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Resenha Crítica Estudos Culturais e Consumo Cultural

Por:   •  25/11/2018  •  Resenha  •  1.443 Palavras (6 Páginas)  •  412 Visualizações

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UNIVERSIDADE POSITIVO

PUBLICIDADE E PROPAGANDA

TEORIAS DA COMUNICAÇÃO

FILIPE BORDINHÃO

ANA BEATRIZ WINGERT CORREA, NATHALY VITÓRIA CARLI E YANCA RAMOS DA CUNHA

GARCIA-CANCLINI, Nestor. Consumidores e Cidadão. (Cap. O consumo serve para pensar) e ESCOSTEGUY, A. C.. Estudos culturais: uma perspectiva histórica (p.27 – 64)

RESENHA CRÍTICA

Para Canclini o consumo é o conjunto de processos socioculturais que se realiza a apropriação e os usos dos produtos. Já para Manuel Castells, o consumo é o lugar onde os conflitos entre classes, gerados pela desigualdade, se associam à apropriação e distribuição de bens. Deve-se observar que no consumo se constrói parte da racionalidade integrativa e comunicativa de uma sociedade. O autor apresenta o consumo de forma assustadora.

O autor fala do consumo como um processo de ritual, que precisa dar sentido aos acontecimentos básicos. Para ele, comprar objetos, pendurá-los ou distribuí-los pela casa acaba mostrando um lugar de ordem além de passar a ter funções na comunicação com os outros. Segundo os autores Douglas e Isherwood, “consumir é tornar inteligível um mundo onde o sólido se evapora”. Por isso, as mercadorias além de serem úteis para expansão do mercado, servem também para nos distinguirmos das outras pessoas e nos comunicarmos com elas. As mercadorias e o consumo servem também para ordem política da sociedade. O consumo é um processo onde os desejos se transformam em necessidades e em atitudes sociais. Vivemos, hoje em dia, num tempo de fragmentação e diversidade, de segmentações e comunicações dentro de cada comunidade. Com toda essa diferença, os consumidores conseguem encontrar objetos, bem materiais ou não, que unem a todos. Mas essa procura é cada vez menor quando se fala em classe social, etnia e origem, o que podemos observar são as comunidades de consumidores, o que o autor fala que não são os meios (tv, rádio, etc.) que causam o achatamento cultural, e que não devemos conceder a diminuição da vida pública e a alienação da cultura eletrônica, deixando de lado o interesse pela política. Canclini finaliza seu pensamento por meio da recuperação da criatividade dos espaços públicos, onde é o consumo quem poderá ser um local de valor e intelectual, para se pensar e agir de forma expressiva e ousada para uma vida social.

O texto de Ana Carolina Escosteguy é resultado de uma tese de doutorado, e coloca em discussão a construção do conhecimento em Estudos Culturais na América Latina e suas ligações com a vertente britânica do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS). A obra não produz novos conhecimentos e novas teorias, mas organiza o conhecimento e as teorias, através de pesquisadores.

As primeiras manifestações dos Estudos Culturais têm origem na Inglaterra, no final dos anos 50, especialmente em torno do trabalho de Richard Hoggart, Raymond Williams e Edward Palmer Thompson. O campo dos Estudos Culturais surge através do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), na Universidade de Birmingham em 1964. As relações entre a cultura contemporânea e a sociedade, suas formas culturais, instituições e práticas culturais, bem como suas relações com a sociedade e as mudanças sociais, compõem o eixo principal de observação do CCCS.

Três livros são identificados como a base dos Estudos Culturais, o primeiro de Richard Hoggart intitulado “As Utilizações da Cultura”, que buscava compreender como as pessoas utilizavam as informações da mídia na vida cotidiana; o segundo de Raymond Williams chamado “Cultura e Sociedade”, que constrói um histórico do conceito de cultura, repensando sobre o mesmo, com a ideia de que a cultura “comum” pode ser vista como estado de desenvolvimento intelectual de uma sociedade, conjunto de artes, hábito da mente, um modo de vida material e intelectual; e o terceiro de Edward Palmer Thompson denominado “A Formação da Classe Operária Inglesa”, que reconstrói uma parte da história da sociedade inglesa, influenciada pela tradição marxista, a classe operária para além do trabalho, para ele outros aspectos ajudavam a formar a identidade do grupo. Para Raymond Williams e Edward Palmer Thompson, a cultura era uma “rede viva de práticas e relações que constituíam a vida cotidiana, dentro da qual o indivíduo estava em primeiro plano”, mas Thompson opunha-se ao entendimento de cultura como forma de vida global, em vez disso, entendia a cultura como enfrentamento entre modos de vida diferentes.

Embora não tenha sido um membro do trio fundador, Stuart Hall teve importante participação na formação dos Estudos Culturais, pois incentivou o desenvolvimento da investigação de práticas de resistência de subculturas e de análise dos meios massivos, identificando seu papel na sociedade.

O que une os quatro autores é uma abordagem que afirma que através da análise da cultura de uma sociedade é possível restabelecer o comportamento padronizado e as práticas culturais daquela sociedade, a perspectiva que enfatiza a produção ativa da cultura, ao invés do seu consumo passivo.

Nas décadas de 80 e 90, os Estudos Culturais se descentralizaram geograficamente e seu objeto de estudo continuou cada vez mais diversificado, atravessando as relações entre cultura contemporânea e a sociedade, os meios de comunicação de massa e a diversidade na formação de identidades culturais.

Escosteguy mostra os traços gerais do contexto dos Estudos Culturais na América Latina utilizando como referências Nestor Garcia Canclini e Jesús Martín Barbero.

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