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O jornalismo é uma forma de conhecimento

Por:   •  17/8/2016  •  Resenha  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  774 Visualizações

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O jornalismo é uma forma de conhecimento?

Renato Nunes do Nascimento

1º período de Jornalismo. Universidade Federal de Alagoas

MEDITSCH, Eduardo. O jornalismo é uma forma de conhecimento? Disponível em Acesso em: 18 de julho de 2016.

Introdução. Convidado para uma um conferência nos Cursos da Arrábida – Universidade de Verão, o autor introduz seu argumento citando Paulo Freire quando afirma que todo conhecimento autêntico nasce de uma pergunta e fortalece a ideia acrescentando: “Não há conhecimento sem pergunta”. Essas afirmações servem para refletir sobre o próprio título da conferência – O jornalismo é uma forma de conhecimento?

Em sua reflexão, o autor afirma que a pergunta admite interpretações variadas, contudo, pretende apresentar sua própria visão, na qual a resposta aponta para a mesma frase no sentido afirmativo, com algumas ressalvas. Há ainda outra pergunta subjacente: “Jornalismo: Transmissão de Conhecimentos ou Degradação do Saber? Para essa indagação a hipótese defendida é de que o jornalismo é uma forma de produção do conhecimento que pode servir para reproduzir outros saberes bem como para degradá-los, inclusive de forma simultânea.

Eduardo Barreto Vianna Meditsch é Pesquisador do CNPq e Professor do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. Realizou estágio sênior de pós-doutorado na University of Texas at Austin. Possui doutorado em Ciências da Comunicação/Jornalismo pela Universidade Nova de Lisboa (1997), mestrado em Ciências da Comunicação/Jornalismo pela Universidade de São Paulo (1990) e graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979). Integra conselhos editoriais de duas dezenas de revistas acadêmicas do Brasil, América Latina, Portugal e Espanha. Como jornalista, atuou no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Foi colaborador de diversos órgãos da imprensa alternativa brasileira e também do jornal Público de Lisboa. Sócio fundador da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), foi seu primeiro diretor científico. Coordenou o Núcleo de Pesquisa em Rádio e Mídia Sonora da Intercom e o GT Estudos de Jornalismo da Associação Latino-Americana dos Pesquisadores em Comunicação (ALAIC) Foi membro da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas (Fenaj) e do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ). Recebeu os prêmios Vladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos, Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação e Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo. Colidera, na UFSC, o Grupo de Pesquisa em Jornalismo, Cultura e Sociedade e também o Grupo de Investigação em Rádio, Fonografia e Áudio. Tem experiência acadêmica na área de Comunicação, com ênfase em Teoria e Ensino do Jornalismo, Estudos de Rádio, Processos e Produtos Jornalísticos, Mídia e Conhecimento.

Abordagens do jornalismo como conhecimento. Meditsch divide esse enfoque em três, no primeiro ele define conhecimento não como um dado concreto, mas como um ideal abstrato a alcançar, sendo esse o parâmetro para se julgar o conhecimento produzido no mundo humano. O método científico é a forma padrão para se gerar conhecimento, qualquer coisa à margem desse padrão é considerada ilegítima ou imperfeita. Assim, o jornalismo não produz conhecimento válido, ele contribui apenas para a degradação do saber podendo se classificado como “ciência mal feita” ou “atividade perversa e degradante”.

No segundo, o jornalismo enquanto conhecimento é tratado como uma ciência menor, mas não inútil. Neste ponto, o texto afirma que entre o conhecimento cotidiano (conhecimento de) e conhecimento sistematizado e analítico (conhecimento sobre), típico da ciência; o jornalismo pode ser situado entre os dois ao se admitir uma gradação. A diferença entre jornalismo e as outras formas de conhecimento está, não somente na profundidade de análise, mas também na velocidade de produção, porém essas diferenças parecem insuficientes para definir as especificidades do jornalismo como forma de conhecimento.

O terceiro enfoque dá ênfase ao que o jornalismo tem de original. Não afirma que ele revela mal ou revela menos da realidade que outras formas de conhecimento, apenas revela diferente e assim pode revelar aspectos obscuros para outros modos de conhecimento. Portanto o jornalismo graças à sua função ligada à comunicação, além de produzir conhecimento, pode reproduzir conhecimento de outras instituições sociais.

Reprodução é mais complexa que uma simples transmissão. Isso ajuda a entender o papel do jornalismo no processo de cognição social. Para corroborar essa ideia, o autor compartilha os pressupostos do jornalismo como conhecimento.

Pressupostos do jornalismo como conhecimento. A desmistificação do preceito positivista da infalibilidade da ciência demonstrou o caráter histórico e cultural das formas de conhecimento. Isso não significa que o irracionalismo da idade média vai dominar novamente a sociedade, mas que a complexidade do mundo, cada vez mais exposta a nós, necessita de uma razão mais refinada.

Neste ponto, o autor reflete sobre transmissão e a constante formação de conhecimento.

 O saber não pode ser transmitido, já afirmava Paulo Freire. Quando uma informação é comunicada de uma pessoa a outra com sucesso, isto implica que que ela não foi simplesmente transferida, mas que foi re-conhecida pela pessoa que a recebeu. Desta forma, o conhecimento não se transmite, ele se reproduz. Diante de vários exemplos de quão complexos e diversos são os processos de gerar conhecimento, o autor afirma que não é aconselhável descartar qualquer forma de conhecer, re-conhecer o mundo, por mais singela ou limitada que ela possa parecer. O Jornalismo, como modo de conhecimento precisa ser compreendido, pois ele pode fornecer uma peça importante no grande quebra-cabeça que é a realidade.

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