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A Infância e o Ciberespaço

Por:   •  4/4/2018  •  Resenha  •  987 Palavras (4 Páginas)  •  179 Visualizações

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A INFÂNCIA E O CIBERESPAÇO

A Geração Digital

Nesta nova geração, completamente influenciada pela cibercultura, as crianças nascem em um mundo pré-estruturado. Os estímulos da cultura digital são exercidos sobre a criança já nos primeiros anos de vida.  As aprendizagens realizadas através da internet, em ambientes colaborativos de aprendizagem, reforçam a ideia de que o conhecimento se constrói de forma compartilhada e de que isto tem forte efeito motivador para as crianças.

A introdução da tecnologia, através de computadores e jogos eletrônicos, modificou as formas de brincar, alterou ou uso do tempo livre, dos espaços necessários para brincadeiras, trouxe novas linguagens, desenvolveu novos consumos, além de ter trazido mudanças nas formas de ler e de escrever, já que o papel e caneta agora é dividido com a tela do computador. (MARTINS; CASTRO, 2011).

De acordo com Levin (2007, p. 43) nessa nova realidade tecnológica a criança não brinca, mas sim interage. Com isso, a criança perde um espaço importante de elaboração do vivido, que é o brincar. O autor ainda afirma que as “crianças criam e são criadas pela experiência do infantil que acontece ao brincarem, nesse sentido, o ato de brincar cria o espelho e o infantil da infância”. Na brincadeira, as crianças criam uma ficção cênica, em que lidam e brincam com o real, colocando-se aí psíquica e corporalmente.  

Neste contexto, Couto (2013, p. 902) afirma que “atualmente as crianças já nascem imersas num mundo midiático, vivem com naturalidade as mais diversas relações com as tecnologias digitais, fazem parte daquilo que Tapscott (1999) denominou de ‘a crescente e irreversível ascensão da Geração Net’”. Trata-se de uma “cultura digitalizada”, em que as crianças e os jovens de hoje estão imersos desde os primórdios da vida. Como características dessa cultura, pode-se destacar a fragmentação e a extensão horizontal do conhecimento, além da possibilidade de transitar agilmente de um assunto para outro.

As crianças possuem grande facilidade de compreender os mecanismos e o funcionamento das tecnologias e das redes sociais e de interagir no meio digital. Bieging et al (2013) expõe que esta parte da população nasceu em um mundo super conectado, onde todas as informações são transmitidas pela internet. Com isso, o cenário que se observa na atualidade, é o de crianças convivendo com as tecnologias da informação e da comunicação em seu cotidiano, dedicando um tempo cada vez maior às redes sociais, conectados e interagindo neste mundo virtual tão atrativo.

Santrock (2014) salienta que às últimas gerações foram atribuídos rótulos, conforme as características de cada uma destas e também de acordo com as características do período em que se situam. À geração nascida após 1980 recebeu o rótulo de milenais, pelo fato de atingirem a maior idade no começo do novo milênio. A atual geração apresenta características cuja principal delas é a conexão com a tecnologia, sendo considerados a primeira geração a estar sempre conectada.

Neste sentido, Capparelli (2002) afirma que está sendo compartilhada igualmente a ideia da construção reconstrução da cultura infantil, bem como da própria infância, na medida em que essas construções e reconstruções se baseiam em tecnologias originadas na cultura, conformadas por ela, e que, por sua vez, ajudam a criar novas situações sociais e culturais para essa mesma infância.

Contudo, para as crianças que nasceram e cresceram rodeadas pelas novas tecnologias, a cultura cibernética para elas é como se sempre tivesse existido, ao contrário de seus pais que precisam aprender a utilizar esses equipamentos. Com isso, nessa geração a mídia deixa de ser distante para ser algo que eles mesmos produzem, deixa de ser influenciadora e uma via de mão única para ouvir, responder e solicitar a colaboração. (TAPSCOTT, 1999).

Esses dados abrem possibilidades e caminhos para a construção de uma cibercultura infantil, não apenas definida pela presença das crianças e os usos que elas fazem dos conteúdos não desenvolvidos para elas, mas principalmente pela variedade de conteúdos produzidos por e para elas.  Outra questão é saber se nessa cibercultura infantil a relação com diversidade/uniformidade, com a autonomia e controle em rede, emergem nesses espaços públicos virtuais. E ainda mais, se é alterada a tendência da transformação das relações humanas e sociais em mercadorias. (BELLONI, 2001).

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