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SOCRATES

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Por:   •  3/5/2013  •  1.422 Palavras (6 Páginas)  •  847 Visualizações

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FELICIDADE: O BEM SUPREMO, NO LIVRO I DA OBRA:

ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES

Jocemar Malinoski1

Sinicley da Silva2

Resumo:

Nitidamente a ética de Aristóteles é teleológica. Toda ação humana é realizada em vista de

um fim. Se, pois, as ações tendem a um fim e este, por sua vez, deve ser um bem soberano,

então, o fim último das ações é o bem. Para Aristóteles, o bem soberano é a felicidade, para

onde todas as coisas tendem. Ela é caracterizada como um bem supremo por ser um bem em

si. Portanto, é em busca da felicidade que se justifica a boa ação humana. Todos os outros

bens são meios para atingir o bem maior que é a felicidade.

Palavras-chaves: Felicidade. Bem Supremo. Fim. Ética. Racionalidade.

Nesta comunicação trataremos o tema da felicidade, precisamente no Livro I da

Ética a Nicômacos de Aristóteles. Apresentaremos a felicidade como sendo o Bem Supremo,

para o qual todas as ações dos homens tendem.

Examinaremos a felicidade como uma finalidade de vida do ser humano, pois é

natural que todo o homem busque uma vida feliz e não a infelicidade. Veremos também em

que consiste e como o homem realiza a felicidade no pensamento de Aristóteles, no Livro I da

Ética a Nicômacos.

A felicidade é o bem supremo

No início do Livro I da Ética a Nicômacos, Aristóteles afirma que “toda arte e toda

indagação, assim como toda ação e todo propósito, visam a algum bem; por isso foi dito

acertadamente que o bem é aquilo a que todas as coisas visam” (Aristóteles, 1992, 1094 a, p.

17.).

Esta passagem caracteriza a ética teleológica de Aristóteles. É natural, ou seja, faz

parte da própria essência do homem direcionar todas as ações para uma finalidade, pois

sempre que houver ação, necessariamente haverá uma intenção última. Qual seria esta

intenção última para a qual se dirige a ação humana?

1 Acadêmicos do Curso de Filosofia da Faculdade Palotina - FAPAS, Santa Maria-RS.

2 Acadêmicos do Curso de Filosofia da Faculdade Palotina - FAPAS, Santa Maria-RS.

Na compreensão teleológica aristotélica do Livro I da Ética a Nicômacos, percebese

nitidamente que um bem maior é a finalidade de bens ulteriores. Contudo, deve haver um

término, ou seja, um fim último, um bem desejado por si, a saber:

Se há, então, para as ações que praticamos alguma finalidade que

desejamos por si mesmas, sendo tudo mais desejado por causa dela, e

se não escolhemos tudo por causa de algo mais (se fosse assim, o

processo prosseguiria até o infinito, de tal forma que nosso desejo

seria vazio e vão), evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o

melhor dos bens (Aristóteles, 1992, 1094 a, p. 17).

Aristóteles apresenta uma hierarquia de bens, na qual ele divide os bens em: bens

relativos e intrínsecos ao homem. Os relativos são aqueles necessários para a vida cotidiana

(bens materiais, prazeres vitais, etc.). Estes mudam constantemente, pois sempre desejam

outros e maiores. Já, os bens intrínsecos, não visam outros porque eles são auto-suficientes,

ou seja, os bens intrínsecos são bens supremos.

Para Aristóteles, a felicidade é um fim último. Ela é, portanto, um bem supremo que

todos a desejam. Segundo ele, há uma diversidade de compreensão, por parte dos homens,

acerca da natureza da felicidade. Muitas pessoas confiam que a felicidade está nos prazeres;

outras nas honrarias e riquezas. Sobre ela, há também divergências: alguns a identificam com

coisas diferentes, dependendo das circunstâncias. Assim, salienta o Estagirita:

A maioria pensa que se trata de algo simples e óbvio, como o prazer, a

riqueza ou as honrarias; mas até as pessoas componentes da maioria

divergem entre si, e muitas vezes a mesma pessoa identifica o bem

com coisas diferentes, dependendo das circunstâncias – com a saúde,

quando ela está doente, e com a riqueza quando empobrece

(Aristóteles, 1992, 1095 a, p. 19).

Estes bens (dinheiro, prazeres, honrarias, saúde, etc), são denominados por

Aristóteles de bens relativos. Eles são apenas pré-requisitos para atingir a felicidade e,

portanto, são meios para se chegar ao fim último (Bem Supremo). Dessa forma, esses bens

não são negados na sua teoria, mas entendidos como bens necessários para o homem obter

uma vida feliz. Sendo assim, em boa medida, poderíamos afirmar que o homem que possui

amigos, família, casa, emprego, estudo, carro, saúde etc., possivelmente terá boas condições

para viver feliz. Nesse sentido, aponta Aristóteles:

Mas evidentemente, como já dissemos, a felicidade também requer

bens exteriores, pois é impossível, ou na melhor das hipóteses

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