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Serviço Social

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Por:   •  24/3/2015  •  3.075 Palavras (13 Páginas)  •  204 Visualizações

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Introdução

A turma de Serviço Social de quarto período de 2013 no componente curricular de Trabalho e Serviço Social vem com a proposta de construir um dossiê temático que tem por objetivo trazer informações sobre diferentes perspectivas do trabalho na região oeste de Santa Catarina. Neste contexto, o presente estudo irá apresentar as diferentes dimensões de trabalho identificadas em Chapecó e proximidades, enfocando a realidade cotidiana dos acadêmicos do curso.

Para futuros profissionais de Serviço Social a proposta de pesquisar, analisar e apresentar discussões sobre trabalho se torna um precedente indispensável na formação das diferentes esferas da sociedade, e vamos nos deparar constantemente ou em todos os momentos com as dimensões do trabalho, seus executores e ainda aqueles que fazem uso de mecanismos vinculados a ele para oprimir os que necessitam do trabalho para a construção de uma identidade digna perante o meio social.

A coletânea de informações a seguir será constituída de fragmentos coletados em meio a trabalhadores de nossa região que aceitaram falar sobre o sentido do ato de trabalhar, sua necessidade e conseqüências, reportagens a cerca do tema e as fragilidades trabalhistas em nossa região, foram realizadas pequenas pesquisas com anônimos sobre o tema e ainda referenciais críticos sobre a atuação de profissionais de Serviço Social que constituem nossa região e a importância do trabalho desenvolvido pelos mesmos.

1. Região Oeste de Santa Catarina:

Ao ser feito uma breve analise sobre a colonização da região Oeste de Santa Catarina identifica-se que a mesma foi constituída através de inacabados conflitos territoriais e expropriação de povos que se encontravam nos arredores produtivos do território estudado. Segundo uma das antropólogas mais conceituadas de nossa região Arlene Renk, após o termino dos conflitos territoriais que orientam nossa historia, para manter o território conquistado era necessário “povoá-lo”, e para isto de investiu em um intenso processo de colonização, ignorando a presença de índios na região a mesma era considerada despovoada pelo estado, pois a população indígena era considerada improdutiva por não construir excedente com fins de comercialização.

Ao identificar a necessidade de povoar a região o governo estadual inicia a distribuição de glebas de terras para famílias de prestigio, onde os beneficiados iniciam as primeiras empresas colonizadoras para comercio de terras da região, familiares de imigrantes alemães e italianos começam sua mudança para a região vindos do Rio Grande do Sul, Renk ainda traz reflexões sobre o inicio da uma característica marcante dos dias de hoje sobre os trabalhadores da região Oeste de Santa Catarina onde diz que “somos muitos trabalhadores, não temos preguiça e estamos sempre dispostos ao trabalho”, pois os colonos que comparam às terras as queriam limpas, sem moradores e com lugar propicio para iniciar produções e culturas, a autora diz que em primeira instancia a mão de obra familiar era o recurso encontrado, com a exploração de pequenos grupos de negros ou indígenas que ainda permaneciam na região, a cultura inicial na região foi o cultivo de milho, e a atividade de extração de erva mate para a construções de estradas, em segundo momento a autora resgata o inicio da criação de suínos que eram comercializados por Curitiba e São Paulo constituindo assim a economia predominante de nossa região a agroindústria, que surge em função das ações dos próprios agricultores, em busca de saídas para a crise que permeava no país e a mercantilizarão do espaço rural.

Chapecó não sabe bem o que pensar de mim. Por um lado ele me respeita como elemento importante na comunidade, por outro ele tem certa perplexidade diante daquilo que eu faço e daquilo que eu pretendo fazer. Eu sempre fui respeitada em todos os lugares em que me fiz presente e ninguém se arrependeu de ter me recebido bem. Aonde eu chego, revoluciono os homens de negócios e todos me querem. A minha presença proporcionará tranqüilidade. Enamorei-me pelos homens de Chapecó e para cá vim para ficar. Sou menor de idade ainda, mas mesmo assim não me faltam cortejos em Chapecó. Atualmente namoro 1.100 pessoas das mais variadas idades e pretendo conquistar mais umas novecentas até 1972. Ficaram curiosos para saber meu nome, não é? Pois eu sou a INDÚSTRIA (CELEIRO, catarinense, 7.1971).

Nos primeiros anos da década de 1940, surgiram três frigoríficos com relativa expressão econômica na região Oeste. Em 1940, a família Brandalise, dando continuidade a seus empreendimentos comerciais, adquiriu um frigorífico no distrito de Videira, posteriormente denominado Perdigão S.A. Comércio e Indústria. Em 1942, no distrito de Herval D’Oeste, implanta-se a Comércio e Indústria Saulle Pagnoncelli, e, em 1944, também resultante da expansão do capital comercial e da incorporação de um frigorífico já existente, funda-se a Sadia, no município de Concórdia.57 Com a implantação dos frigoríficos, o Vale do Rio do Peixe passa a produzir lingüiça, carne salgada e principalmente banha (HASS, 1993). Aos poucos, o município de Chapecó também apresentou possibilidades de acumulação para o capital agroindustrial. Assim, no ano de 1952 foi criada a S.A. Indústria e Comércio Chapecó (SAIC) e, em 1956, a Indústria e Comércio Marafon Ltda., as duas na cidade de Chapecó. A segunda originaria, mais tarde, a Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda. (CHAPECÓ, 1984).58.

Entende-se a partir destes pequenos fragmentos de constituição histórica que com a expansão econômica regional a um contraponto de crescimento populacional urbano, e com a demanda de assalariados pequenos frigoríficos acabam por evoluir para agroindústrias, o perfil de produção dos frigoríficos passa por mudanças, a abrangência de seu trabalho se redireciona, onde ocorre uma amplificação na divisão social do trabalho e na organização de abrangência relacionada a distribuição, alem de produzir a carne as empresas passam a trabalhar com o processamento de seus derivados expandindo assim a carência constante por mão de obra.

Empresas que contribuíram para a ampliação econômica da região oeste de Santa Catarina:

Frigorífico Seara:

Começa em 1956, na cidade de Seara, Santa Catarina, com a inauguração do primeiro frigorífico de grande porte da região, No início da década de 80 a Ceval, maior processadora de soja da América Latina, adquiriu a Seara, conservando a marca já consolidada no mercado e impulsionando

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