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Transição epidemiológica no Brasil

Por:   •  9/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.680 Palavras (7 Páginas)  •  516 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO – UNIDADE MARIA CÂNDIDA

MARCIA SUNTACK

EPIDEMIOLOGIA – Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

SÃO PAULO

2015

Transição demográfica, epidemiológica e nutricional

De maneira geral, os indicadores de saúde populacional têm como objetivo, verificar a situação da saúde da população ou de pessoas. Esse tipo de avaliação corresponde o nível populacional no que se refere ao bem estar social, cultural e nutricional, bem como os avanços de morbidade e mortalidade em geral. Há anos esse tema está entre os interesses tanto governamentais quanto não governamentais. OLIVEIRA, R.C (2004)

        Segundo BATISTA, M. F e RISSIN, A (2003), data de 1946, a primeira edição do importante livro escrito por Josué de Castro “Geografia da fome”, que mostra já nessa época o interesse sobre a péssima situação alimentar e suas complicações no Brasil, e tinha o intuito de consolidar e sistematizar as informações sobre o assunto. Mas somente a partir de 1975 é que houve estudos que começaram realmente a representar efetivamente a situação nutricional do Brasil em suas diferentes macrorregiões.

        No contexto, o processo de transição demográfica descreve os efeitos que as mudanças nos níveis de fecundidade, natalidade e mortalidade provocam no crescimento populacional, afetando seu ritmo, e na estrutura por idade e sexo. OLIVEIRA,R.C (2004).                

        OLIVEIRA, R. C (2004), também divide a transição demográfica em quatro estágios pelos quais os países tendem a passar. O primeiro acontece com a paridade entre a alta natalidade e mortalidade (principalmente infantil), caracterizando um equilíbrio populacional. No segundo estágio, devido à redução da taxa de mortalidade infantil e a conservação da alta taxa de fecundidade, há um grande aumento demográfico. No estágio seguinte há uma forte redução nas taxas de fecundidade e baixas taxas de mortalidade, o que levam ao processo de envelhecimento da população. O último estágio da transição, também conhecido como a fase moderna, é caracterizado por um novo equilíbrio populacional, agora marcado pelas baixas taxas de fecundidade e também de mortalidade.

        Ao mesmo tempo à transição demográfica, acontecem mudanças nos padrões de morbimortalidade de uma população, caracterizando como uma transição epidemiológica.

        De acordo com estudos, LAURENTI, R et al (1998) afirma que nas décadas de 60 e 70, houve uma redução razoável da fecundidade em países desenvolvidos, já nas áreas rurais a taxa de natalidade era alta onde uma família possuía entre 5 a 9 filhos.         

        Na atualidade essa taxa de natalidade é de apenas 2 a 3 filhos por famílias, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. O Brasil se enquadra no estágio da transição demográfica, pela baixa taxa de fecundidade e mortalidade. Essa transição demográfica ou transição epidemiológica é um processo de mudança no padrão de morbidade e mortalidade, onde a trajetória de padrão tradicional passa a padrão moderno. OLIVEIRA, R.C (2004).        

        De acordo com LAURENTI, no Brasil há uma diferença sobre a saúde entre os gêneros, onde os indicadores de mortalidade são bem desfavoráveis aos homens, e as taxas de morbimortalidade medida por inquéritos populacionais destacam de maneira geral, uma maior frequência em mulheres.

        Fatores biológicos também devem ser levados em consideração, por exemplo, a mortalidade masculina devido às complicações de aterosclerose coronária, em idades mais avançadas. Já nas mulheres esses fatores referem-se ao período pós-menopausa, com a perda da proteção hormonal.

        Mas no ponto de vista de saúde populacional, também segundo LAURENTI, o Brasil é um paradoxo em conviver com situações predominantes em países desenvolvidos, a exemplos as doenças não infecciosas, ou passadas há décadas, e várias doenças infecciosas, onde houve alta taxa de mortalidade infantil.

        OLIVEIRA, afirma que na década de 70, o Brasil teve um surto epidêmico de fome, com índices altos de desnutrição severa e grave, essa situação passou a ser uma deficiência global de nutrientes em 1980. Já à partir de 1990, observou-se um aumento no índice de obesidade, diabetes e dislipidemia, no nordeste e no norte do país, mas somente no ano de 1975, o Brasil dispôs de inquéritos da situação nutricional do país e suas macrorregiões.

        Entre 1975 e 1989, a obesidade esteve em alta em todos os níveis de renda, mais com uma taxa maior ainda entre indivíduos de famílias com menor renda per capta, mas também houve uma diminuição da desnutrição nos níveis de renda familiar estudados. OLIVEIRA, R.C (2004)

Segundo Oliveira (2004), houve mudanças seculares nos padrões de nutrição, essas mudanças ocorreram por consequência de transformações econômicas, sociais, demográficas e sanitárias.

O Brasil passou a ser um país fundamentalmente urbano, com isto, houve melhoria das condições de saúde, sendo a importação de tecnologias médicas, a melhoria das condições de saneamento básico, participação dos trabalhadores no setor terciário da economia, alguns dos fatores que interferem diretamente na geração de renda, estilo de vida e principalmente no perfil nutricional da população. OLIVEIRA, R.C (2004)

Oliveira, também afirma que até a década de 1970, o quadro nutricional no Brasil era de surtos epidêmicos de fome, com grande prevalência das formas graves e severas de desnutrição energética e protéica. Já na década de 1980, a situação nutricional, passou a ser denominada por uma deficiência global de nutrientes, sendo essa deficiência generalizada por todo país.

Em 1990, ainda existia o grave problema da desnutrição energética protéica, principalmente no nordeste e o norte, mesmo com este agravo, observou-se o acréscimo da obesidade, diabetes e dislipidemias.

Mas houve redução de todas as formas de desnutrição nas três últimas décadas, o que ajudou o reconhecimento desta redução de desnutrição foi à especificidade dos indicadores utilizados para a avaliação da situação nutricional da população infantil OLIVEIRA, R.C (2004)

Temos como base a evolução da transição nutricional três estudos que são:

  • ENDEF (1974/75) – Estudo Nacional de Despesas familiares, realizado pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
  • PNSN- Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição, realizado no ano de 1989 pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição- INAN.
  • PNDS - Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, promovida pela Sociedade de Bem – Estar Familiar.

        Nos estudos nacionais de 1974/1975 e 1989, afirmou-se que neste período estudado, a obesidade era elevada em todos os níveis de renda, mais o aumento era maior nos indivíduos de menor renda per capita

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