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A Crítica hegeliana ao tratamento kantiano acerca da ética

Por:   •  3/8/2018  •  Resenha  •  580 Palavras (3 Páginas)  •  205 Visualizações

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A crítica hegeliana ao tratamento kantiano acerca da ética

A moral e Ética, além de assuntos extremamente presentes na nossa vida cotidiana, aparecem como questões filosóficas desde a Antiguidade.  Pensadores como Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant e Hegel, para citar apenas alguns, se preocuparam com essas questões, dedicando-as um tratamento em seus escritos.

O já citado Immanuel Kant (século XVIII) desenvolveu, em sua obra, numerosas dsicussões acerca da Ética, dando ao tema o seu tratamento que acabou por ser chamado de Ética do dever. Para o filósofo, a resolução de uma questão moral, assim como qualquer outra ação humana, deve ser norteada pela razão e, para explicar isso, elabora o conceito de imperativo categórico, que não é nada mais do que o princípio que deve basear qualquer ação humana. A partir desse raciocínio surge a questão que é: como elaborar tais princípios (leis) universais? Como resposta a essa questão, o conceito de imperativo categórico prescreve que uma ação moral é aquela cujo seu princípio pode ser tomado como um princípio universal, não obstante as especificidades de cada situação. Dessa forma, por ditar as condições através das quais os indivíduos devem pautar suas ações, a Ética kantiana é denominada “a Ética do dever”.

Hegel, filósofo também nascido no século XVIII, faz uma série de críticas aos princípios da Ética do dever. Uma dessas críticas recais sobre o já citado conceito de imperativo categórico. Segundo Hegel, este princípio não leva em consideração às consequências que podem ser evocadas através de seu uso. Podem existir, por exemplo, situações nas quais o emprego da ação moral decorrente da Ética do dever traga consequência a consolidação de uma ação que pode, até mesmo, ir contra o próprio imperativo categórico fruto da razão. Simplificando o que foi dito, a Ética do dever negligencia, de certa forma, as consequências que podem advir das ações pautadas pela moral que dela advém.

Além disso, é importante ressaltar que uma ética que consiste em eleger uma moral através da junção de individualidades não está preocupada com os princípios por trás dessas ações. A ética kantiana não propõe uma consideração dos princípios através dos quais as ações se desdobram, em vez disso, resume-se a eleger uma moral universal baseada em julgamento e intencionalidade individuais.

Acerca da ética kantiana, logo percebe-se também que é uma elaboração na qual as ações devem ser mediadas pelo pensamento, isto é, cabe à razão os papeis de conferir sentido e ordenar as ações humanas de forma objetiva. Em outras palavras, isto quer dizer que que as nossas ações, para Kant, são mediadas pela razão e isso basta.

Hegel, por sua vez, aponta que a razão, por mais que seja objetiva, não é suficiente para dar conta do problema da ética, como sugere Kant, visto que esta consegue dar origem apenas a um conjunto de leis tomadas como princípios universais a serem seguidos (a priori). O desdobramento que Hegel propõe sugere não uma reflexão anterior da ação, mas a reflexão constante desta, de modo que se torne efetiva, ou seja, que não haja separação entre a reflexão e a própria ação.

Percebe-se então que Hegel não descarta a reflexão kantiana acerca da razão, mas considera limitada a sua contribuição, tal qual proposta por Kant, à questão da ética. Em Hegel, o esquema kantiano, que propunha a reflexão para a tomada de uma ação que é reflexo de uma máxima, é “substituído” pela efetividade do agir, isto é, quando presente num processo de constante reflexão e, portanto, inseparado desta, o agir é efetivo.

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