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Resenha O Discurso Da Delinquenacia

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Por:   •  26/10/2014  •  576 Palavras (3 Páginas)  •  350 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

GALARÇA, Sandro. O discurso da delinquência: de Michel Foucault a Truman Capote. RASTROS-Revista Núcleo de Estudos em Comunicação. 2013; 14 (18): 51-65.

Sandro Galarça, é graduado pela Faculdade dos Meios de Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do RS (1994). Mestre em Comunicação e Informação pela Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade do Rio Grande do Sul (2004) e Doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010). Atualmente, é professor titular do curso de Jornalismo de Ielusc, em Joinville, e no Departamento de Comunicação da Fundação Universidade Regional da FURB, em Blumenau.

Trata-se de uma síntese da tese de doutorado do referido autor, intitulada Sujeito, discurso e delinquência – uma Cartografia de A Sangue Frio. Tendo como ponto principal, analisar os elementos presentes na obra A sangue Frio de Truman Capote, sob a ótica da obra Vigiar e Punir de Michel Foucault, levando em consideração a construção ficcional de um discurso que põe em suspensão a construção do universo simbólico em que se dá a relação entre os sujeitos e a própria constituição ficcional desses sujeitos.

Truman Capote, em sua obra, relata a morte de quatro pessoas da mesma família, sendo que a obra visa muito mais narrar o cumprimento da pena pelos dois assassinos, embrenhando-se na prisão e vivenciando seu ambiente e mostrando sua dura e frágil realidade, colocando em relevo quem realizou o crime, não sendo tão importante compreender como ou porque o crime foi cometido.

Já na obra de Michel Foucault, ele faz um estudo histórico da punição ao longo da História, mostrando que a punição do corpo, era uma função punitiva exemplar, com requintes de crueldade. Foucault, vai além da análise histórica e faz a análise do sistema punitivo moderno e contemporâneo, em que a punição atinge a alma do sujeito, priva- o da liberdade, reduz seus direitos ao confinamento e caça-lhe o livre-arbítrio, uma vez que é o Estado quem decide seu futuro, as roupas que veste, a alimentação do dia, as horas do sono e o nível de sua qualidade de vida.

Focault e Capote, mostram o interesse maior pelo sujeito e sua punição, entrando no campo da subjetividade, como o sujeito “perde” sua identidade e sendo confundido com a condição de delinquente esteriotipando-o, e neste sentido o sujeito é o personagem principal das duas obras.

O sujeito marginalizado pelo Estado/poder, economicamente, que o vê como um possível delinquente e quando se envolve no crime é punido exemplarmente, não cumpre a prisão com o seu objetivo, e mais o mesmo Estado que criou o discurso, que puniu continuará punindo com a exclusão de ex-detento, que sai do sistema prisional pior do que entrou.

Em ambas as obras há uma crítica ao modo de punição do Estado, questionando e pondo em cheque a sua formulação teórica, sua aplicação e seus resultados, classificando-o como ficcional na medida em que há um assujeitamento, que continua a pena sendo exemplificativa, seletiva e não ressocializa. O Estado cria o discurso da delinquência para justificar a marginalidade social a que o sujeito é submetido.

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