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BARBIE: A INFLUÊNCIA DE PLÁSTICO

Por:   •  1/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.689 Palavras (11 Páginas)  •  563 Visualizações

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[pic 1]PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA – POÇOS DE CALDAS

COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA

 DISCIPLINA: Teorias da Comunicação

PROFESSOR: Pedro Vaz Perez

 ALUNA: Marília Caroline Gonçalves

                BARBIE: A INFLUÊNCIA DE PLÁSTICO

Resumo

        Criada com o intuito de ser apenas mais um brinquedo para as crianças, a boneca Barbie trouxe uma ampla bagagem passível de discussões, de um lado mostrando a autonomia e a liberdade feminina e de outro a ditadura da beleza, alienando mulheres do mundo todo a acreditarem que corpo ideal de toda mulher deve ser como o da boneca. Este artigo pretende analisar esses aspectos relacionados com os estudos culturais da Escola de Frankfurt e da Indústria Cultural.

Palavras Chave: Barbie. Escola de Frankfurt. Industria Cultural. Beleza. Estética.

1. Introdução

        O conceito de Indústria Cultural indica a união da relações culturais que o homem nutre com a cultura no capitalismo contemporâneo. Capitalismo, por si só, não é o conjunto de indústrias que abastece os mercados, é um movimento social que abrange a sociedade em geral e os empreendimentos culturais que acumula todo o capital e não sua totalidade.

        Contrário a esses temas, a Escola de Frankfurt, abrigada no Instituto de Ciências Sociais, teve um cunho inicial marxista e logo após, deu lugar a um projeto filosófico que propunha uma crítica que apreendesse a sociedade capitalista do início do século XX (Rüdiger, 2001). Já que para os pensadores e filósofos que compunham a Escola, a sociedade mal havia saído da Segunda Guerra Mundial e já entrara em uma outra guerra, a do capitalismo, que acabou com a autonomia entre a cultura e a economia.

        A sociedade se desenvolve pelo contato entre as pessoas e os fatores culturais e diversos movimentos contribuíram e contribuem para essa evolução social, como o movimento feminista que foi o estopim para a conquista da emancipação feminina. Esse artigo apresenta uma reflexão sobre a influência da boneca Barbie nos padrões de beleza feminino a partir da visão da Escola de Frankfurt e da Indústria Cultural.

2. Barbie - Objeto Empírico

        Criada por Ruth Handler, após ver sua filha vestindo suas bonecas com roupinhas de papel, a Barbie (apelido para a filha de Ruth, Barbara) foi lançada oficialmente em Nova York dia 09 de Março de 1959 e se tornara a boneca mais vendida de todos os tempos.

        Sendo a primeira boneca com formas adultas, era uma top model com medidas perfeitas, silhuetas finas, roupas elegantes, uma mulher independente e com uma carreira de sucesso e Ruth, teve como inspiração para o visual da boneca atrizes famosas da época, como Grace Kelly, Marilyn Monroe, Bridget Bardot. 

        De acordo com Beigbeder (2000) em sua primeira edição, custando três dólares, foram vendidas mais de 340 mil bonecas e atualmente são compradas cerca de 120 milhões de bonecas por ano em todo o planeta, cerca de 2 exemplares por segundo, algumas chegando a dez mil reais.

        Com o status de boneca mais popular do mundo, seu sucesso é sempre vinculado à beleza, à juventude e ao consumo. Devido às diversas adaptações visuais e à representação de diferentes etnias, a boneca norte-americana acompanhou as mudanças de tendência em moda, beleza e comportamento e construiu uma memória da cultura ocidental (ROVERI, 2012, p. 48).

3. Fundamentação Teórica

3.1 Indústria Cultural

        A Indústria Cultural consiste na técnica colocada a serviço da lógica capitalista. Sua grande preocupação é vender cada vez mais produtos, transformando o aspecto cultural em uma forma de produzir mercadorias.

        Para atingir os objetivos impostos pela Indústria Cultural, é necessária a alienação do povo, ou seja, massificar e homogeneizar gostos e necessidades de consumo, excluindo a individualidade dos seres humanos e os transformando em seres passivos e conformados pelo que a mídia transmite. O entretenimento, em todas as suas formas, passa a ser caracterizado como produto da sociedade de massa, buscando garantir o apaziguamento social.

        Esse tema é relevante até os dias atuais, onde a sociedade está cada vez mais adaptada ao consumismo e é facilmente influenciada por ele, ele não se define pela sua base teórica e sim como se manipula as técnicas de distribuição e vendas e como são padronizadas as estruturas dos bens simbólicos.

        Como a mídia influencia na identidade cultural e no comportamento das pessoas, inclui-se a boneca Barbie nesse processo, pois seu sucesso  pode ser dado ao fato das narrativas serem tramadas em diversas mídias, o que acaba por renovar as identidades da boneca, moldando-a em diferentes culturas em cada época,  nunca deixando a boneca sair da moda e de ser tendência.

         Para a Mattel, diversidade consiste em tons de pele, países, línguas e hábitos alimentares diferentes dos da Barbie loura e branca. A pluralidade cultural foi relegada às amigas da Barbie, pois nada poderia retirar a supremacia da branca da boneca (ROVERI, 2008).

3.2 Escola de Frankfurt

        A Escola de Frankfurt consiste em um grupo de pensadores responsáveis pelo desenvolvimento da Teoria Crítica: Uma abordagem multidisciplinar sobre a sociedade industrial, levando em conta todos os aspectos de conhecimento a respeito do homem.

        Composta por grandes pensadores como Adorno, Horkheimer, Benjamin, Habermas e Marcuse, a escola tem um alicerce na teoria marxista (que relevava apenas o aspecto econômico sobre a sociedade), ao mesmo tempo em que também propõe um movimento auto reflexivo sobre ela.

        A Escola de Frankfurt abrange os inúmeros trabalhos que constroem um conceito, teoria e uma prática sobre a mercantilização da sociedade e dos meios de comunicação e também é composta por estudos que analisam sistemáticamente os efeitos da mercantilização na produção cultural.

        De acordo com Wiggershaus (2002, p. 97) "a expressão 'teoria crítica' tornou-se a designação preferida dos teóricos. [...] Era também uma espécie de camuflagem para a teoria marxista." Além de Marx, a filosofia da Escola de Frankfurt, também teve como base Freud e Nietzsche, que ajudaram a modificar a forma de ver a sociedade e estudar o homem e sua cultura, sendo também a primeira instituição que incluiu a teoria freudiana em pesquisas teóricas.

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