupo discriminado: no de marca, serve de critério a aparência racial; onde é de origem, presume-se que seja qual for a aparência do indivíduo e qualquer que seja sua proporção de ascendência com seu grupo discriminado, ele possui as “potencialidades hereditárias”, logo, com ele deve ficar.

3 – Quanto à carga afetiva: onde o preconceito é de marca, ele tende a ser mais intelectivo e estético; onde é de origem, tende a ser mais emocional e mais integral, no que toca à atribuição de inferioridade ou de traços indesejáveis aos membros do grupo discriminado.

4 – Quanto ao efeito sobre as relações interpessoais: de marca, as relações de proximidade tendem a minimizar o preconceito; de origem, os grupos étnicos são muito dissociados, e as interações entre eles são restringidas.

5 – Quanto à ideologia: marca, a ideologia é, ao mesmo tempo, assimilacionista e miscigenacionista; origem, ela é segregacionista e racista.

6 – Quanto à distinção entre diferentes minorias: marca, o dogma da cultura prevalece sobre o da raça, ou seja,

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