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A Filosofia Medieval

Por:   •  15/3/2017  •  Resenha  •  1.607 Palavras (7 Páginas)  •  244 Visualizações

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A teoria da linguagem e a idéia de Mestre Interior no De Magistro

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

Disciplina: Filosofia Medieval I

Docente: Andrey Ivanov

Discente: André Luis A. Bonacini

R.A: 126726-4

  

  

 

Marília

2012  

Introdução

 

 Santo Agostinho (354-430) é sem dúvida um dos maiores expoentes da filosofia. O autor foi responsável pela primeira grande sistematização do pensamento cristão, sintetizando em seu pensamento elementos de fusão do pensamento grego, além dos ensinamentos e valores judaico-cristãos. Quanto ao seu raio de influência, marca notadamente o pensamento religioso subseqüente, como Lutero, Calvino e Pascal.  Cidadão romano do Norte da África nascido em Tagaste (na atual Argélia) faz seus estudos em Cartago, onde passa a ter contato com a filosofia.  

Acerca da obra De Magistro, foi escrita no ano de 389, dois anos após seu batismo e seu retorno da Itália, nela Agostinho coloca como centro da discussão o problema da linguagem, problema esse levantando desde o período antigo da filosofia, perpassando até a modernidade. A dialética é a metodologia utilizada pelo autor que, ao longo de perguntas e respostas que permeiam o diálogo. Para Agostinho, as palavras são compreendidas enquanto sinais exteriores do conhecimento, sinais esses dados sempre pelo Mestre interior, ou por assim dizer Cristo.

 

Finalidade da Linguagem

“Ag – Que te pareces que pretendemos fazer quando falamos?    Ad – Pelo que de momento e ocorre: ou ensinar ou aprender. Ag – Vejo uma dessas duas coisas e concordo: com efeito, é evidente que quando falamos queremos ensinar, porém como aprender?                                                                                         Ad – Mas, então, de que maneira pensas que se possa aprender, senão perguntando?”.  (AGOSTINHO, 1956, p. 13)

O inicio da obra De Magistro é marcado por uma digressão acerca da finalidade da linguagem. Adeodato responde ás questões levantadas de modo a definir a proposta da linguagem enquanto meio de ensinar (docere) e aprender (discere), no sentido de transmissão  e propagação do conhecimento. Agostinho, todavia, apresenta a tese segundo a qual somente o ensinar pode ser considerado finalidade da fala, pois como aponta, “de que maneira pensas que se possa aprender, senão perguntando?”. (AGOSTINHO,1956, p.13). Segundo Agostinho mesmo o interlocutor que profere a pergunta está ensinando, pois, com tal movimento ele estaria ensinando o objeto de sua dúvida.

“Ag – Entendeste certo: creio também teres notado, apesar de haver quem não concorde, que, mesmo sem emitir som algum, nós falamos, enquanto intimamente pensamos as próprias palavras em nossa mente; assim com as palavras nada mais fazemos do que chamar a atenção; entretanto a memória, a que as palavras aderem, em as agitando, faz com que venham à mente as próprias coisas, das quais as palavras são sinais”.  (AGOSTINHO, 1956, p. 17)

Neste momento ocorre a apresentação da primeira tese de Agostinho acerca da linguagem: as palavras são sinais. Todavia, o autor ressalta que o sentido de sinais aqui é mais lato, abrangendo palavras, gestos, símbolos e outras formas ligadas à linguagem. A linguagem, portanto, ocupa um papel central no processo de instrução do indivíduo. Mais adiante, Adeodato tentara refutar o pai acerca da finalidade do canto enquanto instrução, utilizando-se do exemplo do canto solitário. É neste momento que Agostinho introduz uma reflexão fundamental para o prosseguimento do diálogo, a instrução através da recordação:

“Ag – Há todavia, creio, certa maneira de ensinar pela recordação, maneira sem dúvida valiosa, como se demonstrará nesta nossa conversação. Mas, se tu pensas que não aprendemos quando recordamos ou que não ensina aquele que recorda, eu não me oponho; e desde já declara que o fim da palavra é duplo: ou para ensinar ou para suscitar recordações nos outros ou em nós mesmos; o que fazemos também cantamos; ou, por acaso, não te parece? ”.  (AGOSTINHO, 1956, p. 13)

Portanto, a linguagem aparece em Agostinho enquanto um instrumento pelo qual podemos ensinar e dar informações, remetendo à memória fatos ou conceitos e recordá-los aos outros. Embora não se trate de uma abordagem de direta do problema da pedagogia, a obra percorre as principais problemáticas acerca da educação, e do processo de alfabetização e seu papel na formação intelectual do indivíduo.  

O Conhecimento Da Coisa É Superior Ao Conhecimento De Seu Nome.

“Ag – Como vamos fazer então? Diremos que com esta palavra (nihil), ais do que a própria coisa, que não existe, queremos significar aquele estado da alma produzido quando não se vê a coisa, e, no entanto, descobre-se ou se pensa ter descoberto que a coisa não existe? ”.  (AGOSTINHO, 1956, p. 21)

Para Agostinho, nos utilizamos da linguagem de maneira que nos referimos sempre a algo, cabendo a palavra o papel de um determinado sinal, ao ouvinte. Em outras palavras, a linguagem aparece aqui enquanto instrumento de acesso ao significado das coisas, por meio de signos. A existência de um significado aparece aqui como condição sine qua non para a existência de um signo.

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