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A HERANÇA DA RELIGIÃO NA ÉTICA EM HABERMAS

Por:   •  2/4/2020  •  Artigo  •  4.220 Palavras (17 Páginas)  •  127 Visualizações

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A HERANÇA DA RELIGIÃO NA ÉTICA EM HABERMAS

Matheus Moura Muniz[1]

Resumo

Neste artigo busca-se analisar, a partir de pesquisa bibliográfica, os elementos que constituem a ética e sua herança religiosa na perspectiva de Jürgen Habermas. Compreende-se que, até certo ponto a religião, como fundadora de cultura, exerce um papel significativo no ordenamento social e por sua vez, na construção ético-moral. Em Habermas, a religião aparece como colaboradora das bases pré-políticas do estado de direito democrático. Não é claro que seja possível que, através de acordos formais, mesmo em sociedades consideradas plurais, se chegue à instauração da ordem. Se faz necessária a religião, como agente de regulação social, por meio de suas doutrinas, que causam grande impacto nos fiéis e por consequência fidelidade a esses padrões de vida que devem convergir com os padrões da sociedade. Por outro lado, também se percebe que alguns dos padrões morais advindos da religião, parecem estar ultrapassados, dada a evolução do pensamento contemporâneo que embasa a garantia das liberdades individuais e das minorias socias. Minorias estas que se percebem pouco contempladas por determinados padrões religiosos.  Com base no exposto, surge o seguinte questionamento: Até onde a herança religiosa influencia na construção ética, considerando a pluralidade social existente? Com a finalidade de elucidar esse questionamento, estruturamos essa reflexão em três partes. 1 Exporemos os elementos oriundos da religião que compõe a ética do discurso em Habermas; 2 Trataremos de forma mais específica, a ética do discurso; 3 apresentaremos o processo de tradução cooperativa dos elementos da religião para a integração social. E, por fim, consideramos a partir de todos esses aspectos apresentados, como essa herança religiosa contribui na construção ética entre religiosos e não religiosos. Esperamos com essa estrutura, ter alcançado o objetivo apresentado, proporcionando assim, uma explanação clara e centrada, dessa importante reflexão ética, religiosa, filosófica e social.    

Palavras-chave: Ética. Ética do discurso. Pluralidade. Religião. Herança religiosa. Integração social.

Resumen

En este artículo se busca analizar, a partir de la investigación bibliográfica, los elementos que constituyen la ética y su herencia religiosa en la perspectiva de Jürgen Habermas. Se comprende que, hasta cierto punto, la religión, como fundadora de cultura, desempeña un papel significativo en el ordenamiento social y, a su vez, en la construcción ético-moral. En Habermas, la religión aparece como una de las bases pre-políticas del estado de derecho democrático. No está claro que sea posible, mediante acuerdos formales, incluso en sociedades consideradas plurales, llegar a la instauración del orden. Se hace necesaria la religión, como agente de regulación social, por medio de sus doctrinas, que causan gran impacto en los fieles y por consecuencia fidelidad a esos patrones de vida que deben converger con los estándares de la sociedade
 Por otra parte, también se percibe que algunos de los estándares morales que emanan de la religión parecen estar desfasados, dada la evolución del pensamiento contemporáneo que apoya la garantía de las libertades individuales y de las minorías sociales. Minorías estas que se perciben poco contempladas por ciertos patrones religiosos. Sobre esta base surge el siguiente interrogante: ¿Hasta dónde influye la herencia religiosa en la construcción ética, teniendo en cuenta la pluralidad social existente? Con el fin de aclarar este cuestionamiento, estructuramos esa reflexión en tres partes. 1 Expongamos los elementos oriundos de la religión que compone la ética del discurso en Habermas; 2 Trataremos de forma más específica, la ética del discurso; 3 presentaremos el proceso de traducción cooperativa de los elementos de la religión para la integración social Y, por último, consideramos a partir de todos estos aspectos presentados, cómo esa herencia religiosa contribuye en la construcción ética entre religiosos y no religiosos. Esperamos con esta estructura haber alcanzado el objetivo presentado, proporcionando así una explicación clara y centrada de esta importante reflexión ética, religiosa, filosófica y social.


Palabras llave: Ética. Ética del discurso. pluralidad. Religión. Herencia religiosa. Integración social.

  1. Introdução

As sociedades humanas, desde suas configurações mais rudimentares, já possuíam algum tipo de código que orientasse suas condutas.  Com o decorrer do tempo, essas sociedades evoluíram em diversos aspectos como: tecnologia, cultura, religiosidade; e por conseguinte, também evoluiu a necessidade de melhor organizarem-se e orientarem-se a partir de uma estrutura ética mais elaborada.

A estrutura ética de uma sociedade, é provinda de vários aspectos históricos, culturais e religiosos, sendo os aspectos religiosos, influenciadores de todos os outros aspectos. Na Ética do discurso, teoria desenvolvida por Jürgen Habermas (2007), esses aspectos religiosos contribuem significativamente, sobretudo, na propiciação do que o autor chama de situação ideal de fala.

No primeiro momento desse artigo abordaremos os elementos oriundos da religião que compõe a ética do discurso.  Habermas afirma que existem elementos da religião que contribuem consideravelmente com o processo da construção ética. Entende a religião como agente de influência social em diversos aspectos, sobretudo na espontaneidade que garante a vivência dos elementos éticos que não podem ser impostos, e podem ser chamados na perspectiva religiosa de virtudes.

No segundo momento, abordaremos a ética do discurso de maneira mais específica. Para tal, será brevemente sistematizada a teoria habermasiana do agir comunicativo, para a compreensão do processo ético discursivo que surge a partir do agir comunicativo. Habermas estabelece conceitos como: situação ideal de fala, discurso, consenso, universalização. A compreensão dos conceitos, é essencial para se assimilar a ética do discurso, atuante na interação social em um estado de direito democrático.

Por fim, trataremos do o processo de tradução cooperativa dos elementos da religião para a integração social. Os elementos religiosos, podem contribuir no processo de interação e integração social. Nesta sessão também é considerado, os limites que devem ser estabelecidos e como isso pode ser feito, partindo do pressuposto de um estado que possibilite aos seus indivíduos, a liberdade de discurso, caminhando para um consenso entre cidadãos religiosos e não religiosos.

A religião pode contribuir efetivamente com a sociedade, desde que sejam respeitadas as diferenças e reservador os direitos de forma plural. Neste artigo buscaremos analisar o exposto de forma sistemática a partir da ótica de Jürgen Habermas, caminhando para compreensão dos elementos cooperativos oriundos da religião, entendendo que não existe ética sem diálogo, e que isso só pode ser feito a partir de uma situação ideal criada pelos elementos já mencionados.

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