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Serviço Social

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Por:   •  8/4/2014  •  9.148 Palavras (37 Páginas)  •  199 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo traduz nossa intenção em debater o Serviço Social a Contemporaneidade e contribuir com uma reflexão crítica sobre o modo de pensar e agir profissional, tendo por fundamento uma perspectiva teórico-metodológica.

Discutir a relação teoria e prática não é uma proposta inusitada e nem conclusiva, mas faz-se necessária, na medida em que, por meio da elucidação das contradições existentes no movimento da ação profissional, crie possibilidade de influir sobre a atuação profissional.

Sabe-se que a formação profissional em Serviço Social é marcada por embates de ordem teórico-metodológica, o que têm refletido no cotidiano da atuação profissional. Estas contradições, além de provocar angústias entre os profissionais, têm contribuído para uma cisão no interior da categoria, ou seja, o profissional que pensa e do profissional que faz.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL: NOVOS HORIZONTES PARA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL

O projeto ético-político profissional do Serviço Social no Brasil, vinculado a um projeto de transformação de sociedade, reitera a teoria crítica como fundamentação para o agir profissional. Esta teoria vai ao encontro das novas exigências da profissão, na medida em que possibilita novas investigações, não naturaliza o real e tampouco reduzindo-o ao que está posto.

O projeto ético político pressupõe prática que leve a transitar do reino das necessidades para o da liberdade, pressupõe também a capacidade do homem criar valores, escolher alternativas e ser reconhecido como cidadão (BATTINI, 2008: mimeo).

Diante de todo este movimento, pode-se constatar que o Serviço Social é uma profissão dinâmica inserida no próprio contexto sócio histórico. Por tanto, cabe ao assistente social modificar a sua forma de atuação profissional, em decorrência da demanda que lhe é colocada e da necessidade de responder às exigências e às contradições da sociedade capitalista. É preciso acompanhar o movimento da sociedade e visualizar os novos espaços como possibilidades de intervenção sobre uma realidade social concreta.

Na atualidade, os ajustes impostos às políticas sociais no Estado capitalista, por intermédio da política neoliberal, acirrada no Brasil na década 1990, têm demandado ao assistente social uma visão crítica da realidade. Ou seja, cabe ao profissional ir além das fronteiras do imediatismo, com distanciamento necessário das funções pontuais, repetitivas e burocráticas. Cabe um constante investimento no processo de apreensão da realidade concreta e das mudanças sociais em movimento, para identificar novas possibilidades de intervenção profissional, por meio de qualificação continuada para desenvolvimento de novas competências e habilidades para atender as novas demandas postas à profissão.

Isto significa assumir o pressuposto da ação investigativa como novas possibilidades de intervenção, na medida em que desvela o contraditório e produz as condições necessárias para o enfrentamento e superação das questões sociais que se apresentam cotidianamente.

É a atitude investigativa que permite revelar a essência do problema e pensar o novo, e por isso, teoria e método mesmo sendo elementos distintos devem ser coerentes entre si. A teoria fundamenta a prática e encontra-se no nível da abstração e, o método, por sua vez norteia a prática. Ambos devem ser incorporados no agir profissional.

Entre os assistentes sociais é freqüente o discurso da dicotomia entre a teoria e prática, o que revela resquícios de uma fragilidade de fundamentação teóricometodológica para uma atuação competente. Os limites se desvelam pela falta de clareza dos fundamentos que orientam a prática profissional, prevalecendo posturas conservadoras, autoritárias, discriminatórias, tecnocratas e clientelistas, enfraquecendo o projeto ético-político cuja defesa de liberdade e da emancipação dos sujeitos sociais se fazem presentes.

Por tanto, o Assistente Social tem formação para trabalhar com os serviços sociais nas mais diversas áreas; órgãos da administração pública e privada, empresas organizações da sociedade civil, com políticas sociais na área da saúde, habitação, educação, assistência, jurídica, entre outras.

A habilidade do profissional vai além de ser somente executivo, inclui a capacidade de propor e implementar políticas sociais, e ainda, avaliar projetos na área social, realizar perícias técnicas, emitir pareceres, exercer funções de direção na administração de serviços sociais.

O trabalho destes profissionais deve ser realizado sob a perspectiva da totalidade, não visualizando apenas o indivíduo, mas as relações mais amplas, buscando formas de intervenção para sua transformação, a partir de atendimentos às demandas mais imediatas que se fazem presente no cotidiano profissional. A disposição de estratégias de ação resultará no método de trabalho empregado pelo Assistente Social, modificando uma realidade, transformando o sujeito em ator e autor de sua história. Esta prática profissional é a verdadeira legitimação da profissão.

Deste modo, competem aos profissionais uma constante e permanente formação técnica capaz de garantir o aprimoramento de competência técnico operativo e intelectual, consolidando o compromisso político com a classe trabalhadora. (GUERRA, 2005).

Muitas vezes o Assistente Social assume as determinações,

objetivos e práticas do setor e/ou da instituição em que atua, como se fossem atribuições específicas, o que pode limitar as demandas profissionais às exigências do mercado de trabalho. Isso impede a emancipação social e humana, que é a direção proposta pelo projeto ético-político profissional do Serviço Social. “Neste âmbito, a competência profissional fica restrita ao atendimento das demandas institucionais, e a intervenção profissional se identifica à adoção de procedimentos formais, legais e burocráticos”. (GUERRA, 2000, p.12).

É necessário, portanto, que pela via do conhecimento, os Assistentes Sociais possam desenvolver estratégias capazes de fazer do imediato o seu instrumento de construção do projeto ético-político profissional, comprometido com a transformação da sociedade. Isso se dá através da articulação entre o imediato e o mediato, entre aquilo que representa respostas a uma expressão singular e respostas sócio-políticas que alavancam condições de empoderamento da população na construção de autonomia e protagonismo.

Magalhães (2003, p. 69), afirma que o cotidiano do trabalho

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