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SEXO OU GÊNERO: UMA REFLEXÃO PARA O USO DESSES TERMOS EM TRABALHOS ACADÊMICOS

Por:   •  4/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.868 Palavras (20 Páginas)  •  255 Visualizações

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GRUPO ANDRADE MARTINS - INSTITUTOGRADUARTE

MARIZA DE SOUZA FERNANDES

SEXO OU GÊNERO: UMA REFLEXÃO PARA O USO DESSES TERMOS EM TRABALHOS ACADÊMICOS

ITAÚNA-MG

2017


GRUPO ANDRADE MARTINS - INSTITUTO GRADUARTE

MARIZA DE SOUZA FERNANDES

SEXO OU GÊNERO: UMA REFLEXÃO PARA O USO DESSES TERMOS EM TRABALHOS ACADÊMICOS

Trabalho de Conclusão de Curso - Artigo Científico, apresentado ao Núcleo de Trabalhos de Conclusão de Curso, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Docência de Ensino Superior, do Grupo Andrade Martins/Graduarte, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de especialista.

ITAÚNA-MG

2017


SEXO OU GÊNERO: UMA REFLEXÃO PARA O USO DESSES TERMOS EM TRABALHOS ACADÊMICOS

Mariza de Souza Fernandes[1]

RESUMO  

Enquanto o termo sexo tem a finalidade de identificar homem e mulher, com base nos órgãos genitais e aparelhos reprodutores que os diferenciam, a ideologia de gênero conceitua que a identidade do ser humano é construída socialmente, independente do sexo biológico.  O objetivo desse trabalho é identificar a forma correta de usar os termos "sexos" e "gênero" em trabalhos acadêmicos, a partir de suas significações científicas e não de suas percepções sociais.  Para o alcance do objetivo, são identificados os conceitos que distinguem os termos sexo e gênero na literatura científica e no âmbito do seu significado linguístico e social.  A escola do tema se está relacionada a uma experiência acadêmica pessoal, ocasião em que houve discordância entre orientanda e orientadora no sentido de utilizar o   termo sexo ao invés de gênero numa pesquisa e, foi exigido que o termo sexo fosse substituído pelo termo gênero, A metodologia adotada é pesquisa bibliográfica. Os resultados alcançados evidenciam que a ideologia de gênero, basicamente desconstrói o conceito de sexo apresentando teorias   que conjugam sexo e orientação sexual com identidades socialmente construída e os textos legislativos específicos, também trazem em seu conteúdo a palavra gênero, com pretensão de incluir novas demandas nas políticas públicas, muitas vezes legitimando novos comportamentos sociais.

Palavras-chave:  Sexo. Gênero. Ideologia de gênero.  Identidade social.

1 INTRODUÇÃO

        O termo gênero, utilizado em movimentos feministas  na década de 1960 para tratar da importância de reconhecer a mulher no contexto social e político, passando a ser retratado na  Conferência de Pequim (1995), para articular formulação de políticas públicas na perspectiva do empoderamento da mulher, passou a ser tratado como "ideologia", principalmente no campo da educação,  onde o uso termo gênero tem sido tema para discussão sobre os planos estaduais e municipais de educação, em textos legislativos específicos, que apresentam em seus conteúdos a palavra gênero, com pretensão de incluir novas demandas nas políticas públicas.

No meio acadêmico, principalmente nas universidades públicas, os "estudos de gênero" tem seus primeiros ensaios na década de 1960, tornando-se mais evidente nos anos de 1980, como um movimento para proteção das minorias, com a finalidade (pelo menos era o que fixava o discurso) de promover igualdade absoluta entre homens e mulheres.  Para tal finalidade era preciso abandonar a distinção entre masculino e feminino, inclusive as especificidades dos papeis em qualquer função

        Em 2017, as discussões tornaram-se mais intensas na audiência pública para a construção da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), onde diversos segmentos da sociedade teve a oportunidade de contribuir com argumentos essenciais para que o Conselho Nacional de Educação (CNE) possa elaborar um documento normativo para o sistema educacional brasileiro construir de fato, uma educação de qualidade.                                            

Para os defensores da ideologia, gênero tem dimensão histórica e cultural marcada pelas lutas feministas dos anos 60 que reivindicaram igualdade de direitos sociais para a mulher, com a preocupação de preservar o conceito de que ao nascer o indivíduo é uma página em branco que vai sendo preenchida ao longo das suas experiências sociais e culturais. Nesse contexto, o termo gênero foi criado para identificar socialmente como alguém se comporta independente da sua anatomia sexual, desconstruindo o conceito biológico do termo sexo criado cientificamente para identificar a biologia macho e fêmea.

O questionamento que guia esse estudo é: "O que as pessoas querem construir defendendo a ideologia de gênero?" O objetivo desse trabalho é identificar a forma correta de usar os termos "sexos" e "gênero", especificamente em trabalhos acadêmicos, a partir de suas significações científicas e não de suas percepções sociais.

Os objetivos específicos buscaram: identificar os conceitos que distinguem os termos sexo e gênero na literatura científica; descrever o significado linguístico e social da palavra "gênero" e, mostrar as variáveis da categoria gênero para representar  diferentes situações  e como tal deve ser tratadas.

        Destaca-se que, nesse trabalho não se faz juízo sobre a orientação sexual ou, comportamentos sociais relacionados aos desejos individuais das pessoas travestis, transexuais ou transgênicos, mas, de propor compreensão   os conceitos que distinguem os respectivos termos, no âmbito do seu significado linguístico e social para que seja utilizado adequadamente ao conteúdo dos trabalhos acadêmicos rompendo a dicotomia feminino em oposição ao masculino assim como razão e ideologia.

        O interesse pelo tema emerge de experiência pessoal, quando a relação orientadora/orientanda   se tornou insustentável por haver discordância entre utilizar o termo sexo e não o   termo o gênero na pesquisa acadêmica realizada. Naquele momento, o termo "sexo” estava sendo utilizado para identificar as diferenças anatômicas e fisiológicas que diferenciam os corpos femininos e masculinos em tabulação de dados demográficos. Na ocasião, não foi possível estabelecer um consenso. Mesmo havendo a apresentação de argumentos com base em estudos científicos contemplando a diferença dos conceitos e consequentemente o uso adequado, prevaleceu as convicções particulares da orientadora.

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