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A Carne e Osso

Por:   •  13/8/2025  •  Trabalho acadêmico  •  859 Palavras (4 Páginas)  •  7 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA

LUCAS BUENO DA SILVA

5º PERÍODO

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO “CARNE,OSSO”

DIVINÓPOLIS – MG
2024

O documentário Carne, Osso, lançado em 2011 pela ONG Repórter Brasil e dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, retrata a triste realidade de trabalhadores brasileiros dentro de frigoríficos. Ao longo do documentário, são explorados diversos aspectos do processo produtivo, desde o abate até a distribuição sob a perspectiva dos trabalhadores que participaram deste processo.

O documentário tem como objetivo retratar a vivência dos trabalhadores de frigoríficos brasileiros, trazendo o depoimento sobre a estrutura precária, sobrecarga de trabalho e o descaso da empresa em relação aos funcionários. O curta-metragem remete ao filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, em 1936, que mostrava com sarcasmo e ironia as condições de trabalho em uma fábrica pós-revolução industrial. O filme de Chaplin, se refere à modernidade alcançada pelas revoluções industriais onde houve a passagem da produção artesanal, para um modelo de produção em série. Os operários eram submetidos a trabalhos repetitivos e abusivos em uma busca pela produtividade evidenciando uma forma de produção que visava maior lucro para fábrica independentemente das condições de trabalho de seus trabalhadores

A busca pela produtividade juntamente com as péssimas condições de trabalho a que os operários são submetidos são reclamações frequentes em Carne, Osso. Por exemplo: o funcionário só pode ir ao banheiro com permissão do supervisor e fica limitado a duas vezes ao dia. Eles também são proibidos de conversar com o colega de trabalho que está do lado para que isso não afete a produtividade diária. Ao longo do vídeo, nota-se que os trabalhadores devem executar as tarefas estipuladas o mais rápido possível e com um padrão de movimentos para que seja gasto o menor tempo e esforço possível. Eles chegam a fazer até 18 movimentos com uma faca para desossar uma coxa e sobrecoxa, em apenas 15 segundos; São 4 coxas por minuto, totalizando 72 movimentos. Segundo especialistas em saúde e segurança do trabalho, essa carga representa um esforço três vezes maior que o limite saudável. Problemas mentais e de saúde também são relatados no documentário. Colaboradores que contraíram tendinite, depressão e dores musculares são relatos comuns. É retratado casos mais graves, como atrofiamento do nervo do braço por movimentos repetitivos e amputação de membros por acidentes durante o trabalho. Segundo o MPS (Ministério da Previdência Social), trabalhadores de frigorífico têm três vezes mais chances de terem traumatismo no abdômen e na cabeça, além do índice de depressão entre eles ser também três vezes maior que o restante da população ativa no Brasil. E, ainda, o risco de desenvolver tendinite é quase 500% maior em trabalhadores de frigorífico do que o de qualquer outro trabalhador.

Valdirene, uma das ex-funcionárias ouvidas no documentário, trabalhou na fábrica por mais de dez anos e procurou ajuda da empresa sem sucesso quando já não conseguia movimentar a mão por conta de movimentos repetitivos. Ela relata que o medo de perder o emprego, fazia ela tomar remédios controlados para aguentar a dor e contava com o suporte do marido para “abrir” a mão e movimentar os dedos em horários fora do expediente. Músculos e tendões atrofiaram como resultado de movimentos repetitivos e forçados em uma jornada de trabalho de mais de doze horas por dia ao longo de mais de uma década. Após perder o movimento das mãos, ela lamenta ter dedicado tanto tempo à empresa e não poder trabalhar mais. 

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