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O Pensamento Comunicativo De Habermas

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Por:   •  28/5/2013  •  1.569 Palavras (7 Páginas)  •  589 Visualizações

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O pensamento comunicativo de Jürgen Habermas

Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão. Advindo da Escola de Frankfurt (uma das principais correntes do marxismo cultural) procurou superar o pessimismo dos fundadores da escola quando adota o paradigma comunicacional, assim ele tem como ponto de partida:

A ética comunicativa de Otto Von Apel

O Conceito de ação objetiva – T. Adorno

Ética de Platão e a lógica de Aristóteles

Idealismo Alemão (Hegel)

Reconhecimento intersubjetiva

Razão Comunicativa / Ação Comunicativa

Habermas apresenta a comunicação livre, racional e crítica como alternativa à razão instrumental e superação da razão iluminista, aprisionada pela lógica instrumental, que encobre a dominação.

Razão instrumental – Segundo Aurélio Buarque Ferreira de Holanda, teria uma das conotações como “Sistema de princípios a priori cuja verdade não depende de experiência.”

Convém já explicitar sobre a “A noção de razão instrumental” no dizer de Chauí “[que] nos permite compreender”

a transformação de uma ciência em ideologia e mito social, isto é, em senso comum cientificista;

que a ideologia da ciência não se reduz à transformação de uma teoria cientifica em ideologia, mas encontra-se na própria ciência, quando esta é concebida como instrumento de dominação, controle e poder sobre a Natureza e a sociedade;

que as idéias de progresso técnico e neutralidade cientifica pertencem ao campo da ideologia cientificista.

Razão iluminista – a razão iluminista é uma razão independente das verdades religiosas e das verdades inatas dos racionalistas. Assim, a noção de autonomia iluminista se refere a uma razão que se dobra a evidências empíricas e matemáticas.

O iluminismo proclama tanto para a natureza quanto para o conhecimento o princípio da imanência (Imanência – Filosofia: Diz-se da atividade ou casualidade cujos efeitos não passam do agente). Filosofia. Diz-se de um ser que se identifica a outro ser. (Na filosofia de Spinoza, Deus é imanente ao mundo.) A natureza e o espírito são concebidos como plenamente acessíveis, não como algo obscuro e misterioso.

Lógica Instrumental – Adequação dos meios aos fins.

Habermas explica que a teoria crítica precisa romper com Marx em três dimensões:

Deixar de lado a tendência evolucionista inserida no marxismo- as sociedades passariam por estágios de desenvolvimento bastante específicos, o qual teria início com o capitalismo e culminaria num modelo de organização social comunista;

O viés economicista observado na obra de Marx se consagra uma evidência de forças produtivas e de trabalho em relação às outras esferas da sociedade

Considera uma perspectiva reducionista a tendência de olhar o sistema social através da separação da dominação.

A sobreposição da burocratização e da monetarização das esferas do cotidiano social em detrimento da argumentação e participação pública; interfere no processo de interações sociais.

Habermas observa que na segunda metade do século XX, o que é visível é uma privatização e mercantilização do espaço público. A argumentação pública cede lugar aos interesses administrativos e econômicos. O mesmo pode ser observado em relação às instituições privadas, as quais são invadidas gradativamente e cada vez regulamentadas pelo Estado ou pelo dinheiro. Assim as atividades culturais, científicas ou educacionais passam a ser mediadas por instrumentos e normas que desconstroem as formas tradicionais dos laços sociais.

A ética do discurso

As fundamentações morais dependem da efetiva realização das argumentações, não por razões pragmáticas relativas ao equilíbrio de poder, mas por razões internas relativas à possibilidade de discernimentos morais.

As interações nas quais as pessoas envolvidas se põem de acordo para coordenar seus planos de ação são denominadas comunicativas – é o acordo alcançado em cada caso medindo-se pelo reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validez.

Enquanto que no agir estratégico um atua sobre o outro para dar ensejo à continuação desejada de uma interação, no agir comunicativo um é motivado racionalmente pelo outro para uma ação de adesão - e isso em virtude do efeito ilocucionário de comprometimento que a oferta de um ato de fala suscita - Que um falante possa motivar racionalmente um ouvinte à aceitação de semelhante oferta [se explica] pela garantia assumida pelo falante, tendo um efeito de coordenação, de que se esforçará, se necessário, para resgatar a pretensão erguida... Tão logo o ouvinte confie na garantia oferecida pelo falante, entram em vigor aquelas obrigações relevantes para a sequência da interação que estão contidas no significado do que foi dito2...

Pretensões de validez - significa coisas diferentes segundo o tipo de ato de fala de que se trate. Nos atos de fala constatadores (afirmar, narrar, referir, explicar, prever, negar, impugnar e etc.), o falante pretende que o seu enunciado (aquilo que é pronunciado) seja verdadeiro. Portanto, se eu narro alguma coisa, ou explico algo para alguém eu pretendo que aquilo que narro, ou explico seja considerado verdadeiro, o que para Habermas só ocorre se houver o assentimento potencial de todos aqueles que estão me ouvindo. Sendo assim, se um dos meus ouvintes não aceitar o que falo por não acreditar no que digo, ou por outro motivo qualquer, o conteúdo que é transmitido não poderá ser tido como verdadeiro, pois não houve o consentimento de todos sobre a veracidade de meu ato de fala1.

Ação comunicacional

No início de sua obra principal, Teoria do agir comunicativo, Habermas afirma que “o pensamento filosófico se originou na reflexão sobre a razão encarnada na cognição, fala e ação; e a razão permanece sendo seu tema básico”. Não seria uma surpresa, então, descobrir que o conceito de racionalidade é o fio condutor para sua análise de processos de aprendizagem3.

A esfera pública

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