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Resenha Crítica: Discurso do Método - René Descartes

Por:   •  7/6/2016  •  Resenha  •  2.524 Palavras (11 Páginas)  •  3.119 Visualizações

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COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

ALEXANDRE

DISCURSO DO MÉTODO

René Descartes

FORTALEZA

2016

Atividade (Introdução à Metodologia do Trabalho Científico) – ELABORAÇÃO DE UMA RESENHA.

Referência

DESCARTES, René. Discurso do Método. 4ª ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. 101 p.

Autor

Filósofo, matemático e fisiologista, o francês René Descartes é considerado o pai da matemática e da filosofia moderna. Formado em Direito pela Universidade de Pointier, não exerceu a profissão e se atentou ao estudo matemático e desenvolvimento de metodologias para simplificação do ensino. Também escreveu os livros:  Meditações sobre a filosofia Primeira; Objeções e Respostas, Princípios da Filosofia, Descrição do Corpo Humano e As Paixões da Alma.

Resumo

Trata-se de um manual da razão, um prático "modo de usar". Moderno, Descartes postulava a ideia de que a razão deveria permear todos os domínios da vida humana e que a apreciação racional era parâmetro para todas as coisas, numa atividade libertadora, voltada contra qualquer dogmatismo. Evidentemente, tal premissa revolucionária lhe causaria problemas, sobretudo no âmbito da igreja: em 1663, vários de seus livros foram colocados no Índex. Razão alegada: a aplicação de exercícios metafísicos em assuntos religiosos.

A forma discursiva utilizada por Descartes é a narrativa autobiográfica. O Discurso do Método não é um tratado científico, tampouco um manual pedagógico: “Assim, o meu desígnio não é ensinar aqui o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas apenas mostrar de que maneira me esforcei por conduzir a minha”. Continua ainda: “Mas, não propondo este escrito senão como uma história, ou se o preferirdes, como uma fábula...” O filósofo francês não visa a impor uma doutrina; ele declara sua intenção de mostrar sua insatisfação e os caminhos que percorreu para solucionar seus questionamentos. Para isso, ele conta a história de sua vida pessoal, da metafísica, da física e do método científico. Descartes deseja mostrar o método que ele escolheu, sua exposição não é um modelo, mas uma autobiografia intelectual: uma narrativa de eventos passados em que um indivíduo relata sua reforma nos hábitos de racionalizar e perceber o universo físico.

A narrativa procura demonstrar a história de um indivíduo desejoso de evitar a ilusão. Para isso, eventos são escolhidos e organizados, a experiência pessoal é apresentada e serve de base para apresentar uma possibilidade de vitória sobre a incerteza. Duas técnicas narrativas são utilizadas: a representação e a narração.

Resenha

René Descartes proporciona, através de sua obra “Discurso do Método”, uma gama de novos conceitos voltados a desconstrução simbólica de mecanismos e cronologia de vida. Utilizando-se de uma espécie de “diário de bordo”, no qual o personagem principal é o próprio autor, é notória uma perspectiva de cuidado com o postulado em si, ao passo que existe um amalgamado de sentimentos envolvidos entre o escrito e um leitor, até então desconhecido.

Através de uma lógica mais sistêmica, o livro é dividido em seis partes:

Na primeira, serão encontradas diversas considerações sobre as ciências. Na segunda, as principais regras do método que o autor examinou. Na terceira, algumas das regras da moral que ele extraiu desse método. Na quarta, as razões pelas quais prova a existência e Deus e da alma humana, que são os fundamentos de sua metafísica. Na quinta, a ordem das questões de física que examinou, particularmente a explicação do movimento do coração e algumas outras dificuldades pertencentes à medicina, e também a diferença que existe entre nossa alma e a dos animais. E, na última, as coisas que ele julga necessárias para ir mais além na investigação da natureza do que já se foi, e as razões que o fizeram escrever”. (DECARTES, 2009)  

René Descartes inicia sua distribuição conceitual através de uma equiparação dos homens, com relação ao uso de “bom senso”, arte racional do julgamento, no que a civilização já recebe distribuída naturalmente. Todavia, a linearidade do discurso é quebrada em seguida, com a divulgação de que mesma a razão sendo igual em meio aos homens, o espírito (termo que também engloba memória e imaginação) poderia ser diferente, ou seja, o autor caminha para a composição humanística do ser, atribuindo razão, para vivencia civilizatória, e espírito, para individualização e fim da generalização desse ser.

A medida que o corpo textual vai ganhando forma, um aspecto adotado na construção do discurso é revelado. Os relatos de uma índole pessoal proposta por Descartes, como o fato de querer ser parecido com os outros homens, que podem ter um pensar mais ágil, além de conceber juízo de valor as ações de outrem, denominando-as de inúteis, quando apoiadas na própria história juvenil do pensador, são preparações para um caminho que a leitura nos proporcionara, não de ensino, e sim, contemplação de um método que rompeu com os limites da teoria e se aplicou ao contexto vivido pelo pensador.

Tal fator encontra fundamentação teórica desde o título do texto em análise: “Discurso do Método”. Sabiamente escolhido, o título remete ao não propósito de ensino, mas simples discussão sobre ele, no qual Decartes, de modo a tentar desfazer uma possível ideia acerca do fundamento objetivo da obra, solicita que a mesma seja encarada como uma fábula ou história que não deve ser reeditada, como se os relatos tivessem sido retirados de um contexto de escolhas fictícias.

No seu percurso histórico, o autor acaba por renegar todo conteúdo material até então exposto, mas “não absorvido” dentro de um sistema regular de ensino. Alegando que fora persuadido pelas letras, por falarem que delas se era possível aprender tudo e elas só o forneciam o crescente acúmulo de dúvidas, Descartes escolhe adentrar num livro mundano. Decide viajar pelo mundo, com a certeza de que a matemática seria o único sistema que evidenciava com exatidão a presença da razão, apesar de considera-la mal forjada em aplicabilidades práticas, que queria ir para o Céu, pós estudo de Teologia, e que procurava traçar o caminho de sua vida, iniciado pelo desejo de distinguir o verdadeiro do falso, pela análise dos saberes das pessoas.  

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