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A Crítica e a razão esclarecida

Por:   •  28/10/2017  •  Resenha  •  858 Palavras (4 Páginas)  •  271 Visualizações

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Critica a razão “esclarecida”

Adorno e Horkheimer na obra Dialética do Esclarecimento argumentam acerca do processo de racionalização ocidental advindo do iluminismo como sendo um estágio de esclarecimento pela razão, todavia delatando a característica dominante que o mesmo ostenta. Contudo, a proposta iluminista teria como o capital objetivo exaltar a dignidade humana (assim como explanado por Kant em sua razão iluminista), no entanto o iluminismo desencadeou a instrumentalização das relações humanas. A investigação de Adorno e Horkheimer é especificamente uma crítica ao avanço do capitalismo e a barbárie gerada pela razão, sobre isso eles destacam o seguinte:

O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece os na medida em que pode manipulá-los. O homem de ciência conhece as coisas na medida em que pode fazê-las. É assim que seu em-si torna para ele. Nessa metamorfose, a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato da dominação. (ADORNO & HORKHEIMER, 1947, P.7)

O processo de esclarecimento não objetivou somente o conhecimento acerca das coisas, mas consistiu na sua dominação, de modo que o conhecimento se adquiri apenas com o sobrepujar humano sobre as coisas. O ideário iluminista consistiu, segundo Adorno e Horkheimer, no amplo domínio de tudo, de modo que essa propriedade do homem sobre as coisas desprende-se o ser humano de seus temores e alienação perante a natureza. Neste sentido, esse movimento é caracterizado como o afastamento da obscuridade metafísica e o temor diante a natureza, que impõe a entidade humana a colocação de “dominador” ou “senhor” do mundo.

A razão iluminista, que consistiu em um estágio emancipatório intelectual, tal como idealizado por Kant, transfigurou-se em processo de desmitificação de caráter cético e racional, compreendendo a política, cultura, economia e as demais esferas do âmbito social, isto é, tornando-se como descrito por Weber no desencantamento do mundo. O esclarecimento simboliza a separação do espírito da natureza para sobrepuja-lo, no entanto, o espirito não somente se desvencilha da natureza externa, mas como também da própria natureza interna ao homem. Esse processo representa não somente a dominação do homem sobre a natureza, como o recalque dos instintos e desejos humanos de maneira a tornar o indivíduo cada vez mais produtivo no que se refere à construção de riqueza e cultura.

O que os homens querem aprender da natureza é como empregá-la para dominar completamente a ela e aos homens. Nada mais importa. Sem a menor consideração consigo mesmo, o esclarecimento eliminou com seu cautério o último resto de sua própria autoconsciência. (ADORNO & HORKHEIMER, 1947, p.6).

O Esclarecimento tornou-se um sistema totalitário, se instalando em todas as esferas da vida social consideravelmente. O ser humano ao se tornar superior à natureza possibilitou a superioridade do homem sobre o próprio homem através da primazia da técnica, independente do sistema econômico-social. A incessante reprodução da técnica e o desencantamento do mundo produziram sujeitos desencantados. Os indivíduos tornaram-se racionalizados e inteiramente adaptáveis à

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